Crítica | Correndo atrás de um pai

Título: Correndo atrás de um pai

Direção: Lawrence Sher

Elenco: Owen Wilson, Ed Helms, J. K. Simmons, Katt Williams, Terry Bradshaw, Ving Rames, Harry Shearer, June Squibb, Christopher Walken e Glenn Close

Classificação:

Sinopse: O mundo de Kyle (Owen Wilson) e Peter (Ed Helms) desmorona quando eles descobrem que a história sobre quem era o seu pai foi uma mentira criada por sua mãe (Glenn Close). É a partir dessa descoberta que os irmãos gêmeos terão que superar suas diferenças durante uma longa jornada pelo país em busca de seu verdadeiro pai.

Em busca de um sentido


Não há muito o que falar sobre a nova comédia da Paris Filmes. A estreia de Lawrence Sher como diretor – conhecido até então por seu trabalho como diretor de fotografia de comédias, a exemplo da franquia Se beber não case - foi, infelizmente, no pior projeto possível. Como de costume no universo hollywoodiano, as estreias de final/início de ano são reservadas para os filmes que, por uma série de questões, foram adiados ou não tinham uma data específica para serem lançados. Correndo atrás de um pai é exatamente um desses casos de brechas na agenda de Hollywood. Desacreditado pelo próprio estúdio e com diversos problemas na escolha da vertente de comédia que o filme quer seguir, o debute de Sher é catastrófico.


Justin Mallen foi quem assinou o roteiro do longa-metragem, sem ter o mesmo êxito de seu último trabalho (A última ressaca do ano, de 2016). O enredo escrito por Malen poderia funcionar como uma boa comédia dramática ou até mesmo como um bom drama familiar - se tratado com cuidado - contudo, as mudanças de tonalidade durante a produção da película fizeram com que o resultado fosse uma indecisão entre uma tônica pesada e forçada e uma fraca comédia familiar. Entre trocas de atores (o velho Grinch, Bill Irwin foi substituído pelo eterno Nickanor Chevotarevich d'O franco atirador, de 1978, Christopher Walken) e regravações de cenas para mudar o teor cômico do trabalho, a nova produção da Warner acabou por ser uma comédia mal resolvida.




A salvação do filme – se é que a expressão "salvar" é muito otimista para a situação – é o elenco. Apesar das piadas previsíveis e do desencadeamento de ideias surpreendentes ser inexpressivo, os atores criam uma atmosfera minimamente aceitável para o espectador. O brilhantismo e experiência profissional de Walken, J.K. Simmons (Whiplash, de 2015) Glenn Close (Atração Fatal, de 1988) e até mesmo de Wilson (Meia noite em Paris, de 2011) e suas trabalhadas caricatas ao lado de Helms fazem as duas horas de filme terem algum significado.


Correndo atrás de um pai é, no frigir dos ovos, uma cansativa jornada na tentativa de encontrar um sentido para a baixa qualidade do que é apresentado. O público tem o dever de aproveitar ao máximo as piadas repetitivas e a presença ilustre dos atores para que a sessão seja o mais agradável possível (missão quase impossível). O que poderia ter sido uma ótima comédia familiar – ou até mesmo um grande drama sobre origens, legado e família, obviamente se escrito por outra pessoa se tornou um produto renegado pelo próprio estúdio. O longo é contraindicado para aqueles que desejam algo além de um passatempo medíocre.

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