Título: Adeus à Inocência
Autor: Drusilla Campbell
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 272
Classificação: ★★★★★
Sinopse:
Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido - e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar -, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade.
Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?
Resenha:
Drusilla Campbell nos apresenta
um emaranhado de vidas, tendo como cenário um deserto que esconde em seu solo
árido um oásis de emoções. Um texto fluído, envolvente cheio de suspense. Vidas
que se desenrolavam em lados extremamente opostos, de repente se entrelaçam. De
modo que uma acende a luz que estava apagada em outra.
E se você estivesse rolando
ribanceira abaixo e uma mão aparecesse para te salvar? Isso acontecia a Madora,
uma garota cuja a sorte de uma família feliz havia se extinguido pelo gatilho
de um revolver, cujo o pai puxou contra a própria cabeça no deserto. Por que?
Madora não sabia explicar, apenas sabia que depois dali tudo era destruição.
Até Conhecer Willis na varanda de uma festa depreciativa no ápice de seu
desmoronamento pessoal.
“Não tenha medo, garotinha. Willis não vai deixar que nada de ruim lhe aconteça.”
Ela entregou sua vida nas mãos
daquele homem e se viu morando em uma casa de três quartos no final da Estrada
Red Rock, tendo como companhia seu fiel Foo, um pit bull e uma garota presa no
trailer do quintal, Linda. A qual Willis afirmava estar ajudando, como um dia a
ajudara.
Willis é um homem misterioso, que
acredita ter um potencial elevado e não reconhecido pela sociedade. Com motivos
que não explicam para os outros suas atitudes, mas que para ele são mais do que
suficientes para acreditar que está fazendo um bem maior e os outros totalmente
ingratos por não reconhecer isso. Assim, ele mantém Madora acreditando ser
amada e esposa dele. E Linda, uma jovem presa no trailer até perceber que ele está
proporcionando um crescimento espiritual a ela. Crescimento este que inclui
vender seu bebê a um advogado para conseguir dinheiro para ir à faculdade de
medicina.
E se em uma noite lhe fosse
arrancado os pilares da sua vida, tudo que você sempre conheceu mudasse, e você
fosse trancado a um vazio que não teria como preencher jamais, não tivesse a
chave para sair dali e não tivesse opção a não ser reconstruir a si mesmo a
volta disso tendo apenas 12 anos? Django era filho de um astro do Rock Jack com
uma mulher estonteante Caro, os dois morreram em um acidente quando estavam experimentando
sua nova Ferrari. A noite ele tinha ído dormir com sua família intacta, pela
manhã soube que ele não os veria nunca mais.
Como tutora, sua tia Robin, a
qual nunca vira antes, mas era desejo de seus pais que ela cuidasse dele.
Assim, um menino despedaçado se muda para Arroyo, onde tem que começar sua vida
do zero, mesmo ainda tendo muito saldo para liquidar.
Encontrar um cachorro preso em um
SUV preto, em uma tarde de alta temperatura, na porta da casa de sua tia quando
voltava para casa, foi o ponto gatilho para que sua vida se tornasse
concorrente a de Madora.
Durante a leitura somos
surpreendidos com a inocência de Madora, que acredita cegamente em Willis,
mesmo com tantas evidências contra. Nos dividimos entre pena e raiva de tamanha
cegueira. Uma refém que não tem consciência de sua prisão, a tem como casa. Até
que tudo começa a ter um foco diferente, tudo modificado pelo encontro de
olhares entre Madora e um certo bebê em um dos dias quentes na cozinha de sua
casa. A partir daí, assistimos o crescimento e a retirada de um véu dos olhos
de Madora, na verdade é como assistir a uma cirurgia de Catarata. E quando tudo
se torna claro e necessita de uma atitude imediata, Django um garoto de 12 anos
se torna o mais maduro e a ponta de coragem que faltava a essa jovem para que
pudesse reconquistar o poder sob sua vida.
“Ela aprendera que vidas mudavam, davam meia-volta, subiam uma colina e desciam outra; terminavam num beco sem saída ou viam-se diante de uma longa estrada. Algumas desapareciam em cima de um penhasco”
Um livro que te prende desde a
primeira linha, como se estivesse lendo o histórico de um crime que paralisou o
país, e te faz questionar sobre a natureza humana e sua capacidade de manipular
a realidade. Além de se extasiar com o fato de que à inocência tem várias
faces, mas nunca dura para sempre.
Por: Jéssika Malvina
Nossa, sua resenha me deixou muito curiosa! Fiquei imaginando aqui a situação da refém que sente que o cativeiro é seu lar... e caramba! Fiquei com muita vontade de ler esta obra. Sem dúvidas, será uma de minhas próximas leituras
ResponderExcluirBeijos
Polly - Entre Livros e Personagens