Título: O Escravo da Capela
Editora: Faro Editorial
Autor: Marcos DeBrito
Número de páginas: 283
Classificação: 
Sinopse: No passado, contos tenebrosos, baseados em fábulas portuguesas e africanas, deram origem a mitos arrepiantes sobre criaturas que vagavam pelas florestas. Com o passar dos séculos, o horror presente nessas lendas foi perdendo seu lugar para narrativas mais brandas até parecerem histórias infantis. Recriando um Brasil Colonial do final do século XVIII, esse terrorífico livro parte de registros de uma trama vivida numa fazenda, onde um perigo passa a espreitar, após um cruel acontecimento.
Resenha
Assim que peguei o livro, fiquei bem impressionado com a capa. Essa figura do olhar rubro do negro, combinada com a mão fumaçante e as bordas das páginas em vermelho sangue, me suscitou muita curiosidade com o seu conteúdo.
O contexto em que o livro se desenrola é o Brasil Colonial que explorava mão de obra escrava nos grandes latifúndios açucareiros comandados pelos "coronéis". Achei meio clichê a estrutura da família que mandava na fazenda. Caso queiram saber, podem assistir qualquer novela sobre escravidão que será facilmente percebida. Como em todo processo de dominação longínquo, sempre tem um indivíduo que anseia por quebrar o sistema e mudar a realidade de todos ao seu redor. Em caso de sucesso, sua vida muda radicalmente; porém, se as coisas não saírem como planejado, certamente esse "mártir" se tornará o exemplo de castigo para que todos nem ousem a questionar o sistema novamente.
Como os amantes dos filmes e livros de terror já sabem, uma morte violenta e cruel pode prender o espírito do morto no mesmo local onde sua vida foi ceifada. Se somarmos a isso, uma pitada de ocultismo, ervas medicinais e um toque de destreza, temos um perfeito vingador que retorna das profundezas do inferno para matar todos os que te fizeram mal ( e mais alguns à reboque)!
Claro que observei reviravoltas muito interessantes nas histórias dos personagens que me surpreenderam bastante. A valorização da cultura "brasileira" ( aspas por entender que nossa cultura foi influenciada por outras culturas, indígena e africana por exemplo) foi um ponto positivo do livro. Se pudesse definir o livro em poucas palavras eu diria: "terrorificação do folclore". Quem tiver curioso para saber o motivo, a obra está disponível.
Por : Eric Gardel
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