Canal: HBO;
País: EUA;
Ano: 2014;
Status: 2ª temporada (renovada);
Episódios: 8;
Duração: 54 - 60 minutos;
Gênero: Drama, Crime;
Criador/Roteirista: Nic Pizzolatto;
Direção: Cary Joji Fukunaga;
Elenco principal: Matthew McConaughey, Woody Harrelson, Michelle Monaghan, Alexandra Daddario;
SINOPSE
A primeira temporada conta a história dos detetives Rust Cohle e Marty Hart investigando um possível serial killer em 1995 e depois com a reabertura do caso em 2012.
RESENHA
A série possui o formato de uma antologia (assim como a série American Horror Story), por isso esse post é voltado apenas para a história da primeira temporada e não terá spoilers! Sem dúvidas, essa temporada de True Detective a transformou em uma das melhores séries que já assisti. E não, isso não é exagero de minha parte. Os oito primeiros episódios marcaram uma audiência média de 11.2 milhões de espectadores e foi muito bem recebida pelos críticos. True Detective é o resultado de uma boa direção, com um excelente roteiro, fotografia, trilha sonora e ótimas atuações.
Rust (Matthew McConaughey) e Marty (Woody Harrelson) |
Hart (Woody Harrelson) |
O que me chamou a atenção além da atuação de McConaughey foi
a do ator Woody Harrelson. Talvez por estar acostumada a vê-lo em
filmes de comédia, de início foi difícil eu levar ele a sério. Hart, é sentimental, se define como um pai de família preocupado em cuidar de sua esposa e filhas, mas que acabada saindo dos trilhos às vezes. O que torna tudo mais atraente, é o quão oposto são os dois personagens: A filosofia realista de Rust contra o positivismo e pensamentos esperançosos de Hart, resultam em diálogos incríveis durante toda a temporada.
A influência do livro O Rei de Amarelo
Livro pela Ed. Intrínseca |
Em primeiro lugar: se você gosta das obras dos escritores H.P. Lovecraft e Robert W. Chambers, as influências em True Detective são gritantes! O livro O Rei de Amarelo de 1985, foi escrito por Chambers e é um conjunto de contos baseados em uma peça de teatro fictícia que enlouquecia aqueles que liam até o fim. Partindo deste princípio, deu a entender que na série O Rei de Amarelo é o livro COM a peça fictícia que era lida por alguns e que na série a peça existe. (Pelo menos foi o que pude concluir, se você já assistiu e possui outra forma de pensar sobre a influência do livro, deixe aqui nos comentários!). Ah, e True Detective não é uma adaptação desse livro e muito menos sobre o livro. É que a série pega emprestado elementos usados na história fictícia de O Rei de Amarelo e o emprega em seu enredo como parte das crenças do assassino. Quem leu o livro irá encontrar referências para todos os lados, como a coroa, Carcosa e as estrelas.
Trilha Sonora
Em todos os episódios da primeira temporada, a música tema é Far from Any Road da banda The Handsome Family, que de certa forma conversa com a história. Outra músicas também são utilizadas para se encaixarem nas cenas, tanto no ritmo, no acontecimento ou no que a letra diz. Exemplos são as músicas: Sign of the Judgement por The McIntosh County Shouters, Rocks and Gravel do Bob Dylan e You Better Run to the City of Refuge de C.J. Johnson.
Bônus
Na internet há diversas teorias, piadas e artes feitas por fãs sobre a série. Recomendo que após assistir (ou para quem já assistiu), ler este post do blog A Cruz e a Empada que possui algumas teorias bem legais. Há também diversos blogs interessantes no Tumblr que falam sobre a série, mas vou indicar dois: um é o blog americano True Detective Conversations que monta novos diálogos super engraçados para os personagens de ambas as temporadas. O outro é o Stars-Carcosa que eu administro. Lá tem arte dos fãs, teorias, piadas e tudo relacionada a primeira temporada (em inglês e português).
Plano sequência de 6 minutos
Não dando muitos detalhes para não estragar sua experiência, no quarto episódio há uma cena específica, que foi gravada durante seis minutos seguidos não passando depois por cortes ou edições. Isso é conhecido como plano sequência. Caso você não se importe com spoilers e queira assistir essa cena, clique AQUI. É de tirar o fôlego.
A filosofia de Rust Cohle
Rust (Matthew McConaughey) |
O ator Matthew McConaughey (Clube de Compras Dallas, Interstellar) está incrível. Já faz um tempo que ele começou a se envolver mais com produções dramáticas e deixou de lado a onda de filmes de comédia romântica que ele tinha embarcado. Ganhador do Oscar de Melhor Ator em 2014 pelo filme Clube de Compras Dallas (fica a recomendação), Matthew surpreende em True Detective. Assim como na maioria das séries, filmes
ou livros, o que chama atenção é a peculiaridade de um personagem e em
True Detective não é diferente. McConaughey faz de Rust um homem
excêntrico, profundo, lógico, estrategista e
indiferente com a sua vida pessoal ou a de seu colega. As fases que o personagem possui é de extrema delicadeza nos gestos e movimentos, sendo cada uma muito singular. Ele é meticuloso, detalhista e “mergulha de cabeça” no trabalho. Rust possui algo tão obscuro e triste guardado consigo, que formou uma nova personalidade e perspectiva de vida. Com diálogos que exploram seu lado distópico, suas frases expressam os sentimentos sufocados por ele.
"Me considero um realista, certo? Mas, em termos filosóficos, sou o que se chama pessimista. Acho que a consciência humana foi um erro na evolução. Nós nos tornamos muito autoconscientes. E a natureza criou um aspecto da natureza separado de si mesmo. Nós somos criaturas que não deveriam existir pela lei natural." – Rust Cohle
E se você acha que é só mais uma série sobre investigação e crimes, não se engane! O modo como é contada a história, a abordagem usada para exibir ao espectador os acontecimentos e os detalhes da investigação vão muito além de “só mais uma série de crimes”. Estou falando da qualidade que é apresentada. Em True Detective você não vai encontrar diálogos com recursos clichês e óbvios que encontramos em filmes ou séries com os típicos “parceiros de investigação”. Não, é tudo muito mais realístico.
Veja o trailer a seguir:
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