Série Maníacos | Ela quer tudo


Título: Ela quer tudo
Criação e Direção: Spike Lee
Transmissão: Netflix
Temporada: 1º
Duração: 30 min
Gênero: Comédia e Drama
Sinopse: Nola Darling (DeWanda Wise) é uma jovem diferente de todas as outras. Com seus vinte e poucos anos, ela é uma artista do Brooklyn que desafia os padrões da sociedade. Enquanto busca sua própria identidade, ela divide seu tempo entre seus amigos, seu trabalho e seus três amantes: Greer Childs (Cleo Anthony), Jamie Overstreet (Lyriq Bent) e Mars Blackmon (Anthony Ramos).

Classificação:
Elenco: DeWanda Wise, Cleo Anthony, Lyriq Bent, Anthony Ramos


                                                                          Resenha


Desenvolvida numa esfera descontraída, Ela quer tudo se edifica. A história se passa no bairro do Brooklyn em Nova Iorque. Explorando o psicológico feminino e a vida nos seus moldes mais simples em meio às pressões sociais, Nola Darling vivencia um processo de autoconhecimento diário.

Percorrendo entre o assédio, amizade, família e a emancipação enquanto mulher mantenedora da própria vida, a série também pontua as instabilidades emocionais reais e fictícias. Das instabilidades emocionais reais tem-se as inseguranças de carreira, ascensão, manutenção da moradia, emprego e a não aceitação da própria imagem. Das instabilidades fictícias tem-se as construções sociais quanto a aparência aceitável, conduta adequada, entre outros.

Um dos pontos desenvolvidos ao longo dos episódios se dá em torno da vida amorosa ideal para uma mulher. O que ela deve buscar? O que ela deve querer? Continuamente, encontramos Nola a questionar padrões de relacionamento. Sabemos que a prática convencionada não funciona para todos. Algumas bases para relacionamento afetivo ainda vem do cristianismo. Tais como, o homem foi feito para a mulher e vice-versa, a mulher deve ser submissa ao seu marido. Nola busca emancipar seu estilo de vida amorosamente estabelecido para os amigos e conhecidos. Nesse aspecto, a série apresenta um problema que muitas mulheres vivenciam nos tempos atuais quanto a liberdade do seu próprio corpo.


Abertura do primeiro episódio, Spike constrói curtos filmes de denúncia em sua abertura.



Conforme os episódios avançam, conhecemos um pouco do universo no qual a história se embasa e quais percalços ocorrem em suas vidas. Um tormento contínuo para os residentes do Brooklyn se dá através da gentrificação que é a reapropriação do espaço com empreendimentos, sejam imóveis comerciais ou residenciais que, na medida que o valoriza o bairro financeiramente, enfraquece o acesso e a manutenção dos atuais residentes a ponto de expulsá-los em casos mais extremos. A maestria do diretor Spike Lee se manifesta na maneira como ele apresenta as sutilezas cotidianas que desferem golpes contínuos no humor e autoestima das mulheres principalmente. 






Dos aspectos técnicos a música é muito agradável porque combina emocionalmente com a narrativa sem resultar num som descolado (alto demais ou como tentativa substancial de preencher com carga dramática). Para quem aprecia boas músicas, terá uma surpresa na apresentação de alguns episódios. A própria abertura de cada episódio apresenta o Brooklyn com uma seleção de imagens que te aproxima do bairro. Por vezes a câmera percorre as histórias como geralmente se vê em seriados desse estilo que varia entre comédia e um tom satírico. Algumas provocações visuais se apresentam numa conversa direta com o espectador. 

Apresentando alguns caminhos sensatos de reflexão que podem servir para o espectador, a série poderá agradar quem busca autoconhecimento, auto afirmação ou apenas descontrair-se com as desventuras de Nola.

                                         Por : Isadora Souza


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