Resenha: O Livro dos Espelhos | E. O. Chirovici

Título: O Livro dos Espelhos
Editora: Record
Autor: E. O. Chirovici
Número de páginas: 322
Classificação:Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse: A verdade de um é a mentira de outro. Um livro com uma trama tão perturbadora que bota o leitor num jogo de espelhos. Quando o agente literário Peter Katz recebe por e-mail um manuscrito parcial intitulado O livro dos espelhos, ele fica intrigado. O autor, Richard Flynn, descreve seus dias em Princeton, e documenta sua relação com Joseph Wieder, um renomado psicólogo, pesquisador e professor. Convencido de que o manuscrito completo vai revelar quem assassinou Wieder em sua casa, em 1987 — um crime noticiado em todos os jornais mas que jamais foi solucionado —, Peter Katz vê aí sua chance de fechar um negócio de um milhão de dólares com uma grande editora. O único inconveniente: quando Peter vai atrás de Richard, ele o encontra à beira da morte num leito de hospital, inconsciente, e ninguém mais sabe onde está o restante do original. Determinado a ir até o fim neste projeto, Peter contrata um repórter investigativo para desenterrar o caso e reconstituir o crime. Mas o que ele desenterra é um jogo de espelhos, uma teia de verdades e mentiras, e uma trama mais complexa e elaborada que a do primeiro lugar na lista de mais vendidos dos livros de ficção.


Resenha:


    Peter Katz trabalha como agente literário em uma editora de sucesso e uma das principais funções de seu trabalho é analisar as dezenas de cartas de apresentação enviadas por autores que desejam ter sua obra publicada. É um trabalho que pode se tornar monótono e frustrante, especialmente se considerarmos a quantidade de correspondência recebida diariamente.
     Num desses dias Peter se depara com um email de um certo Richard Flynn e sente uma inexplicável simpatia pelo autor, tanto que decide imprimir a amostra do manuscrito enviada em anexo e dedicar algum tempo à sua leitura.
    O texto se mostra surpreendentemente interessante, tanto que o agente procura entrar em contato com Richard para avaliar o restante da obra e discutir um possível contrato. Flynn porém não retorna as ligações nem os emails e quando Peter resolve ir pessoalmente a procura dele acaba descobrindo que o autor havia sido internado devido à um câncer de pulmão em estágio terminal e que sua companheira não fazia ideia de onde poderia estar guardado o restante da obra.
     Quando, alguns dias depois, Peter Katz recebe a notícia da morte de Flynn o agente compreende que a história que ele estava contando era interessante demais para morrer com ele e decide trabalhar para encontrar um meio de publica-la, independente da forma como faria isso.
     A história contada por Flynn tratava do assassinato de um famoso professor de psicologia, Joseph Wieder, ocorrido a 28 anos e jamais solucionado. Acontece que o crime ocorreu em um momento em que Flynn tinha contato próximo com Wieder e com a misteriosa Laura Baines, a aluna favorita do professor Wieder, uma moça  tão inteligente quanto determinada, o que dava a Richard Flynn uma perspectiva única ( e muito próxima) dos acontecimentos.
       A ideia de Katz era descobrir o desfecho da história de Flynn uma vez que, ao tudo indicava, o autor sabia quem era o assassino e pretendia revelar sua identidade. Caso o restante do manuscrito não fosse encontrado a editora poderia contratar um escritor qualquer para terminar a história, desde que soubessem o que realmente aconteceu na noite em que Wieder foi assassinado: quem o matou e por que fez isso.
     O agente literário então entra em contato com seu amigo John Keller, um jornalista freelance que possui experiência suficiente como repórter para amarrar todas as informações, além de muitos contatos capazes de ajuda-lo a localizar as pessoas mencionadas na história. 
     Desse ponto em diante O Livro dos Espelhos, narrado em terceira pessoa a partir da visão de Peter Katz, passa a acompanhar a perspectiva de John Keller, enquanto o jornalista encontra e investiga os envolvidos na história. 
      Keller, no entanto, também não obtém sucesso em sua empreitada e, abalado por problemas pessoais, resolve esquecer o assunto. 
      Nesse momento entra em cena um terceiro personagem, o investigador aposentado Roy Freeman que, sem ligação direta com os dois primeiros indivíduos, decide descobrir a verdade sobre o caso.
      O policial leva  uma solitária e tem muito tempo livre de modo que prosseguir com a investigação se torna um meio de ocupar sua mente, e ao mesmo tempo procurar dar um ponto final a um caso que, na época e sob sua responsabilidade, não foi analisado de forma suficientemente rigorosa.
     Agora, depois de tanto tempo e de tantas mentiras, será que é possível descobrir a verdade? Será que é possível provar a verdade? Fará alguma diferença na vida de quem quer que seja? 
     O Livro dos Espelhos possui uma estrutura diferente, dividindo-se em três partes, uma para cada pessoa que assumiu a tarefa de investigação: primeiro Peter Katz, então John Keller e finalmente Roy Freeman, sendo que nenhum dos três personagens retorna à trama. Não conhecemos o destino de todos os personagens da história e algumas perguntas permanecem sem resposta mesmo depois do fim da história. 
     Da mesma forma que na vida real, em O Livro dos Espelhos coisas inesperadas acontecem e as respostas que recebemos nem sempre são aquelas que desejamos.

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