Série Maníacos | The End of the F***ing World

Título: The End of the F***ing World;

Canal: Netflix e Channel 4;

Status: 1ª temporada;

Episódios: 8;

Gênero: Comédia dramática;

Elenco: Alex Lawther, Jessica Barden, Steve Oram.
Classificação: 
Sinopse:
James é um garoto que acredita ser um psicopata e Alyssa uma adolescente que não se encaixa nos padrões sociais. Ambos querem se livrar de suas vidas medíocres e decidem fugir sem uma direção certa.


                                                                   Resenha

No dia 5 de janeiro a série que já tinha ido ao ar nos canais britânicos Channel 4 e All 4, foi distribuída mundialmente pela Netflix e causou uma ótima reação no público.  A explicação deve-se pela construção da história que é fluída, direta e sem muita enrolação para dar o desfecho. Acompanhamos dois adolescentes em duas jornadas: uma enquanto querem fugir de suas vidas normais e pálidas e outra com o caminho que trilham para o autoconhecimento.

A história traz James (Alex Lawther) que desde pequeno não emite emoções e agora adolescente, o garoto acha que é um psicopata. A partir do ponto de vista dele, vemos que depois de anos matando diversos animais menores, ele quer matar algo maior: uma pessoa. Essa vontade é o reflexo da sua crença de que é um psicopata. Na escola, enquanto James reflete sobre a escolha da vítima, Alyssa (Jessica Barden) aparece e o insulta.

James e Alyssa

Agora no ponto de vista de Alyssa, conhecemos sua perspectiva sobre a vida. Ela é uma garota que quer fugir dos padrões impostos pela sociedade e sem ser clichê, a série consegue dar originalidade a personagem dando-lhe motivos e mostrando mais suas ações com o mundo a sua volta, do que com frases prontas (como ocorre em mais diversas obras). Aqui, Alyssa não se sente deslocada. Sente que as pessoas estão deslocadas e ela se torna estranha nesse meio. Conhecemos seus problemas familiares, com uma mãe que não lhe dá atenção e o típico padrasto mau-caráter.

Os protagonistas em primeiro momento encontram algo – mesmo que implícito – em comum, mas cada um possui interesses diferentes para se aproximarem, sendo James com o objetivo de fazer de Alyssa sua primeira vítima e ela por ver que James se comporta diferente dos demais adolescentes. Ele é metódico, paciente e lógico, mas ela com seu modo de ligar o botão do f#da-se para as consequências, acaba literalmente provocando diversas emoções no aspirante a psicopata.


Como um efeito dominó, os atos que cometem fora da lei tornam-se algumas vezes necessários, se agravam (ou acumulam) a cada episódio e os dois estão conscientes disso. Estão cientes também das consequências e por isso procuram algo ou um lugar para abandonar tudo e começar uma vida do zero. E é nesse formato roadie movie que os personagens evoluem, mudam de propósitos e não deixam que os motivos que iniciaram essa trama se percam no amontoado de problemas que arranjaram.

A série é a adaptação da graphic novel de mesmo nome, escrita e desenhada por Charles Forsman e publicada nos Estados Unidos em 2011. Assim como o quadrinho, o fim dessa jornada é um tanto mediano, mas se encaixa no tom que o enredo mostrou possuir. O desfecho deixa muita coisa em aberto, mas acho necessário não ter uma segunda temporada, exatamente para não quebrar a identidade de The End of the F***ing World.

Uma das páginas da história em quadrinhos

Sem ler a sinopse, fui assistir a série atraída pelo título e acreditando se tratar de uma misantropia romantizada com catástrofes. Mas o que vi foi uma história incrível que se sustenta do começo ao fim, sem nos deixar cansados ou entediados. The End of the F***ing World tem um pouco de elementos que lembram os filmes Moonrise Kingdom (Wes Anderson, 2012), Adventureland (Greg Mottola, 2009) e a série Misfits (2009-2013).

James e Alyssa são o retrato do questionamento da padronização, do existencialismo e da busca por respostas, mesmo perdidos em seus sentimentos. Um completa o carisma do outro e ambos são a quebra dos estigmas sociais. Com enredo envolvente ao som de excelentes músicas e uma pitada de humor negro, procuram preencher seus vazios com a liberdade. Por isso, penso que cabe ao público decidir os caminhos dos dois.

                                                                             Trailer

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