Série Maníacos: World War II in colour

Título: World War II - In colour
Narração: David Guggelheim
Transmissão: Netflix
Temporadas: 1
Quantidade eps: 13 episódios
Duração média ep: 60 minutos
Gênero: Drama / Política
Elenco: Robert Powell (narrador)
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse: Uma série documentada passando pelo estopim do maior massacre da humanidade.

"Quem esquece o seu passado está fadado a repetí-lo." (George Santayana)



Disclaimer...  

...e pelo jeito a resenha inteira vai ser um ENORME disclaimer (em italico) 

Antes de começar, as opiniões do resenhista são pertencentes única e exclusivamente do mesmo. Se rolar um bombardeio (essa não é a palavra certa, enfim) que role só nesse post. 

A resenha dessa semana não vai ser destinada a uma série de comédia (como LillyHammer que eu estou assistindo), ou sobre o "sobrenatural", como Van Helsing - que é a prova de que o ser humano pode e, de certa maneira gosta de se castigar - ou até sobre terror (Re:member me parece uma boa pedida. Escola e terror é uma combinação oriental de muito sucesso),  mas é sobre um acontecimento histórico. Todos nós vimos e/ou vamos ver e falar sobre. Não tem spoiler e nem "torcida" para o seu personagem favorito (Nairóbi rainha, Tóquio, nadinha). E já aconteceu. Deixando uma marca eterna.  É uma história de um povo. Que, por tratados e uma "briga de bar", participou e perdeu uma guerra que custou, mais do que territórios e dinheiro, perdeu seu orgulho.

Uma história que dá uma prova de que a democracia não é necessariamente o melhor regime para todos e, mais ainda, como uma raça pode ser maldosa com os seus opostos.  

A Segunda Grande Guerra.   

Não foi causada pela maldade de um povo. Talvez maldade não seja a palavra certa. O desespero talvez seja o sentimento definidor. Sentimento que faz com que um povo, de certa maneira, coloque um excelente e carismático orador no posto mais importante do país (não foi bem assim, na verdade, Hitler ficou em segundo lugar nas eleições contra o general Hildenburg, mas devido ao seu grande poder de oratória, foi nomeado cônsul e depois chanceler da Alemanha). Inclusive, ouso dizer que alguns políticos brasileiros tem certa semelhança com Adolf Hitler. Carismático, mas de certa maneira iletrado e com idéias malucas (o Mein kampf é cheio delas).  

Resenha  

O documentário inicia com o cenário economico alemão - demonstrava sinais de recuperação após as perdas da Primeira Guerra, quando veio a sexta-feira negra (um "filme" americano de terror lançado em 1929, onde várias empresas e pessoas perderam tudo o que tinham. Quando descobriram que estavam financeiramente na merda, se jogavam aos montes dos enormes prédios da big apple. Esse episódio é conhecido como "A grande depressão".).  

A Grande Depressão foi, basicamente, o "início" da guerra, já que ela causou a insegurança mundial e fez com que a Alemanha se afundasse economicamente.  

O documentário passa pelos mais diversos aspectos da guerra, como a invasão do exército alemão a antiga Tchechoslovaquia - que recebeu os nazistas como se fossem Jesus entrando em Jerusalém - a idéia de Fascismo do jornalista Benito Mussolini e - fiquei um pouco assustado sobre isso - um plano japonês para dominar o mundo do general Tanaka (ainda acho essa última parte um pouco duvidável), com a declaração de guerra por parte da Inglaterra e França quando a Alemanha invadiu a Polônia  A parte forte do documentário em si é a base técnica. O crescimento da industria na corrida armamentista, o desenvolvimento quimico, foram os grandes fatores que elevaram a Guerra a um patamar diferente das anteriores. Os números são assustadores, mas quando eu assisti - 3 semanas atrás - não anotei (shame on me), mas qualquer site especializado tem. Vou tentar passar alguns no fim da resenha...  

Estratégicamente o documentário/série aborda os conceitos de Blitzkrieg (ataque rápido) e de Guerra Total - as guerras antes eram travadas em locais predeterminados, agora, a guerra aérea possibilitava que as cidades fossem atacadas (Londres e aquele adesivo de "Keep calm and carry on" são o simbolismo perfeito do que foi a Guerra Total) e todos os cidadãos estivessem em guerra (a batalha de Stalingrado).  

O conflito que acabou se tornando mundial também é ilustrado nas grandes batalhas - com episódios designados somente para falar delas. Quero destacar 3. A batalha de Stalingrado - ponto de virada da guerra. A primeira vitória aliada contra a blitzkrieg. A batalha de Midway, que representa a primeira derrota do invencível exército japonês contra os americanos (que entraram na guerra por motivos escusos) e, por último, a última resistência alemã nas Ardenas (Ardennes). Todas as três batalhas representam derrotas do Eixo (Alemanha + Itália + Japão) e contribuíram muito para o fim da guerra com os Aliados vencedores - e cada uma delas é um episódio  Por fim, o último episódio da série é a descoberta das duas bombas atômicas. 

A Fat man (Hiroshima) e a Bomba de plutônio (Nagasaki). Esse episódio eu fiquei bem emocionado. Até que ponto pode chegar a maldade do ser humano? Oppenheimer tem uma frase famosa: (colocar a frase sobre a invenção da bomba). Ele era o cientista chefe da bomba atômica. Até consigo sentir um pouco do ódio americano que uma grande amiga tem por causa das bombas (ela desconhece o lado maldoso japonês em questão dos acontecimentos).  

Faltou falar sobre o aspecto mais terrível da guerra. A solução final propagada pelos nazistas, onde um dos seres mais desprezíveis do mundo - Heimrich Himmler - apresentou a eliminação humana em câmaras de gás. E a Polônia se tornou o celeiro de uma grande crueldade. Auschwitz - o maior campo de concentração da guerra tem algumas histórias assustadoras. Mais um capítulo desse enredo horrível que foi os seis anos da guerra...  

A guerra começou em 1939 e acabou em 1945. Estima-se que houveram entre 50-70 milhões de mortos. A batalha mais sangrenta da guerra foi a de Berlim, com 1.298.745 mortos. Redividiu o mundo geopoliticamente em duas partes. O capitalismo - liderado pelos americanos e o socialismo, liderados pela URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). A maior movimentação humana em guerras ocorreu no dia 5 de junho de 1944 - operação Overlord, mais conhecida como dia D, com cerca de 2 milhões de pessoas (quase um carnaval de rua no RJ).  

Concluindo...  

Como eu falei lá em cima, tem algumas séries que saem do mainstream que eu gostaria de falar, mas escolhi essa. Um povo que não conhece sua história está fadado a repetí-la. Você, caro leitor, pode dizer que atualmente não cairia na falácia nazista/fascista, entretanto, simulando as condições como eram, infelizmente, tenho que dizer que cairia sim. Inclusive o filme alemão "Die Welle" (A onda) relata bem os passos de uma ditadura - regime totalizador. Em suma, é bom tomarmos cuidado, não só como brasileiros - sim, nós também tivemos nosso regime totalitarista, mas não gerou guerra mundial, só interna e, em tempos de intervenção militar, é bom relembrarmos essa e outras histórias sobre regime totalitaristas.  

Outra dica que é válida para quem quiser conhecer um pouco mais desse pedaço da história humana é a série de livros do Ken Follett, a trilogia "O século" (Queda de Gigantes, Inverno do Mundo e Eternidade por um fio). Estilizar a história da humanidade em romance de modo quase perfeito é para poucos e Ken Follett, juntamente com Bernard Cornwell são mestres nisso. 

Mais duas dicas referentes a Segunda Guerra. A mini-série Band of Brothers, contando a história da 142ª esquadrão do paraquedismo americano e os filmes de Clint Eastwood – Cartas de Iwo Jima e Homens de Honra, valem a pena para entender um pouco mais dessa história.  Termino falando que, mais uma vez, as partes opinativas são só minhas. Pra exemplificar isso - que deveria ser decorado, mas me parece que não, o nazismo é a representação de um movimento de ultra-direita conservadora. E eu paro por aqui, porque senão vou ficar falando e falando e falando de Segunda Guerra... 

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