Título: 120 batimentos por minuto
Direção: Robin Campillo
Elenco: Nahuel Pérez Biscayart, Arnaud Valois, Adèle Haenel e Antoine Reinartz
Classificação: ![](data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAgAAAQABAAD/7QCcUGhvdG9zaG9wIDMuMAA4QklNBAQAAAAAAIAcAmcAFDFmN1hiV3ptaktFRnl3WEdlaWZ2HAIoAGJGQk1EMDEwMDBhYzAwMzAwMDA1MDA0MDAwMDJkMDUwMDAwNWMwNTAwMDBlMTA1MDAwMDEzMDcwMDAwMzQwODAwMDA2YjA4MDAwMGFiMDgwMDAwMTEwOTAwMDBjNDBhMDAwMP/iAhxJQ0NfUFJPRklMRQABAQAAAgxsY21zAhAAAG1udHJSR0IgWFlaIAfcAAEAGQADACkAOWFjc3BBUFBMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAD21gABAAAAANMtbGNtcwAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAACmRlc2MAAAD8AAAAXmNwcnQAAAFcAAAAC3d0cHQAAAFoAAAAFGJrcHQAAAF8AAAAFHJYWVoAAAGQAAAAFGdYWVoAAAGkAAAAFGJYWVoAAAG4AAAAFHJUUkMAAAHMAAAAQGdUUkMAAAHMAAAAQGJUUkMAAAHMAAAAQGRlc2MAAAAAAAAAA2MyAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHRleHQAAAAARkIAAFhZWiAAAAAAAAD21gABAAAAANMtWFlaIAAAAAAAAAMWAAADMwAAAqRYWVogAAAAAAAAb6IAADj1AAADkFhZWiAAAAAAAABimQAAt4UAABjaWFlaIAAAAAAAACSgAAAPhAAAts9jdXJ2AAAAAAAAABoAAADLAckDYwWSCGsL9hA/FVEbNCHxKZAyGDuSRgVRd13ta3B6BYmxmnysab9908PpMP///9sAQwADAgICAgIDAgICAwMDAwQGBAQEBAQIBgYFBgkICgoJCAkJCgwPDAoLDgsJCQ0RDQ4PEBAREAoMEhMSEBMPEBAQ/9sAQwEDAwMEAwQIBAQIEAsJCxAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQEBAQ/8IAEQgAGgCYAwAiAAERAQIRAf/EABsAAQACAwEBAAAAAAAAAAAAAAYEBQIDBwAI/8QAGQEBAQEBAQEAAAAAAAAAAAAABAEAAwIF/8QAGQEBAQEBAQEAAAAAAAAAAAAABAEAAwIF/9oADAMAAAERAhEAAAH6nFaYfzvLudzp0m7xMXUWdAk8+aquZCBiWdC3hGS74hAxJOhbwjJd8QgYknQt4REq6DSu154g0hTe2LUae84YuqhzEYbWJr08oEMSWmjaxNemlAhiS00bWJr00oEMSWm//8QAHxAAAgICAgMBAAAAAAAAAAAAAgMBBAAFERITFCMQ/9oACAEAAAEFApIRy1bNllNtDAw2AuPcb7IWUH+PeCV1rZrsi9Jzj3glda2a7IvSc494JXWtmuyL0nNpbluxazaSkkqs0GAzEIOwxqj9UoISypWOw2wLDSUEJZUrHYbYFhpKCEsqVjsN3BfOFmQ6wpi3m4L6eM+moKfLm0Lm3KzgdOU9M2hc25WcDpynpm0Lm3KzgdOU9NpEeJQiKwWsX5sRiXdRgULWB5YAS2MiMxWAADLACWxkRmKwAAZYAS2MiMxWAAD/xAAWEQEBAQAAAAAAAAAAAAAAAAARECD/2gAIAQIRAT8BwxjohCf/xAAeEQADAQADAAMBAAAAAAAAAAABAgMAERITISIxUf/aAAgBAREBPwG1i31/NGrU/Rq3Ln+aVWcEkalyxB0qF17EalyxB0qF17EalyxB06u454zy9aHRTovGMfR2+dFei8bw9GY86S9UA3h6Mx50l6oBvD0ZjzpL1QDf/8QAJxABAAECBgIBBAMAAAAAAAAAAQIAEQMQEiExUSJBExQyYXFCUuH/2gAIAQAABj8C8kK+SE9ovjUVxYCnF8rzkFfUX98fjqvHGhv6vlKamxxXyzl9z5VaGLB/TlKamxxXyzl9z5VaGLB/TlKamxxXyzl9z5VaGLB/TSYyr33kQgXWjBJ+RG16Y4t9X5y+OB/lOFhT8tNhpJG+QR2Dl6qccKVpJtSSN8gjsHL1U44UrSTakkb5BHYOXqsOPbTKMFDloP7CZYcei9fJodPdTj3G+SdBRNg6XhrEj0jknQUTYOl4axI9I5J0FE2DpeGsSPSNQ2/lUSMQLeqkxw4jbrLAuHNabFuqnohE39GWGSiNytKCdU6Yhv6MsMlEblaUE6p0xDf0ZYZKI3K0oJ1TpiG/or//xAAlEAEAAgIBAwQCAwAAAAAAAAABABEhMRBBUcFhgeHwcfGRodH/2gAIAQAAAT8hIsT1aiVhSq9Dr7zK0YyIy7yRAUC8sdjvuYhR2Hsb4sRri22BEpVd2fEuxewvFiNcW2wIlKruz4l2L2F4sRri22BEpVd2fEuxewsZQGx9HfhC+kEylgO1YS1Dnu4CWl29B3jUwRYy1/sUMFyO+LMF3925vaYuKGC5HfFmC7+7c3tMXFDBcjvizBd/duUVdrf4PmaolhghO6h/F+OLKu235fiW9RVji4Tp/wCg/PGCNbz5gcu0MMR0YHv+uMEa3nzA5doYYjowPf8AXGCNbz5gcu0MMR0YHv8AqMZDjKmgYFTr9AAcWUrQ2QoJVrDEQdKwHAUQbE3PWbAxAC/d4OAog2Jues2BiAF+7wcBRBsTc9ZsDEAL93gn/9oADAMAAAERAhEAABCOCpbDfDfDQL8JUF0F0F3/xAAYEQEBAQEBAAAAAAAAAAAAAAABABEhMf/aAAgBAhEBPxBdh2XYdnUOzqHZ1DsmsGWawZdR5dR5dR5f/8QAGxEAAwADAQEAAAAAAAAAAAAAAAERITGhQdH/2gAIAQERAT8Q07Bix+HoiJLA0sOiOKQbtDojikG7Q6I4pCCdmVORIc53cl84nwal3R1EZGOB1EZGOB1EZGOD/8QAJBABAAEDAwUBAQEBAAAAAAAAAREAITEQQVFhcYGRsaHw0eH/2gAIAQAAAT8Q6gKIftbAjQCf9HvFCMM7wAhZzQAII4aQgpQFjjmkxZY5H8R/uaCjEJuu0TM6SCMQZ2iM3YrZicBHMex2igDHhJ6GdJBGIM7RGbsVsxOAjmPY7RQBjwk9DOkgjEGdojN2K2YnARzHsdooAx4SehmkPMRUksHjptjRCKx9DwdaaB3AJk6C26BQQl5SvVLkedElXD9wnikgTeEA32QJPWmAaCwHeZ0iAoG0M2eW1IQgAgzIxO0kk9aYBoLAd5nSICgbQzZ5bUhCACDMjE7SST1pgGgsB3mdIgKBtDNnltVgE2NcsR/NqyKBF7rtUgkdkC+hpYBNkXbEfzehAIZZY8JxRFmKu4B96WgF5DMlz+PFTDEkSHhw0xZ80BH50tALyGZLn8eKmGJIkPDhpiz5oCPzpaAXkMyXP48VMMSRIeHDTFnzQEfmkVAQpgRmpASIAlL2KgBbdl4m4b6YNmAySWeSiAxAAA4jEUihQmyXtY0QBEWlyXnNIkkhAo4htQCmACXrRAERaXJec0iSSECjiG1AKYAJetEARFpcl5zSJJIQKOIbUApgAl6r/9kA)
Sinopse: No início dos anos 1990, o grupo ativista ACT UP de Paris intensifica suas investidas para escancarar a realidade sobre a AIDS. Em meio aos protestos, Nathan (Arnaud Valois), o novo integrante do grupo, se encanta por Sean (Nahuel Pérez Biscayart), forte representante do ACT UP cujo, mesmo estando bem debilitado, segue na luta pela vida dele e de milhares.
Uma narrativa sobre o real
A volta do premiado Robin Campillo (Eles voltaram, de 2004, e Garotos do Leste, de 2013) não poderia ter sido melhor. Depois de quatro anos sem lançar um trabalho com sua assinatura como diretor, Robin está à frente da direção e roteiro (com a cooperação de Philippe Mangeot) do magnífico 120 batimentos por segundo. A estreia do novo drama francês veio acompanhada de muitas indicações no circuito de premiações ao redor do mundo. Aclamado no Festival de Cannes, agora o longa-metragem espera ansioso pela lista de indicados do Academy Awards, uma vez que ele foi o candidato da França para disputar uma vaga entre os indicados ao prêmio de "Melhor Filme Estrangeiro".
Diferentemente do usual, os roteiristas da obra conseguiram trazer para a trama um outro olhar sobre a temática da AIDS. Através de uma narrativa focada no dia a dia do grupo parisiense ACT UP, o público passa a ter uma perspectiva mais abrangente acerca das dificuldades, dores, lutas e estágios da doença que as mais diferentes pessoas tiveram durante a epidemia da década de 1990. O longa põe em pauta, portanto, uma discussão tocante e atemporal sobre os malefícios da ignorância e do preconceito, sem ter, contudo, uma vitimização das personagens. Essa foi, sem sombra de dúvidas, a maior sacada de Campillo e Mangeot, mostrar homens e mulheres que sofreram com a AIDS do jeito que eles são: pessoas comuns cujo única diferença era a constante luta pela vida. E, apesar de existirem grandes produções sobre o tema (como Clube de Compras Dallas, de 2013) talvez 120 batimentos por minuto seja o melhor retrato sobre a realidade de milhares de humanos.
Outro tópico essencial para o longa é a homossexualidade - visto que a taxa de HIV era maior entre os homossexuais. Essa, entretanto, é apresentada sem os estereótipos e julgamentos comumente usados no cinema e na televisão. Para representar bem as dores e lutas dos milhares que viveram ou vivem lutando pela vida - seja por causa da doença ou do preconceito - a escolha do elenco teve extrema importância (e foi certeira). Os protagonistas Nahuel Pérez Biscayart e Arnaud Valois dão um show de interpretação em seus respectivos papéis, causando comoção aos que acompanham suas histórias de vida. Biscayart, Valois e toda a equipe de atores cria uma atmosfera de reflexão e comoção que o enredo exige.
Somado a isso, a fantástica direção de fotografia de Jeanne Lapoirie é a principal responsável por traduzir a tônica do real, sensível e artístico à obra. As cenas de manifestações e protestos com suas cores, planos, enquadramentos e trilha sonora precisas fazem dessa película um trabalho emocionante e profundo. Não que haja a ingênua ideia de mudar qualquer pessoa que assista ao filme, porém existe uma certeza de que haverá algo no público que mudará ao deixar a sessão. Afinal, essa é a função da sétima arte, a capacidade de tocar e fazer refletir. E é dessa forma que o cinema francês acaba de ganhar mais uma espetacular obra cinematográfica que proporcionará ao espectador uma experiência sublime de arte e vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário