Crítica: Os Parças


Título: Os Parças
Data de lançamento 30 de novembro de 2017 (1h 40min)
Direção: Halder Gomes
Gênero Comédia
Nacionalidade Brasil 
Elenco: Tom Cavalcante, Whindersson Nunes, Tirullipa, Bruno di Luca, Paloma Bernardi, Oscar Magrini, Taumaturgo Ferreira

Sinopse: Chantageados e enganados por um ambicioso trambiqueiro (Oscar Magrini), Toinho (Tom Cavalcante), Ray Van (Whindersson Nunes), Pilôra (Tirullipa) e Romeu (Bruno de Luca) precisam organizar uma festa inesquecível de casamento sem nenhum dinheiro no bolso. Caso falhem, terão que lidar com o maior contrabandista da famosa rua 25 de Março em São Paulo, que é também o pai da noiva (Paloma Bernardi).



                                                       Resenha

As imagens no início, ao alcançar certa velocidade com movimentos panorâmicos horizontais, incomodam o espectador, apesar do objetivo ser mostrar a dinâmica rápida de São Paulo. Por outro lado, o início mais se aproxima de uma produção Hollywoodiana filmado no Brasil, o que funciona bem. Há certa demora proposital para aparecer o nome do filme com objetivo de introduzir os personagens.

 Três dos Parças são do Piauí e ceará, o que mais tarde abordará a situação do nordestino em São Paulo. A comédia começa a ser mais explícita a partir da introdução do policial. Os apelidos e nomes dos quatro são revelados, como sendo Pilôra, toinho voz de veludo, Romeu e Ray Van.


Os Parças se unem e por terem sido ajudados a não serem capturados pela polícia, precisam ajudar o dono do estabelecimento em que se esconderam  a enganar o rei da "25 de março", um dos maiores chefes do crime. Posteriormente, começa a ser apresentado o vilão e a maldade do rei de 25 de março. A palheta de cores varia entre as quentes, na confusão entre os "Parças", e as tonalidades frias e cinzas que simbolizam São Paulo. 

Há super-closes nos rostos dos Parças, desesperados, que beira a comédia infantil personificada e exagerada. As câmeras subjetivas não foram alcançaram seu objetivo de fazer com que o espectador sentisse que estava "brigando", de forma engraçada. Nesse momento a imagem incomoda um pouco, principalmente com a aproximação das mãos, por exemplo, na câmara desfocando o resto. 

Em alguns momentos é possível ver mais claramente um diálogo "brasileiro", faz-se piada com o Ceará, com os paulistas, com a dificuldade de "conseguir mulheres" e o objetivo de casar.  Nesse momento a finalidade era mostrar o brasileiro descontraído, em meio às cervejas, em seu momento de desolação e certa vulnerabilidade. Por outro lado, assim como em muitas conversas de bar de brasileiros, a sexualização da mulher é bem explícita.

A produção sonora realmente não combinou muito com os momentos, passando bruscamente de músicas alegres para de mistério, e voltava para musica alegre, e aí volta para um piano (com ritmo para demonstrar tom se sensualidade), em poucos minutos e sem transição lógica para os ouvidos. 

O momento da dança é um semblante interessante, a paleta de cores combinou incrivelmente bem  e a sonora se encaixa. Há uma introdução maior ao noivo e à noiva, começando a trabalhar suas personalidades.  a participação de Wesley Safadão, que até funciona bem como ator, mas a sonora prejudica novamente o momento. 

Alguns momentos de comédia são muito bons, a partir do momento que algumas piadas são bem feitas. É interessante a abordagem do sofrimento dos nordestinos, tratados como clandestinos. As confusões posteriormente são extensas, as diversas vezes em que foram quase sequestrados são mal trabalhadas, mas a união dos camelôs é bonito de assistir, além de interessante. A participação do Neymar é uma boa tirada. No fim, considero uma boa comédia brasileira, às vezes forçada, o que beirava a personificação do infantilizado, mas como há cenas bem trabalhadas e o desenvolvimento da trama é interessante, vale a pena conferir para tirar suas próprias conclusões.

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