Crítica | Com amor, Van Gogh

Título: Com amor, Van Gogh

Direção: Dorota Kobiela e Hugh Welchman

Elenco: Robert Gulaczyk, Douglas Booth, Jerome Flynn, Saoirse Ronan, Helen McCrory, Chris O'Dowd, John Sessions, Eleanor Tomlinson e Aidan Turner

Classificação:

Sinopse: Em 1891, um ano após a morte de Vincent van Gogh, é encontrada uma carta dele para o irmão Theo. Armand Roulin (Douglas Booth), é incentivado por seu pai - carteiro cujo era amigo do artista - a entregar a carta para o irmão do falecido. Ao iniciar sua jornada em busca de Theo, Armand acaba sendo redirecionado para uma investigação sobre o suicídio do pintor.
Resenha

Homenagem em forma de obra-prima

Fazer arte apenas com objetivos artísticos é um trabalho árduo - nem sempre conseguindo uma conclusão - cujo deve ser reconhecido e admirado. A arte pela arte é a melhor forma de seduzir o espectador porque ela trabalha em prol de uma estética cujo é capaz de atingir os níveis sociais, críticos, sentimentais e psicológicos tornando-se, ao final da sessão, um fator de mudança pessoal para todos os presentes. A animação biográfica Com amor, Van Gogh (originalmente chamada Loving Vincent) põe em prática todas essas características tornando-a uma obra cinematográfica magnífica.

O simples mencionar da ideia geradora do novo projeto da BreakThru Productions e Trademark Films causou um frenesi ao redor do mundo. Todos os fãs de arte - sejam da terceira ou sétima - ansiaram pela estreia uma vez que ela traria um novo olhar sobre a vida, morte e o patrimônio artístico do brilhante pintor Vincent van Gogh. Através de uma inovação no campo das animações, os diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman apresentam ao público um filme feito completamente com tinta a óleo. A obra-prima é uma bela e cuidadosa homenagem à memória e ao legado de Vincent, cujo passou pelas pinceladas de 125 artistas diferentes, dando ao trabalho final um aspecto impecável.

A produção é capaz de encantar o público em sua totalidade, fazendo dela, portanto, algo que vai muito além de um filme para amantes da pintura ou fãs do Vincent; Com amor, Van Gogh é uma obra que enaltece a arte e cria uma fagulha de vislumbre acerca da própria arte. Há um cuidado ao introduzir o trabalho do pintor de maneira palpável e dinâmica para que o público se sinta, em sua totalidade, envolvido pela história. E foi justamente por ter uma execução visual magistral, inovadora e impecável que a película foi vitoriosa em diversas categorias e premiações e agora concorre, na categoria de "Melhor Animação", a um dos mais esperados prêmios do ano: o Globo de Ouro.

Assistir ao produto final de Kobiela e Welchman é, portanto, uma aula de história da arte; uma viagem no tempo; um excitante mistério, além de ser, também, uma sessão de beleza visual sem fim. O conjunto artístico - tanto por parte dos pintores quanto dos atores - acrescido de uma história interessante e curiosa faz com que qualquer deslize existente na produção seja ignorado; a exemplo da falta de clareza existente no roteiro que se torna secundária graças a dinâmica usada entre as cenas, fazendo com que o espectador compreenda o contexto, por mais confuso que ele seja passado. Dessa forma, a arte de Vincent van Gogh está expressa nas telonas do mundo através da arte de centenas de outros pintores e pintoras que expressam a arte criada por toda a equipe do filme, dando vida a uma obra-prima que chega para marcar a história do cinema.

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