Liga da Justiça | Crítica

Liga da Justiça : PosterTitulo: Liga da Justiça
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Chris Terrio , Joss Whedon
Elenco: Gal Gadot , Jason Momoa , Henry Cavill , Ben Affleck , Amy Adams , Ray Fisher, Ezra Miller, Jeremy Irons
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
Nacionalidade EUA
Classificação: 
Sinopse: Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) convoca sua nova aliada Diana Prince (Gal Gadot) para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes - Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller), poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.

Resenha : A maior estreia da semana chega com uma missão quase esmagadora :  Estabelecer uma coerência em seu tom e se juntar a Mulher Maravilha na tentativa de firmar seu lugar no universo de heróis. Não podemos dizer que o esforço foi em vão.  A DC/Warner escolheu mudar totalmente sua vertente, do cenário sombrio que encontramos em Homem de Aço e Batman vs. Superman, para algo mais leve e cheio de piadinhas. Nem sempre funciona, mas já é um começo. Olhando para os problemas que a produção teve para que o filme finalmente chegasse aos cinemas - saída/substituição de diretor, regravações, aumento do orçamento original, conflitos de agenda e o bigode de Henry Cavill - é importante dizer que o resultado é satisfatório, mas está bem longe da perfeição.

Zack Snyder está lá, mesmo que tenha abandonado a produção por motivos tragicamente pessoais, é evidente a sua presença nas cenas em câmera lenta ou no corte entre uma cena ou outra, mas é possível perceber que há um problema grave de identidade nesse longa. Isso porque escolheram o caminho de uma trama simplista – O destruidor de mundos veio roubar caixas maternas, dias para a destruição, precisamos formar uma equipe, não temos o Superman, e agora ? –  o que não é algo ruim, mas a execução é que tornou as coisas complicadas.

Falando das falhas mais claras, podemos dizer que o CGI é o ponto mais fraco do filme, o que é de fato uma decepção, devido seu orçamento bem robusto (US$ 300 Milhões), o dobro de Mulher Maravilha, por exemplo. Com tanto dinheiro, é muito difícil entender o rosto deformado de Henry Cavill (era necessário esconder seu bigode, já que, durante as regravações, ele também filmava Missão Impossível 6 e isso fazia parte da caracterização de seu personagem) ou de um péssimo, primitivo, caricato - e beirando ao amadorismo – Lobo da Estepe. Os fãs das HQ’s vão sentir o sabor agridoce de ter um dos vilões mais fortes do seu universo sendo reduzido ao vilão descartável, cuja presença tem como único objetivo “dar liga” – com o perdão do trocadilho – aos heróis. Não representando perigo em momento algum, muitas vezes sua força  era equiparada ao próprio Aquaman ou Mulher Maravilha, sendo constantemente atirado de um lado para o outro, sem dar a sensação de que somente todos juntos poderiam derrotá-lo. Não há nada de importante ou memorável no Lobo - a ligação a Darkside (como sugerido em B. vs S.) é inexistente e seus objetivos sequer são indulgentes. O roteiro também não ajuda em muitos aspectos, evidenciando frases de efeito bem incomodas e as piadas exacerbadas. Eu sei, as piadas estão aqui por motivos válidos e, por mais que nem sempre acertem, não é de todo ruim.

Falando dos acertos, vamos falar dessa trindade maravilhosa, posso dizer com clareza que, apesar dos pesares, nos enche de orgulho. Você pode até reclamar que Batman saiu do ar cansado e dark para o tiozão humorado e com remorso pela morte do símbolo da esperança humana ou da tensão sexual com outra personagem bem querida (nada disso me incomodou, mas você conhece o ser humano, não é mesmo?). Entretanto não há do que reclamar de Gal Gadot – que evidentemente está bem confortável em seu papel -  e de Henry Cavill – a interpretação, deixemos isso bem claro – do Superman que de fato conhecemos. Eles são sim os pontos altos do filme, mas não menosprezam os outros três. Ray Fisher interpreta o Ciborgue clássico e atormentado por viver num corpo que não é dele e que ainda está em processo de aprendizagem. Jason Momoa, um rebelde Aquaman de espirito livre, que não se importa com nada além do seu território e sua cachaça e, o ponto delicado desse elenco, Ezra Miller, com seu Flash engraçadinho, empolgado por ter, pela primeira vez na vida, se enturmado. Caiu sobre os ombros de Ezra a responsabilidade de ser o alívio cômico de praticamente todo o filme, mas concluo que, no final das contas, deu para rir um pouco e seu Flash é bem interpretado, dentro de suas possibilidades.

Liga da Justiça pode não ser o melhor filme já feito sobre a junção de heróis ou do seu universo, mas ele cumpre o que prometeu. Com o objetivo de ser mais leve, ele diverte, e apesar das falhas graves, entrega o que foi combinado. Há boas cenas de ação, boas interações, alguns efeitos (como os de Flash) bonitos, e protagonistas que valem a pena, tornando-o assim uma boa sessão pipoca. No mais, tudo que posso desejar é: Que venham os próximos!

P.S.: HÁ SIM CENAS EXTRAS E É SIM IMPORTANTE FICAR ATÉ O FINAL DOS CRÉDITOS

Bom filme pra você.

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