Resenha: Louca | Chloé Esposito



Título: Louca
Editora: Globo Livros
Autor: Chloé Esposito
Número de páginas: 360
Sinopse: A vida de Alvie Knightly está um caos: odeia o seu emprego, sua vida amorosa não lhe empolga mais e ela passa a maior parte do dia bêbada. A existência de Alvie parece exatamente o oposto da de sua gêmea idêntica, a perfeita, Beth. Enquanto ela passa a maior parte do tempo stalkeando os outros nas mídias sociais, come kebabs no café da manhã e sua companhia mais constante é o seu vibrador, Beth casou-se com um italiano atraente e podre de rico, tem um belo bebê e sempre foi a favorita da família. 

Depois de ser demitida e jogada na rua pelos colegas de apartamento, Alvie viaja à Sicília e, assim que chega, Beth pede para trocar de lugar com ela por apenas algumas horas para que ter algumas horas só para si, sem as cobranças do marido e a responsabilidade com o bebê. Alvie se anima com a chance de assumir a existência magnífica da irmã, mesmo que só por pouco tempo. Mas quando a noite termina com Beth morta no fundo da piscina, Alvie percebe que esta é a chance de mudar sua vida. Ela é louca, má, perigosa — e irresistível.


Resenha



Durante a divulgação do livro, fiquei louca para conhecer Alvina Knightly e todo o seu modo excêntrico de ser. No entanto, ao longo da leitura me senti dividida e soube que seria muito difícil decidir quantas estrelas a obra merecia. Em alguns momentos me diverti e gostei da Alvie; em outros, achei que ela era tão exagerada e pouco convincente que fiquei com vontade de pular alguns parágrafos.

Alvie é a loser cujos planos de vida nunca deram certo e que vive à sombra de Beth, sua irmã gêmea perfeita e com uma vida mais perfeita ainda (o que inclui um marido italiano estupidamente gato, um filho lindo que poderia ser o garoto propaganda de fraldas e uma villa incrível na Itália). Enquanto a irmã é rica e aproveita tudo que o dinheiro pode comprar, Alvina tem um trabalho que considera medíocre e vive em um apartamento caótico com os imundos, sonhando com o dia em que alguém verá o seu valor e que o Channing Tatum note que ela existe. Inesperadamente, Alvie começa a receber e-mails e ligações de Beth pedindo para que ela viaje até a Itália e passe alguns dias aproveitando (leia-se invejando) com a irmã preferida. Sim, por que até mesmo a mãe das gêmeas prefere Beth, é claro.

Após perder o emprego por justa causa — fato que deixa claro que a personagem principal é realmente louca —, Alvina decide acatar o pedido da irmã e viajar para a Itália. O que ela não sabia era que isso mudaria toda a sua vida para melhor ou pior (depende do ponto de vista de quem lê). E é neste momento que a história começa e nós, leitores, percebemos que nada é o que parece e que a vida maravilhosa e de glamour pode ser uma grande ilusão. Além disso, Alvie conclui que a irmã pode ser tão perigosa quanto ela. Beth tem um plano muito bem esquematizado, mas que, para o seu próprio azar, dá errado e garante a Alvina a vida que ela sempre sonhou. Uma noite, uma bebedeira e as irmãs trocando de lugar... Pois é, o destino, ou qualquer força cósmica superior, permite que Alvie, ao menos uma vez, desfrute do que há de melhor e pior na vida.

Sexo, mortes, drogas e rock ‘n roll! — a definição perfeita da vida de Alvie.

O enredo é completamente diferente e foge do clichê, o que é um ponto positivo. A autora também soube explorar o lado humano das personagens quanto ao fato de todas elas serem a verdadeira dualidade quando o assunto é personalidade (elas não são nem totalmente boas, nem más). Alvie é aquela vilã que tem uma aura cômica que tende ao sarcasmo, colocando apelidos nas pessoas e imaginando tudo aquilo que temos vontade de dizer e que, quase sempre, guardamos para nós mesmos. Outra coisa muito interessante são as digressões presentes em alguns capítulos, as quais mostram a infância e a adolescência das duas irmãs e que, às vezes, parecem tentar justificar as atitudes de Alvina. Por mais absurda que ela seja, não há como odiá-la. Ela é meio que a Nazaré Tedesco versão moderna e rica: loira, poderosa e má. Outra coisa que gostei foi o fato de o livro ser dividido em partes que fazem referência aos pecados capitais. E, se você está acostumado a enredos mais leves e personagens não tão absurdas, esta não será uma leitura tranquila.

Apesar destes aspectos que me agradaram, preciso confessar que achei a Alvina meio sociopata, o que não seria um problema se ela também não fosse imatura e pensasse em coisas estúpidas. Sério! Algumas vezes senti vontade de eliminar parágrafos com descrições desnecessárias e coisas que não tinham relevância. Alguns diálogos também são um pouco bobos, especialmente para personagens adultas. Além disso, achei que em alguns momentos de clímax as situações foram pouco exploradas. Uma cena também me deixou desconfortável porque, apesar de toda a loucura de Alvie, era irracional até para ela. Óbvio que não darei esse spoiler, mas você pode saber que envolve sexo e uma arma.

Sexo, drogas e assassinato: como não gostar?



Ao concluir o livro, percebi que até mesmo os mais espertos e perigosos não ganham sempre, mas que, ainda assim, é possível se arriscar a conquistar o Channing TatumVai que cola, não é?! Afinal, a vida é louca e não nos custa nada tentar aproveitar o que há de melhor — e pior — nela.

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