Crítica | O Poderoso Chefinho

Título: O Poderoso Chefinho
Direção: Tom McGrath
Elenco: Giovanna Antonelli, Alec Baldwin, Steve Buscemi, Lisa Kudrow, Jimmy Kimmel e Tobey Maguire
Gênero: Animação
Classificação:
Sinopse: Um bebê falante, que usa terno e carrega uma maleta misteriosa, une forças com seu irmão mais velho invejoso para impedir que um inescrupuloso CEO acabe com o amor no mundo. A missão é salvar os pais, impedir a catástrofe e provar que o mais intenso dos sentimentos é uma poderosa força.









Resenha

Quem é filho único sabe as vantagens e desvantagens de sua condição. Crescer sendo o centro das atenções é o máximo; ganha um dengo aqui e outro ali, os pais têm mais paciência, não precisa dividir os brinquedos... enfim! Mas a solidão de um filho único também é real. Apesar de achar que nós somos mais criativos por conta disso, eu sempre quis um irmão para ter companhia fora de hora. Meus amigos sempre estavam lá: sexta, depois aula, nos feriados e, é claro, no fim de semana. Mas e aquela brincadeira na segunda, quando volta da aula? Imaginação em ação.

É óbvio que nem todos sentem falta de uma companhia. Eu não sentia o tempo todo, porque sempre estava entretida imaginando mil coisas, mil diálogos entre o Playmobil, construindo projetos fantásticos no LEGO, arrasando com a Barbie, montando um quebra-cabeça ou vendo um desenho. Uma das maiores vantagens de ser filho único, sempre achei, é quando a mãe coloca a gente de castigo: “não vai pro play.” Ok! Filho único não tem problema em ficar só. Acostumado a brincar sempre sozinho, a proibição de ir se divertir com os amigos é chata, mas não é um bicho de sete cabeças.

Em “O Poderoso Chefinho”, Tim é filho único e tem total atenção, amor e cuidado dos pais. Com uma imaginação muito forte, ele tem a companhia fiel dos pais para qualquer situação. Quando indagado sobre o desejo de ter um irmão, ele deixa bem claro que não quer. Porém, o coitado não sabe o que está por vir e fica chocado quando entra pela porta, junto a seus pais, um bebê... de terno e gravata. O mundo do pequeno Tim é virado de cabeça para baixo. O simpático bebê (aparentemente), nada mais é que um executivo, que trabalha para uma fábrica de bebês. Com uma missão a ser cumprida, o bebê faz de tudo para deixar o irmão mais velho fora do seu caminho, inclusive, maltratando o menino. É interessante pensar na premissa apresentada pelo filme. A forma como mostra que o filho único perde seu reinado, como ele se sente e como vê o irmão, enquanto todos babam pela criatura fofinha, que para ele não passa de um estranho que está dominando o lugar que deveria ser só dele.

“O Poderoso Chefinho” diverte com suas cenas engraças e improváveis, principalmente quando se trata de um bebê altamente articulado, inteligente, frio e calculista. Praticamente um vilão de fraldas. E emociona ao mostrar o ponto de vista de uma criança de sete anos que está aprendendo a lidar com aquela situação. Além disso, tem cores bonitas e uma trilha sonora encantadora. A Dreamworks entrega um trabalho cuidadoso e que cumpre o que propõe. Confesso que achei um pouco maldoso colocar uma “guerra” entre bebês e filhotes de cachorro, já que muita gente pensa que para ter bebê precisa se livrar do filho de quatro patas ou que um substitui o outro. Se essa mensagem fica clara no filme para todos, eu não sei. Mas como essa realidade existe é bastante triste, eu descartaria essa briga e colocaria outra situação no lugar. Problematizadora, sim. Se não fosse uma questão tão cruel, eu nem perceberia.

O filme chega aos cinemas hoje, 30 de março e ganha o público pela sua fofura. As partes de família são tão bonitas e emocionantes, que não precisam ser apelativas. Elas emocionam de forma simples, por mostrarem como é importante a presença de algumas pessoas em nossas vidas.

Levante do sofá e leve as crianças para uma animação que vale a pena. Mas explique a elas que cachorrinhos não substituem bebês e nem bebês substituem cachorrinhos. É sempre bom deixar claro isso.

Vale a pipoca, o refrigerante e o lanche famoso com brinde que as crianças tanto gostam.

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