Título: Extraordinário
Lançamento:07 de dezembro
Direção: Stephen Chbosky
Gênero: Drama
Nacionalidade: EUA
Sinopse: Baseado no livro de R.J. Palacio, "Extraordinário" narra o drama de Auggie Pullman, garoto de 10 de anos de idade que possui uma grave deformação no rosto desde seu nascimento. Com isso, ele terá que frequentar o ambiente escolar pela primeira vez e também todos os conflitos originários de sua diferença.
Resenha
Extraordinário e a importância de ter alguém no mundo.
Te convido a imaginar a dura rotina
de um crítico de cinema. Figura essa que, encara como trabalho ou hobby – de
forma solitária, o que para a grande maioria das pessoas é um programa para o
deleite e, justamente por isso, geralmente está acompanhado de alguém na cabine
ao lado. Somado a tal abstração, é importante ressaltar que esse crítico está em sua primeira jornada e,
para finalizar o drama pessoal, o objeto de análise aborda, dentre outras
coisas, a importância de se ter alguém ao lado.
Esse filme é “Extraordinário”, o qual
conta a história Auggie Pullman (Jacob Tremblay), garoto de 10 anos que nasceu
com uma grave deformação facial, e, mesmo após uma série de cirurgias
estéticas, não obteve o resultado esperado. Assim, a trama começa quando sua
mãe Isabel (Julia Roberts) o convence a ir para escola pela primeira vez na
vida e, consequentemente, enfrentar as dificuldades da integração social.
Deve-se destacar que o problema a ser encarado por Auggie é puramente de
natureza estética e sua aceitação ou não por parte das outras pessoas –
levantando no decorrer da narrativa toda a discussão daquilo que é considerado
e construído como belo ou não pelo senso comum.
Apesar de ser um drama, “Extraordinário”
transita bem por outros gêneros a exemplo da comédia – a partir de personagens
bem humorados como o próprio Auggie, seu pai (Owen Wilson) e cenas muito bem
dirigidas principalmente no cenário escolar; e também pela ficção – já que a
cada vez mais popular franquia Star Wars também é uma paixão do principal
personagem, criando assim um elo do mesmo com público. Além disso, Star Wars
também funciona muito bem como uma fuga da realidade tanto para Auggie como
para quem o assiste, criando uma linguagem lúdica muito bem desenhada a partir
de elementos da cultura pop.
Com isso, “Extraordinário” aborda,
com leveza, temas pesados como bullying, dificuldades de interação social,
depressão e efeitos colaterais do problema de Auggie que esbarram em
personagens como sua própria mãe e sua irmã Via (Izabela Vidovic). Aqui, cabe
um adendo do como Auggie personifica pessoas que inegavelmente tem problemas
graves e, por isso, tendem a menosprezar a dor alheia. Por isso que o drama
vivido por sua irmã torna-se não só uma forma do filme possuir outros grandes e
fortes personagens mas também cria uma forma de empatia com o público quando dá
voz a outros dramas.
Contudo, enxergo nesses distintos
problemas uma origem comum: a importância de ter alguém no mundo e sentir-se
incluso. Seja num matrimônio, num grupo de amigos, com a família, com um namoro
adolescente ou até mesmo com seu animal de estimação. Dessa maneira,
“Extraordinário” constrói com louvor sua narrativa, convence e emociona tanto
pelo roteiro como pelas atuações e, principalmente, fomenta a importância de se
ter alguém conhecido ao lado na poltrona. Tornando ainda mais difícil a missão
do crítico ao final do filme.
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