Série Maníacos | Maniac

Título: Maniac;
Serviço de Streaming: Netflix;
País: EUA;
Formato: Minissérie;
Episódios: 10;
Duração: aprox. 40 minutos;
Gênero: Humor Negro, Drama, Sci-Fi;
Dirigido por: Carin Fukunata;
Elenco principal: Emma Stone, Jonah Hill;
Classificação:

SINOPSE
Dois desconhecidos se aproximam durante o teste de uma nova droga farmacêutica controlado por um médico com seus próprios traumas e um computador emocionalmente complexo.


Resenha

Existem muitas obras que exploram de diversas maneiras o funcionamento da mente humana e que por vezes, querem interagir com o leitor ou telespectador. É bem comum que o(a) autor(a) escolha confundir seu público com o objetivo de arrastá-lo para dentro da mente do protagonista, levando ambos à procura de sentido e respostas. Vemos isso em inúmeras histórias, como por exemplo na série Legion.


Emma Stone e Jonah Hill

Em Maniac, duas pessoas que estão com conflitos internos acabam - por motivos diferentes - decidindo participar de um teste farmacêutico que vende a ideia que pode curar a mente. Nos primeiros episódios, conhecemos com profundidade os protagonistas, seus conflitos e personalidades, pois tudo será necessário para a construção da história, já que posteriormente, vamos "entrar" na mente deles. Talvez seja o inicial ritmo lento que faça com que algumas pessoas desistam de assistir Maniac, o que acho um erro grave. É uma série com pontos altos e baixos. E é exatamente por não ter pressa de apresentar o mundo de Owen (Jonah Hill) e Annie (Emma Stone), que a cada episódio inúmeros detalhes se tornam valiosos e enriquecem toda a história.


Owen e Annie (Divulgação/Netflix)

Imagine um remédio que cure nossos traumas mais profundos? O laboratório farmacêutico NPB busca realizar esse feito utilizando pacientes cuidadosamente selecionados para trabalhar suas mentes utilizando três pílulas que causarão alucinações: A, B e C. A primeira faz com que o paciente reviva o seu trauma exatamente como aconteceu. A pílula B (behaviorismo) testa o comportamento do paciente, onde sua mente criará uma situação e o computador GRTA (que é uma inteligência artificial) irá analisar como o paciente vive em sociedade, sua personalidade, etc. Já a pílula C, irá confrontar o paciente, fazendo com que sua mente encare o trauma e o supere. Em cada uma das fases do teste, ao mesmo tempo que exploramos a mente dos protagonistas e suas peculiaridades, acompanhamos a análise de dados do laboratório e os problemas que se deparam - que podem afetar diretamente as imaginações dos pacientes desacordados.  


A série passa a ideia de que sua história é contada em um 2018 alternativo ou é simplesmente um futuro não muito distante e distópico. Há muita influência de um visual aesthetic, vaporwave e tecnologia por vezes limitada ao modo anos 80 e 90, com referências de elementos que encontramos nos filmes Blade Runner (1982), Laranja Mecânica (1971), Matrix (1999), Clube da Luta (1999), Her (2013), A Origem (2010) e Cloud Atlas (2012).

Se você ainda não viu Maniac ou pensa em ver de novo, uma dica: preste a atenção na trilha sonora. Muitas vezes parte de uma música toca sutilmente em uma cena onde Owen ou Annie estão acordados. A música fica no subconsciente dos personagens que acabam involuntariamente reproduzindo essas músicas durante os "sonhos" experimentais.

Os pacientes ímpares

Os episódios são muito bem amarrados e alguns funcionam incrivelmente bem sozinhos, sem precisar escorar no próximo. Uma coisa que gosto de pontuar é que em muitos desses episódios, é legal que você não leve tudo a sério, pois se trata de meras imaginações, como num sonho. Então sim, algumas coisas não farão sentido, mas isso é proposital.


Os episódios que considero os melhores são Exactly Like You (episódio 5), Larger Structural Issues (episódio 6) e Ceci N'est Pas Une Drill (episódio 7). Confesso que estava esperando faz muito tempo por essa série que em 2016/2017 só sabia de rumores e que Hill e Stone estariam confirmados. Os dois atores já trabalharam juntos no filme Superbad (2017). Acompanho a carreira do Jonah Hill faz muitos anos e fiquei feliz em vê-lo com outro clima de atuação, algo mais sério e melancólico - mesmo sempre havendo pontos cômicos. Manic estreou dia 21 de setembro e está disponível na Netflix e espero que não haja uma segunda temporada, pois acredito que a história já está completa. Mas, não descarto uma continuação com novos personagens.

A Netflix soltou a pouco tempo um vídeo (sem spoilers) dos bastidores da série:



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