Crítica| A Lei da Noite (Live by Night)

 
Título: A Lei da Noite (Live By Night)
Diretor: Ben Affleck
Roteiro: Ben Affleck
Distribuidora: Warner Bros.
Elenco: Ben Affleck, Zoe Saldana, Elle Fanning, Siena Miller
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.

Sinopse:
Boston, década de 1920. Joe Coughlin (Ben Affleck), filho mais novo de um capitão de polícia, se envolve com o crime organizado. Ele aproveita seus dias rodeado de dinheiro e poder, mas suas escolhas podem levá-lo à prisão ou até mesmo à morte. Adaptação do livro escrito por Dennis Lehane.



 Resenha Crítica:

Adaptando mais uma vez uma obra literária do escritor Dennis Lehane, (a primeira adaptação foi Medo Da Verdade), o polivalente Ben Affleck escreveu, produziu, estrelou e dirigiu essa história sobre a máfia. A Lei da Noite conta a história de Joe Coughlin (Affleck), o filho de um capitão de polícia que resolve viver do outro lado da lei após experiências traumáticas ao servir como soldado na Guerra, mas que acaba se envolvendo perigosamente com o submundo ao desrespeitar as regras do crime.

Historicamente situado entre 29 e 33, período da história americana lembrado pela crise econômica de 29, a pressão da chamada Lei Seca (que proibia a venda de bebidas alcoólicas) e o poderio dos que lucraram ilegalmente com ela (como o grande mafioso Al Capone), A Lei da Noite apresenta um cenário dominado pela relação dual entre os vícios e as virtudes. Aqui podemos ver expressões do fenômeno de poder no crime, através da engrenagem dos interesses comerciais, crescerem ao ponto de ser necessária a existência de regras especiais entre os poderosos, assim, os confrontos não são mais apenas físicos, mas econômicos e políticos. Isso é o que os coloca em uma nova classe de organização criminosa, a máfia. Acompanhada dela ocorre o surgimento de culturas organizacionais focadas em lucros, que corrompem as instituições oficiais para adequá-las às suas necessidades. Observamos como o interesse econômico tende a contornar conflitos (étnicos, sociais, ideológicos, legais, etc) nas relações comerciais e que misturar esses aspectos com os negócios pode ser algo prejudicial. E, absolutamente, vemos como a interferência da moralidade pública pode ser desastrosa para a lei, para a economia e principalmente para as liberdades individuais do indivíduo. É curioso pensar o motivo pelo qual a Lei Seca foi um dos períodos da história americana em que mais se bebeu, A Lei da Noite nos instiga a pensar neste porquê.


O filme de pouco mais de duas horas apresenta um roteiro que consegue prender o espectador.  A ambientação de época é fantástica e fidedigna, assim como o elegante figurino. A fotografia não desaponta e tem seu ponto alto nas cenas exteriores. Porém, apesar de ser não ser um filme ruim, há algumas coisas que poderiam torná-lo bem melhor. Como a atuação do próprio Ben Affleck, que é oscilante entre boa e mediana, pois não é cativante; as outras coisas são o ritmo que poderia ser mais bem trabalhado e a falta de química entre casais – em um filme que fala sobre álcool, até um romance embriagado seria mais tragável e convincente. Em compensação, a atriz Elle Fanning surpreende sendo visceral e rouba a cena com a melhor atuação do filme.


Escrito por: Lucas Nascimento dos Santos

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