Série Maníacos | 12 Monkeys

Título: 12 Monkeys;
Canal: Syfy;
País: EUA;
Ano: 2015
Status: 3ª temporada (renovada);
Duração: 40 - 47min;
Gênero: Ficção Científica, Drama;
Criadores: Terry Matalas & Travis Fickett;
Elenco principal: Aaron Stanford, Amanda Schull, Kirk Acevedo, Emily Hampshire, Barbara Sukowa e Todd Starshwick;
Classificação:

           SINOPSE
No ano de 2043, um vírus se alastrou e matou a maior parte da população do planeta. Cabe a James Cole, se tornar um viajante do tempo e impedir que o vírus seja criado!


         RESENHA

Como fã de sci fi, possuo certo fascínio por histórias com mundos distópicos, viagens no tempo e narrações não-cronológicas. Consumindo Doctor Who, livros como Novembro de 63 e filmes como Efeito Borboleta, há dois anos esbarrei na primeira temporada de 12 Monkeys no catálogo da Netflix. Sendo baseada na premissa do filme A Pista (1962) e 12 Macacos (1995) estrelado por Bruce Willis, a série do canal Syfy possui o ator Aaron Stanford (Nikita, X-Men 3) como James Cole, um viajante do tempo que possui a missão de salvar a humanidade. Antecipo que não é necessário assistir ao filme para entender a série, que é o foco desta resenha. 

No primeiro episódio, somos apresentados a devastação de 2043, um mundo abandonado que se assemelha ao cenário de The Walking Dead. Esse caos é resultado de uma praga que foi liberada no passado e exterminou 7 bilhões de pessoas, restando  poucos imunes espalhados pelo globo e que certamente não sobreviverão por muito tempo, já que  o vírus sofre mutações. Nesse futuro, a cientista Katarina Jones (Barbara Sukowa), uma mulher determinada e cheia de mistérios, decide encontrar e enviar James para o passado e impedir que a praga seja liberada. Ela e seu grupo de cientistas, se baseiam na mensagem deixada pela médica Cassandra Railley (Amanda Schull) quando o vírus estava em seu auge, onde cita Cole e o possível criador do vírus: Leonel Frost.

                                   “Você acredita em destino sr. Cole?” - Drª Jones 

Infelizmente, não é assim tão fácil salvar o mundo. Leonel Frost (que na verdade possui o sobrenome Goines) é o CEO de uma importante empresa de bioengenharia. James descobre que Goines não é o único por trás da criação desse vírus mortal, mas uma sociedade secreta que se auto intitula Exército de 12 Macacos está envolvida. Nessa missão contra o tempo, James tem a ajuda no passado da Drª Cassandra Railley e no futuro da Drª Jones. Diversas pistas, lugares, nomes e acontecimentos são estudados com cautela por eles, mas de alguma forma o Exército está sempre um passo à frente de Cole.
Drª Cassandra Railley

 Cassandra (Cassie) é uma médica virologista que busca da melhor maneira possível ajudar Cole. Percebemos como Cassie tenta manter a sanidade diante dos fatos. Não é fácil lidar com a ideia da  proximidade do fim do mundo, além das aparições repentinas de Cole e o que ele está disposto a fazer para não prejudicar a missão.



Jennifer Goines
Já Jennifer Goines (Emily Hampshire), é uma mulher genial e mentalmente instável que conduz boa parte do desenrolar da história. Ela é a chave para achar onde o vírus foi criado, pois trabalhava com seu pai, Leland. A atriz Emily Hampshire faz a personagem ser engraçada, com maneirismos, diálogos com referências a filmes e super corajosa quando sua instabilidade não a afeta. 



Jennifer: Mayday, Mayday! Os terroristas assumiram o prédio Nakatomi, Century City! 
Cole: Eu não sei o que isso significa.
Jennifer: Significa McClane, que eu sei porque você está aqui.

James Cole e Ramse
James Cole cresceu na companhia de seu melhor amigo Ramse (Kirk Acevedo) nesse futuro distópico. Ele é em diversas situações um homem impulsivo e Ramse é sua voz da razão. Todo o dia era uma luta pela sobrevivência, passavam fome e buscavam abrigos, tornando-os estrategistas e corajosos. Ramse, além de ser como um irmão mais velho para Cole, ao descobrir algo que mudará sua vida para melhor, não quer que suas linhas temporais sejam destruídas. Não enxergamos nele um traidor, mas sim um homem que não tinha nada e tem a chance de ter uma família, algo para lutar e proteger. O embate de escolhas entre os dois amigos se torna necessário e é feito na medida certa, sem tornar os objetivos de Ramse descartáveis ou menos importantes que os de Cole.

A Testemunha
Com saltos temporais, a série narra de forma não cronológica a história de seus personagens e da praga. Os temas morais e éticos são debatidos nos episódios e a grande ameaça se torna as pessoas que creem no “bem” que a liberação do vírus trará a Terra. O Exército 12 Macacos, acredita nos planos que A Testemunha traçou e que com o “sacrifício” de bilhares, haverá um futuro livre de dor e sofrimento. A Testemunha é um ser que aparece para os membros do Exército, após eles beberem um chá "alucinógeno" - só é dito quem é A Testemunha na 3ª temporada, seria spoiler se eu contasse!.

O mais legal disso é que acompanhamos histórias paralelas e que juntas formam uma só.  Conhecemos a história de Jones, como Ramse e Cole faziam para sobreviver, problemas com a máquina do tempo e até de outros personagens, como o Deacon (Todd Starshwick), líder sociopata dos Oeste 7: um grupo de proscritos sanguinários que atacavam qualquer sobrevivente. 

A ideia de voltar no tempo e matar alguém em nome do “bem maior” é certo ou errado? A posição que cada um toma e as consequências disso, não são esquecidas. Cada escolha tomada tem um propósito. Para os amantes de ficção científica, a série é um prato cheio de teorias. A Drª Jones, por exemplo, acredita na filosofia do “1 por 7 bilhões”. Ou seja, matando o criador do vírus, impedirá que 7 bilhões de pessoas do mundo sejam mortas.  E ela impõe que toda sua equipe entenda essa situação. Cole não encara isso como uma missão suicida, mas como um meio de ter sua redenção. O remorso deve ser deixado de lado, mesmo porque, por mais que eles sofram na atitude de seus atos, acreditam que estão salvando o mundo.

Na segunda temporada Cassie se torna muito mais fria, escolhendo o que realmente é prioridade e deixando muitas vezes seus julgamentos morais e éticos de lado. É como se ela se transformasse no Cole desimpedido que conhecemos na primeira temporada. Já ele se tornou mais sensato e se questiona antes de mudar algo na história. Além disso, há mais destaque para o cast feminino: Jennifer Goines, a Drª Jones e Olivia (Alisen Down) provam que são protagonistas de todos os eventos tanto quanto Cole. Nessa temporada, personagens que antes eram secundários ganham mais destaque na construção da narrativa e a ideia de paradoxos é muito bem explorada em determinados episódios.
Recentemente a terceira temporada estreou e está disponível (em inglês) os 10 episódios no site oficial da série. Pude perceber o cansaço de Cole, por não aguentar mais o peso do mundo em suas costas. Ele só se importa com Cassie e com a responsabilidade perante seus atos ao viajar no tempo. Uma coisa que aprendemos assistindo 12 Monkeys é que tudo tem um motivo. Cheia de surpresas, a 3ª temporada explica alguns eventos das duas primeiras, fazendo o telespectador dizer involuntariamente: meldels!
A série não perde o pique em nenhum episódio e só acrescenta mais informações sobre a mudança de timeline. 12 Monkeys consegue como se fosse um universo espelho ao nosso, mostrar como seria o caso de uma extinção em massa e sua possível causa. E caso houvesse a chance de impedir, como isso seria feito.

Cole na Máquina do Tempo
Revi duas vezes a primeira e a segunda temporada e, pelo menos até agora, não consegui achar um furo de roteiro. Todos os eventos narrados fazem sentido no conjunto da história. Digo isso, devido aos enormes pulos temporais que a série dá e como isso se encaixa em um único enredo, fazendo tudo ter um brilhante desenvolvimento. De 2043 pula para 2013 de lá pra 2015 ou 2006, por exemplo. Os atos do protagonista ao voltar no tempo, tem consequências no futuro, seja elas já predestinadas a acontecer ou não. E não, isso não se torna chato ou cansativo. Falando nisso, caso você ao terminar uma temporada se sinta um pouco perdido(a), a série possui em seu site uma linha do tempo que explica tudinho de forma resumida. Aí você vai encaixando os acontecimentos sem desanimar. Os roteiristas Terry Matalas e Travis Fickett (ambos de Nikita), me convenceram pelo uso da forma não-linear de apresentar os eventos. 12 Monkeys não subestima sua audiência e sabe o ponto certo para explicar algo, de forma nem muito complexa e nem muito óbvia. A série é transmitida no canal Syfy nos EUA, está com as duas temporadas disponíveis na gigante Netflix e já foi renovada para sua quarta e última temporada em 2018. 
E você? Se o futuro da humanidade estivesse em suas mãos, até onde você iria para salvá-la?

Assista a seguir o trailer da 1ª temporada. Legenda disponível clicando no botão de ativação.


 

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3 comentários:

  1. Ótima resenha Júlia, me supreendi quando você disse que reviu as duas primeiras temporadas e não achou um furo de roteiro. Irei assistir esse seriado somente por causa de sua resenha.

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  2. Obrigada Paulo! Sim, revi e não encontrei nada errado até agora. E a terceira temporada ainda complementa dados fornecidos nas outras temporadas. Espero que goste da série e caso você ache algum erro, por favor me diga, as vezes deixei passar algo! Na "investigação dos acontecimentos", dá pra usar como norte a linha do tempo que eles oferecem no site. Novamente, obrigada! :)

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  3. Gostei da resenha! e tbm curto de mais não ter uma falha ou furo com tantos saltos no tempo, esta assistindo a 3ª ? ps: manda link se estiver, procuro dublado, mas não achei nada ainda! sobre!

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