Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha | Crítica

Victoria e Abdul - O Confidente da Rainha : PosterTítulo: Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Lee Hall
Elenco: Judi Dench, Ali Fazal, Adeel Akhtar, Michael Gambon
Nacionalidade e lançamento: Reino Unido
Classificação:Nenhum texto alternativo automático disponível.

Sinopse: 1887, cidade de Agra, na Índia. Dois jovens locais são escolhidos para viajar até Londres de forma a presentear a rainha Victoria (Judi Dench) com uma valiosa moeda local. Ao chegar, tanto Abdul (Ali Fazal) quanto Mohammed (Adeel Akhtar) estranham bastante os costumes da realeza britânica, sempre a postos para mimar a rainha. Ao entregar a moeda, Abdul quebra o protocolo e encara a monarca. Tamanha ousadia chama a atenção da rainha Victoria, que através de várias conversas não só passa a conhecê-lo melhor como também o transforma em seu conselheiro. Esta decisão não agrada nem um pouco a corte inglesa, que não entende como um humilde indiano pode ser detentor de tal honraria.


Resenha: Uma rainha no auge do seu cansaço, entediada com a bajulação da nobreza e esperando pacientemente - e com uma amargura evidenciada - a hora de sua morte. É assim que encontramos a regente cujo reinado fora um dos mais longos da história britânica – Perdendo apenas para Elizabeth II. Em contrapartida, somos apresentados a Abdul, um escrivão indiano, que fora convocado para entregar um presente a rainha por ser um homem alto. Aparentemente não há nada de especial nele além da curiosidade em encontrar um novo mundo, mesmo que seja rapidamente. Abdul é a definição de “agarre todas as chances que puder” e ele fez. A tarefa era bem simples: entregar uma moeda. Não preciso dizer que, se estamos contando essa história, obviamente algo deu muito errado. Ou muito certo.

Em Vitória e Abdul – O Confidente da Rainha, pode até parecer que o filme retrate algo do mesmo – mais sobre monarquia e só – lei do engano. O contraponto é a amizade entre duas pessoas diferente. Cultura, educação, visão e perspectivas. Não havia nada neles que fosse parecido, além de respeito mútuo e sede por conhecimento. Há aqui o brilhantismo de mostrar que coragem rompem barreiras sociais, etiqueta ou qualquer outro laço que nos impeça de socializar. Ser amigo de alguém é um eterno processo de desnudamento de ideias e agregação de valores. É evidente que, apesar da premissa, nem tudo seriam flores.

Stephen Frears, diretor de filmes conhecidos pela temática – como por exemplo, A Rainha (2005) – faz um bom trabalho em retratar o quão precisa e impecável a vida na corte britânica deveria ser. É exatamente aí, nesse excesso que quase beira a perfeição é que entendemos o ar de superioridade e do que entendem como ultrajante. Um indiano era um ser inferior, oriundo de um país de bárbaros e que jamais deveria estar na presença da realeza.

Judi Dench interpreta muito bem uma senhora que vai do tédio a alegria e da alegria ao cansaço de ter que lutar constantemente contra a correnteza do preconceito. Ela e Ali estão em sintonia e são capazes de nos transportar para cada emoção e sentimento. Estamos felizes quando estão felizes, estamos tristes quando estão tristes. O problema mais evidente do filme é a linha do tempo. Ela não permite que o espectador entenda o quanto se passou. Pela lógica seriam 14 anos ou mais, porém a sensação é que se passaram apenas meses.

Vitória e Abdul – O Confidente da Rainha é um ótimo filme para você que gosta das histórias monárquicas, de enredos baseados em fatos ou apenas de uma boa história. Fala de amor, das formas de amar e como tais não se limitam a moldes como idade, cultura e posição social. Fala também de um mal entranhado na nossa sociedade e que deveria ser visto, analisado e falado com mais frequência e menos polidez: O PRECONCEITO. 116 anos após a morte da era vitoriana, ainda se tem muito a ser contado. Tomando o exemplo de Vitória, não devemos nos limitar há quantos anos temos, ou com quem a sociedade acha que devemos nos relacionar, a vida está aí pra ser vivida, aproveitada e saboreada, como uma manga fresca. No mais, só posso deseja uma coisa:


Bom filme para você.

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