Série Maníacos | Dark


Título original: Dark

Criação e Direção: Baran bo Odar, Jantje Friese
Transmissão: Netflix
Temporada: 1º
Duração: 50 min;
Gênero: Mistério / Drama
Elenco: Louis Hofmann, Oliver Masucci, Jördis Triebel, Mark Waschke
Classificação:

Sinopse: 
A história acompanha quatro diferentes famílias que vivem em uma pequena cidade alemã. Suas vidas pacatas são completamente atormentadas quando duas crianças desaparecem misteriosamente e os segredos obscuros das suas famílias começam a ser desvendados.

                                               Resenha


Imagine se toda a história da humanidade fosse interligada, não havendo fim nem início, onde, o passado, presente e futuro pareça uma definição absurda. Some isso ao fato de algumas pessoas saberem que isso existe e que é possível transitar por aí. Para cada evento que ocorre, uma finalidade está marcada. 3 épocas. 33 anos entre os eventos. A possibilidade de mudar a história. Nessa corrida, a impressão que se tem é de que alguém possui uma influência maior.

É... mas no início, não é assim. Dark se apresenta com o típico clichê de uma cidade do interior onde alguns eventos estranhos ocorrem. A diferença é que nessa história, cada casa guarda um segredo. Apresentando o poder frente à ignorância e convenções que ultrapassam o bom senso, o desaparecimento dos filhos dessa prole gera o caos e a revelação.


é somente uma persistente ilusão... - Albert Einstein

Para quem se encontra acostumado com produções que tem um desenrolar apressado, não espere isso. Aqui o caráter pesa tanto quanto as ações dos moradores da pequena Winden. Assista com calma, tenha paciência. O roteiro foi escrito para responder as principais dúvidas que foram colocadas para a primeira temporada.

Se você já viu Stranger Things, provavelmente fará comparações nos primeiros episódios. Essa possibilidade logo se esgota na medida em que a população é responsável pelos eventos, a complexidade da história é de outra natureza, os diálogos, atuações e discussões sobre a existência humana são mais profundas.


Jonas, o azarado.


Aos poucos, conhecemos mais a fundo a história de Jonas que parece ter sido o escolhido para ter a família desestruturada. Sua mãe se envolve com um homem casado, seu pai morre, ele fica internado para tratamento psicológico e perde sua namorada. Noah por sua vez, surge como uma figura de poder que influencia atitudes e ouve as vozes de Winden. A sua função de padre é um dos pontos não resolvidos. Jonas e Noah simbolizam a dicotomia de bem e mal, provavelmente essa história será melhor explicada na segunda temporada.

Uma dúvida que pairou em mim. Não é possível saber se as pessoas da cidade a cada 33 anos se tornam mais conscientes dos eventos ou se algumas estão presas em loopings, como andar em círculos, nos seus próprios desfechos temporais fechados. Tenho uma leve impressão que o surgimento de Jonas foi causado por ações do Noah.


Mark Waschke, interpreta o padre Noah.

Dos aspectos técnicos, a série se destaca pela fotografia que condiz com um ambiente misterioso e distante emocionalmente. Nenhuma luz é capaz de suprir toda agonia e tensão que os rostos serenos apresentam. O seriado me remete um pouco à fotografia do filme A Vila do diretor Shyamalan. A ponto de beirar a ironia em certos momentos, porque Winden nunca parece estável. A equipe responsável pelos efeitos especiais, consegue complementar a textura que torna a cidade desagradável. Um aspecto curioso é que a abertura de cada episódio é diferente.

Alguns episódios podem até cansar pelo abuso de efeitos sonoros dos drones. Mas afinal, o que seriam esses tais drones? Geralmente são frequências sonoras que se apresentam na faixa mais grave com várias possibilidades de timbres. Alguns sons são criados para complementar os eventos que ocorrem no filme, um terremoto por exemplo. Outros, no entanto, são colocados para o reforço de sensações. Alguns filmes como Transformers, Morgan, A Chegada possuem drones. Talvez o Christopher Nolan seja o mais lembrado por conta do seu trailer de A Origem.

Aqui reitero e enfatizo o brilhantismo em Dark. Não são os eventos estranhos associado ao desaparecimento dos jovens que te deixará perturbado e sim o comportamento das pessoas diante da própria vida. As máscaras, a violência, a traição contínua. É quase um looping que incita a maldição da existência humana.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário