Resenha: O caso dos Dez Negrinhos (E não sobrou nenhum) | Agatha Christie

Título: O caso dos dez negrinhos
Autora: Agatha Christie 
Editora: Globo
Páginas: 219
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse: Dez estranhos são convidados para passar a temporada de veraneio em uma ilha na cidade litorânea de Devon, conhecida como "A ilha do negro". Quando todos estão desfrutando da mansão e do "paraíso" da ilha, uma série de assassinatos misteriosos começam a ocorrer. Todos seguindo a linha de um poema entitulado "Os dez negrinhos" que estão nos quartos de cada hóspede. Agora, o que parecia ser uma estadia normal, acaba sendo um teste de sobrevivência em um local completamente isolado e sem saída.


Resenha:


Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove; 
Um deles se engasgou, então ficaram nove; 
Nove negrinhos sem dormir, não é biscoito! 
Um deles cai no sono, então ficaram oito; 
Oito negrinhos vão a Devon na charrete; 
Um não quis mais voltar, então ficaram sete. 
Sete negrinhos vão rachar lenha, 
mas eis Que um deles se corta, então ficam seis. 
Seis negrinhos de uma colmeia fazem brinco, 
A um pica uma abelha, então ficaram cinco. 
Cinco negrinhos no foro a tomar ares; 
Um ali foi julgado, então ficaram dois pares; 
Quatro negrinhos no mar, a um tragou de vez; 
O arenque defumado, então ficaram três. 
Três negrinhos passeando no Zoo. E depois? 
O urso abraçou um, então ficaram dois. 
Dois negrinhos brincando ao Sol, sem medo nenhum. 
Um deles se queimou, então ficou só um. 
Um negrinho aqui está a sós, apenas um. 
Ele então se enforcou, e não ficou nenhum.” 


Antes de começar a falar sobre esse clássico, eu preciso falar que tenho uma certa história com esse livro. Um dos primeiros que eu li em toda a minha vida. Fui criado pelos clássicos da série Vagalume (O caso da borboleta Atíria / Um cadáver ouve rádio / O escaravelho do diabo), e, encontrei esse na biblioteca da escola, no auge dos meus 9 anos. Eu terminei de ler, mas, por algum motivo – acho que medo – eu bloqueei o final desse livro. Não lembrava dele.Por isso, é o livro que eu coloco como o livro que eu tive mais medo na vida, até porque, quando você consegue ler algo só depois de 20 anos, ele deve ter algum valor. 

De volta a história...  

Vivemos a maior parte da história através dos olhos de Vera. Uma professora frustrada que,  após um romance mal sucedido, ganha o convite para passar a temporada na Ilha do Negro.  Através dos olhos dela, percebemos que a Ilha havia sido comprada por um milionário, mas que na maioria do tempo, era inabitada. A ilha fica a cerca de um quilômetro da costa de Devon. Perto da costa, sendo possível ver a costa, mas longe, ao ponto de não ser incomodado pela civilização.  Pois bem, após a chegada a mansão – lembrando que há outras dez pessoas na ilha – cada hóspede vai para seu quarto e além de uma suíte confortável, encontram o poema infantil pendurado na porta de seus quartos. E, na primeira noite, após a chegada, no jantar, são recebidos com uma gravação do “Mr. U. N. Owen” e a primeira morte ocorre. Todas conforme a escrita do poema. Talvez o que tenha me amedrontado nesse livro foi a descrição das mortes. Algumas são bem assustadoras de imaginar. 


Concluindo... 


O livro tem todos os traços de Agatha Christie – diferente da minha resenha anterior, onde ela resolve abordar o lado humano das pessoas e das relações – no “Caso dos Dez Negrinhos”, uma aura de mistério está presente, talvez não tão genial quanto a dos casos de Poirot e Holmes, mas está ali.  A obra é antiga – de 1939, fácil de achar em sebos por aí – eu mesmo encontrei em dois na minha cidade  com preços baratos, longe da linha editorial “careira” que vemos hoje em dia. E ainda sim é um clássico.  Atualmente, o livro chama-se “E não sobrou nenhum”, por motivos que, embora óbvios, as vezes desafiam a inteligência desse resenhista. A obra foi adaptada para filme – 1965 – facilmente encontrado no youtube e é considerada, por alguns, a melhor adaptação dos livros da Rainha do Crime. Confesso que ainda não assisti, mas já está na lista de filmes para ver nos fins de semana.  
Enfim, o livro claramente é antigo, mas ainda sim continua sendo um dos melhores livros que eu li nesses 30 anos de vida. Caberia perfeitamente no meu top 10. Assim como vários outros da Rainha do Terror.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário