Resenha: A vida que enterramos | Allen Eskens

Título: A Vida que Enterramos

Editora: Intrínseca

Autor: Jeremy Bates

Número de páginas: 272

Classificação:

Sinopse: A única coisa que Joe Talbert deseja é terminar o trabalho da faculdade: entrevistar um estranho e escrever uma breve biografia. Com os prazos se aproximando, o garoto decide ir a um asilo para encontrar o tão desejado objeto de trabalho. Lá ele conhece Carl Iverson e logo a vida de Joe vai ter mudado para sempre.

Veterano da Guerra do Vietnã, desenganado com apenas alguns meses de vida, Carl foi internado na casa de repouso em liberdade condicional devido ao estágio avançado de câncer depois de trinta anos preso pelos crimes de estupro e assassinato. À medida que escreve sobre a vida de Carl, principalmente sobre o período que o homem passou na guerra, Joe começa a ter dificuldade de conciliar o heroísmo do soldado com os desprezíveis atos do criminoso.

Acompanhado de Lila, sua vizinha cética, Joe se lança em uma busca pela verdade, mas lidar com a mãe perigosamente disfuncional, a culpa de deixar o irmão autista sozinho em casa e uma lembrança assustadora vão malograr seus esforços.

Fio por fio, Joe começa a desfazer a intricada tapeçaria do crime de Carl, mas, quanto mais se aproxima das reais circunstâncias do crime, mais nós aparecem. Joe vai conseguir descobrir a verdade ou já é muito tarde para escapar?

Resenha

  Joe Talbert é um cara que tem uma vida de merda, filho de uma mãe bipolar, manipuladora e agressiva, nunca conheceu o pai e desde criança teve que tomar conta do irmão autista nas inúmeras vezes que a mãe saía para encher a cara. Ele começou a trabalhar para ganhar seu próprio dinheiro assim que teve idade para isso mas toda vez que sua mãe não tinha dinheiro suficiente para pagar o aluguel era a grana dele que ela usava.

   Aos 21 anos, Joe conseguiu juntar esconder da mãe dinheiro suficiente para se manter na faculdade, então faz as malas, se despede do irmão e dá o fora da cidade. Mas isso não significa que as coisas se tornam mais fáceis para ele: morando em um apartamento minúsculo, dando duro como segurança em um bar e lutando para manter os trabalhos da faculdade em dia, ele continua tendo que lidar com a manipulações e as crises da mãe enquanto se sente culpado por deixar o irmão, a quem protegia.

   A nossa história começa justamente quando Joe resolve ir em busca do material necessário para um dos trabalhos solicitados na faculdade: escrever uma biografia. Como não conhece ninguém que poderia/gostaria entrevistar, Joe resolve ir até uma casa de repouso e conversar com algum morador para poder terminar o trabalho de uma vez, uma vez que qualquer um deles, dado sua experiência de vida, teria inúmeras histórias interessantes para contar. 

   O problema é que, segundo a diretora do lugar, os idosos estão ali porque "sofrem de doença de Alzheimer, de demência ou de alguma outra doença neurológica, não conseguem lembrar nem dos próprios filhos, muito menos de detalhes de sua vida".

   O único morador do lugar com domínio suficiente da própria mente para falar sobre sua vida é um veterano da guerra do Vietna, Carl Iverson, que passou os últimos trinta anos na prisão pelo estupro e assassinato de uma adolescente e ganhou liberdade condicional por estar morrendo de câncer.  

   Os diálogos com Carl começam a despertar a curiosidade de Joe, e com a ajuda de sua vizinha Lila, ele resolve investigar os detalhes do caso para ter uma visão mais clara sobre o homem que esta entrevistando. 
   Para isso Joe vai atrás do relatório do processo que condenou Iverson e da única pessoa que mantém contato com Carl na casa de repouso: um velho amigo chamado Virgil, que combateu ao seu lado no Vietnã,  e que garante que Carl jamais seria capaz de fazer algo como aquilo de que o acusavam.

   Agora Joe precisa decidir o que vai fazer e pensar muito bem nos próximos passos.  

Será que vale a pena mexer com uma história tão antiga, especialmente quando sua resolução não vai trazer beneficio algum ao principal interessado? Carl passou 30 anos de sua vida na prisão, está com câncer terminal e nada que aconteça vai mudar isso, mas o verdadeiro assassino pode estar a solta e fazendo mais vítimas há um longo tempo.