Crítica | O Estranho que Amamos

Título : O estranho que Amamos
Direção: Sofia Coppola
Roteiro: Sofia Coppola
Elenco: Colin Farrell,Nikole Kidman, Kirsten Dunst, Elle Fanning, Oona Laurence
Gênero: Suspense, Drama
Nacionalidade: EUA
Sinopse: Virginia, 1864, três anos após o início da Guerra Civil. John McBurney (Colin Farrell) é um cabo da União que, ferido em combate, é encontrado em um bosque pela jovem Amy (Oona Laurence). Ela o leva para a casa onde mora, um internato de mulheres gerenciado por Martha Farnsworth (Nicole Kidman). Lá, elas decidem cuidá-lo para que, após se recuperar, seja entregue às autoridades. Só que, aos poucos, cada uma delas demonstra interesses e desejos pelo homem da casa, especialmente Edwina (Kirsten Dunst) e Alicia (Elle Fanning).                                                   




                                                      Crítica 

Em um internato feminino a rotina tenta se manter a mesma, apesar da guerra. Aulas de francês, de costura, cuidados com o jardim, colher cogumelos na floresta. Tudo isso é quebrado quando uma das estudantes encontra um homem ferido e tenta ajuda-lo. A presença deste desconhecido muda tudo e todas as mulheres e meninas daquela casa. Essa é a premissa desse remake de Sofia Coppola.

Aqui como diretora e roteirista, Sofia escolhe recontar a história criada por Thomas Cullinan (que foi adaptada em 1971 por Don Siegel e estrelada por Clint Eastwood) de uma perspectiva diferente. No seu longa, o enredo não é contado pela perspectiva do cabo e sim pelo olhar de todas sete mulheres e meninas que ali vivem. É preciso dizer: nunca um homem foi tão desejado e disputado como John McBurney (apesar do charme de Colin Farrell contribuir bastante).

No filme quase não é sentida a trilha sonora, em que muitas vezes o silêncio da vida pacata (dentro da possibilidade) só é interrompido pelo som dos pássaros ou de bombardeios, mesmo que distantes. Com uma direção objetiva, o filme mostra muito bem as relações e personalidades de forma marcante, desde os atos mais singelos (como usar um broche especial) até os mais gritantes – qualquer coisa que eu diga além disso seria spoiler. Com a exceção de uma Kristen Stuart bem apagada, as atuações de todos são bem desenvolvidas, um destaque a Elle Fanning (é inevitável não sentir raiva da menina mimada) e Nicole Kidman.

O Estranho que Amamos é um filme que não deixa pontas soltas, que mostra o quanto uma variável (nesse caso, o cabo) pode mudar um contexto inteiro, e que toda escolha tem uma consequência e que as vezes fazemos o extremo quando realmente precisamos. E se você é fã de filmes de época ou dos filmes de Sofia Coppola, este certamente é uma boa pedida.

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