Crítica | Maria Madalena


Título: Maria Madalena
DIRIGIDO POR: Garth Davis.
ESCRITO POR:Helen Edmundson e Philippa Goslett.
PRODUZIDO POR: Iain Canning, Emile Sherman e Liz Watts.
ELENCO: Rooney Mara, Joaquin Phoenix Chiwetel Ejiofor e Tahar Rahim.
País de origem: Reino Unido da Grã-Bretanha

Sinopse:
Maria Madalena é um retrato autêntico e humanista de uma das mais enigmáticas e incompreendidas figuras espirituais da história. A cinebiografia bíblica conta a história de Maria (Rooney Mara), uma jovem mulher em busca de uma nova forma de vida. Oprimida pela hierarquia de seu tempo, Maria desafia sua tradicional família para se juntar a um movimento social liderado pelo carismático Jesus de Nazaré (Joaquin Phoenix). Ela rapidamente encontra um espaço no movimento e no coração da jornada que levará a Jerusalém

                                                                 Crítica

Maria Madalena é um nome super conhecido, e qual é a primeira coisa que vem a sua mente quando ouve/pensa nesse nome? Certamente algumas parecidas com as que vinham a minha antes desse filme: Como pecadora e prostituta... Logo mais a frente vamos  entender melhor com o desenrolar da narrativa trazida pelo filme isso se desfazer da forma mais bela possível(antes tarde que nunca!rs)

No filme Maria Madalena é uma moça como outra qualquer que vive com sua família, pai e irmãos conduzindo seus passos e como era de se esperar escolher por ela e para ela um marido. E é a partir da sua reação imediata de um misto de desconforto e incompreensão que fica perceptível ao público na mais uma vez sinuosa e sensível interpretação da Rooney Mara que algo não se encaixa naquele cenário pra ela. E ela parece não se encaixar mesmo nos moldes daquele tempo histórico,  com um olhar quase sempre melancólico como que nos diz “falta alguma coisa, não pode ser só isso” e sendo ela uma mulher, até mesmo ir a noite rezar sozinha era visto como um ato de desobediência!  É impossível ser uma mulher mesmo que de uma outra era como eu sou, não se relacionar com a personagem principal e a sua vida de restrição e clausura(tiveram momentos de revoltaaa mesmo!)
Sendo jovem em especial está talvez tentando fazer o que todas nós também estamos hoje em dia,  ter uma fé em alguma coisa que seja um guia e crescer podendo desenvolver isso. Mas não seria assim que a moça teria sua jornada afinal estamos falando de uma era tão ou mais difícil para se desafiar o patriarcado.  Já devido a sua recusa em se casar seu irmão acredita que a irmã Madalena estava possuída por um demônio e tentam expulsá-lo da forma mais traumática e agressiva possível..Chamam em seguida um curador para vê-la e ajudar surge Jesus de Nazaré que imediatamente tem um efeito calmante sobre ela e daquele encontro surge o senso de propósito que antes parecia lhe faltar, ela decide ser mais uma seguidora de Jesus, e o filme tem uma de suas passagens se não for a mais linda em que ela após ser batizada também junto aos outros apóstolos de Jesus batizam homens e mulheres.
O filme tem uma preocupação em deixar claro que a protagonista é Maria apesar de que em algumas passagens o foco passar a ser o Jesus do Joaquin Phoenix o messias da religião cristã, o que me parece ser uma estratégia do próprio roteiro em mostrar ao público que ao longo dos milênios a figura de Maria Madalena foi também ofuscada não por Jesus em si, mas pelo não reconhecimento da mesma como apóstola e pelo “engano” feito pelo papa Gregório(540-604) que contribuiu até os dias de hoje com a disseminação de que a Maria Madalena foi uma prostituta arrependida que seguiu Jesus após o seu perdão. Quando não existem registros nem escritos que confirme essa versão na qual todos fomos ensinados desde cedo a acreditar.
“Se a igreja subjugou a mulher a um papel secundário no seio da igreja, para atender aos interesses de uma sociedade machista”
O que é basicamente o que vemos nos dias atuais ainda e apesar de tantos séculos algumas coisas insistem em permanecer iguais.
A história da Maria Madalena é um inspirador relato da trajetória de uma mulher que simplesmente não estava pronta para a submissão, desafiou não somente sua família mas a todos em nome do caminho que escolheu para si mesma! 
E ISSO É REVOLUÇÃO SENHORAS E SENHORES!
Se libertou daquela sociedade pois sabia no seu interior que havia todo um mundo a se explorar e conhecer, foi alguém que teve coragem apesar do medo em desonrar a família ao seguir a sua vontade motivada por sua fé e é por isso que deveria ser lembrada.
O filme não cai no precipício perigoso que seria se apresentar como um filme religioso, é um novíssimo olhar sobre a figura mais controversa e ao longo dos séculos desacreditada da igreja.
De certa forma e muito acertadamente nos dá a oportunidade de verdadeiramente a conhecer e como foi tocada em vida por esse ser especial que foi Jesus Cristo e também posteriormente a sua passagem pela Terra de como foi ela a primeira a vê-lo após a ressurreição e da responsabilidade embutida a ela de passar adiante a boa nova sendo então também sua apóstola tão relevante quanto Pedro que durante muito tempo resistiu a sua presença junto aos demais. Só pra fechar, esse filme nos moldes que foi feito só seria mesmo possível nesse nosso período atual do mundo e ver algo assim com essa temática me tocou pessoalmente e tendo visto no dia internacional da mulher deixou ainda mais emocionante♡
                                                 Por Ana Paula Santos(@itsanapaulla)

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