Resenha: Forrest Gump | Wiston Groom

Resultado de imagem para forrest gump capa livroTítulo: Forrest Gump
Autor: Winston Groom
Editora: Aleph
Ano: 2016
Páginas: 390
Classificação
Onde comprar: Amazon | Saraiva | CulturaSubmarino
"Forrest Gump é um idiota. Ou ao menos é assim que a sociedade o considera. Estigmatizado por seu QI baixo, Forrest não acredita ter nascido para grandes feitos. Mas as situações em que se envolve desde a juventude são tudo, menos comuns. Ainda na escola, o jovem gigante do Alabama é promovido a prodígio do futebol americano, em um primeiro sucesso que rapidamente o leva a outras aventuras. Do Vietnã à China Comunista, da Nova Guiné a Hollywood e até no espaço, inusitadas circunstâncias vão guiando Forrest em uma trajetória de vida impressionante e nada corriqueira."

Resenha – 

Forrest Gump possui um aspecto que o torna diferente de muitas pessoas: ele é um idiota. Mas não um idiota como outro qualquer, muito menos um idiota que se passa despercebido. Ele é um Idiot savant, uma pessoa incapaz de dar um nó numa gravata, mas que realiza cálculos de física espacial com maestria. 
   O que acontece é o seguinte: apesar de suas variações capacitivas em diferentes situações, quando tenta explicar o ocorrido  falando ou escrevendo , o resultado é uma grande meleca. Apesar das idiotices, Forrest não se preocupa com o fato de possuir um QI abaixo dos 70, mas sim se está fazendo a coisa certa. É um dilema que ele aprende em um período de sua vida e passa a por em prática ao decorrer de suas decisões.
   Forrest é um cara de 2 metros de altura com cerca de 110 quilos, tornando-o um prodígio do futebol americano. Mas as notas no colégio vão de mal a pior e ele é obrigado a servir ao exército na Guerra do Vietnã. Entre os tempos de descanso, Forrest aprende a jogar pingue-pongue, ficando tão bom que é convidado para um desafio internacional na China Comunista. 
   E é assim que a narrativa funciona, como um compilado de eventos e informações que acontecem em uma frequência continua. O fluxo, por mais fantasioso que possa parecer, é um relato sincero do próprio Forrest. Ele não tem pretensões de soar superior ou até mesmo egocêntrico ao contar sua história. Ele apenas reforça o ponto de que todos nós temos uma história a ser contada e ouvida.
    Passando por cenários inóspitos, como o espaço e florestas dominadas por canibais, é impossível não achar a narrativa de certa forma fantástica.






Vocês já pararam para pensar em todas as etapas que um livro precisa passar até sua arte final? A escolha da capa, título, diagramação, tradução... Bem, nem todo livro é fácil de ser traduzido. Laranja Mecânica é um exemplo disso, onde existe uma variação linguística completamente nova. Em Forrest Gump, o que acontece é o seguinte: Forrest escreve sua história como ele a entende, pontuada com erros ortográficos como fazeno/fazendo ou auguém/alguém. Talvez no começo você sinta uma leve agonia, mas ao decorrer da leitura você se acostuma e termina seguindo em frente. 
   Essa forma de escrita foi intencional e propõe a inserção do leitor dentro do mundo de Forrest da maneira mais nua e crua. Acredito que ela também reforça o ponto de que não somos bons em tudo aquilo que fazemos. Enquanto alguns podem não escrever da forma ortograficamente correta, outros podem não ter a capacidade de tocar instrumentos musicais brilhantemente. Não precisamos e nem mesmo poderíamos ser bons em tudo o que fazemos, não é?






A edição é capa dura e a jacket possui o modelo vira-vira, azul ou vermelho-alaranjado (essa cor existe, certo?). O livro ainda possui ilustrações das cenas mais marcantes, desenhadas por Rafael Coutinho. Até mesmo a cor da fonte escolhida – azul! – ficou incrível, bem como o tamanho e espaçamento, sem nos forçar a enxergar letras miúdas, tornando a leitura ainda melhor e mais fluida.
   A capa em si é branca, com o tão famoso banco no qual Forrest conta sua história em baixo relevo. 
   O livro ainda conta com um posfácio escrito pela francesa Isabelle Roblin, professora assistente na Université du Lottoral-Côte d'Opale e especialista em literatura contemporânea anglófona (onde se fala inglês), no qual são mostrados os contrastes entre livro e filme.
   Forrest Gump é, acima de tudo, uma história de como muitas vezes apenas seguimos nossas vidas sem olhar para trás e acabamos esquecendo os motivos pelo qual continuamos andando.


"E isso é tudo o que tenho para falar sobre esse assunto."


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