Crítica - Os Guardiões

Título : Os guardiões
Nacionalidade: Rússia
Direção :Sarik Andreasyan
Roteiro:Andrei Gavrilov
Elenco: Sebastien Sisak, Anton Pampuchniy, Sanzhar Madiev, Alina LaNina, Valeria Shkirando e Stanislav Shirin

Sinopse: Na União Soviética, experiências genéticas em humanos por um cientista obcecado levaram à criação de super heróis, depois espalhados e esquecidos. Quando o mesmo cientista é transformado em monstro e planeja um ataque a Moscou seguido de um exército de aparatos de guerra pilotados remotamente, o projeto Patriot é reativado e os Guardiões precisam se reunir e derrotar o inimigo.

                                                     Crítica 

        Dificilmente alguém não levantaria a sobrancelha ao ler as palavras: filme de super heróis russos. Com certeza houve muita expectativa e curiosidade em torno de Guardiões, já que a velha Rússia é conhecida por tudo menos pelos seus blockbusters de super heróis. A expectativa era, no mínimo, uma pérola trash, mas houveram entusiastas que falaram em um novo fôlego ao gênero de super heróis, uma nova franquia excitante totalmente diferente do já visto. Infelizmente Os Guardiões passou longe disso.
        O filme pode até ser trash, mas não tem nada de pérola. Ver um homem com cabeça de urso metendo bala com uma minigun sempre vai ser divertido, claro. Mas os poderes dos heróis e o visual não basta para tornar o filme divertido. O roteiro é extremamente clichê, previsível e simplesmente chato. O vilão, com um visual assustador, tem o carisma em tela de um bloco de cimento.
        Aliás, as atuações do filme são todas forçadas. Sendo um filme de super herói "raiz", não se pensou duas vezes em lotar o filme de belíssimas mulheres, cuja atuação se resume a caras e poses e subir escadas sensualmente. A personagem feminina mais importante, interpretada pela belíssima Alina LaNina, pode ser descrita como "abobalhada", e protagoniza as piores cenas de efeitos especiais do filme, ao lado do urso.
        Quanto aos diálogos... O filme tem problemas com o texto a perder de vista. Os diálogos são um sofrimento. Só se espera a hora que acabem para retornar à pancadaria, que, pelo menos, sempre vai ser pancadaria. Mas não há possibilidade de uma conexão com a história ou os personagens, cuja premissa nem é de todo ruim. Alguns deles tinham potencial para se tornarem personagens poderosos com histórias e dramas interessantes. A luta interna entre homem e animal no urso, a religiosidade do homem capaz de mover pedras. No entanto um texto absolutamente medíocre e atuações de novela das seis removeram completamente o interesse pelos personagens. A trilha sonora nos diálogos, diga-se de passagem, merecia um prêmio ao contrário.
        Claro, há que se saber apreciar um filme ruim. Toda o interesse em filmes trash é justamente o exagero e a rudeza que, no final das contas, entregam uma experiência divertida e ironicamente cômica. Mas que ninguém se engane quanto a Guardiões. É ruim, mas não é ruim o suficiente para ser épico. E os momentos piores não são por isso engraçados, são só ruins mesmo.
        No final das contas, apesar de um filme sofrível, é interessante a tentativa russa de lançar um blockbuster e toda iniciativa que se proponha quebrar o monopólio de Hollywood deve ser apoiada. Afinal de contas, se Hollywood pode fazer Demolidor, porque a Rússia não pode fazer Guardiões? Esperamos, claro, que a iniciativa não pare com este fracasso e, com sorte, amadureça.       

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