Crítica | Mentes Sombrias


Título original: The Darkest Minds
Direção: Jennifer Yuh Nelson
Elenco: Amandla Stenberg, Harris Dickinson, Mandy Moore mais
Gênero: Ficção científica
Nacionalidade: EUA
Classificação:
Sinopse: Em um mundo apocalíptico, onde uma pandemia mata a maioria das crianças e adolescentes da América, alguns sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Eles então são retirados pelo governo de suas famílias e enviados para campos de custódia. Entre elas está Ruby (Amandla Stenberg), que precisa se esconder entre as crianças sobreviventes devido ao poder que possui.


                                                  Crítica

Um roteiro com tantos furos que é decepcionante ter o intelecto subestimado dessa forma. O que torna a situação mais crítica é o fato do filme ser uma adaptação de uma obra literária. Mentes Sombrias traz uma série de referências de grandes sucessos de bilheteria e infelizmente não se preocupa em desenvolver sua própria história. Uma das primeiras sequências de ação fornece tempo para a protagonista realizar suas ações com folga - e isso acontece inúmeras vezes ao longo da história.

Tentando fugir dos clichês, o filme apresenta uma série de elementos que no fim das contas é mais do mesmo que ocorre em filmes de super heróis, fugitivos, resistência e todos os grandes sucessos infanto-juvenis dos últimos anos. O ponto alto certamente é a perseguição de carro - principalmente por ser realizada com adolescentes. A fotografia e a movimentação de câmera são aceitáveis para o contexto de fuga. O áudio está bem trabalhado. Os efeitos especiais são convincentes porque tem fraco apelo visual para o que a história propõe, se encaixando adequadamente com a qualidade da imagem em pé de igualdade, dando indicações que muitas cenas foram realizadas a vera com um toque de pós para dar um brilho extra, ponto positivo.

Um romance injustificado surge. Os personagens não tem um tempo de integração na diegese para ter afeto mútuo. Ao menos durante o tratamento e a revisão de roteiro retiraram o romance, alguém deve ter provado que não estava encaixando. As músicas com fundo de apelo emocional não geram comoção porque a história é rasa - tornando esse recurso ultrapassado mais um aspecto que empobrece a narrativa.

A narrativa demora para engatar num embate de herói e vilão. E quando o faz é frágil, dura pouco tempo e a preparação até chegar nesse momento ocorre num tempo curto na diegese da história, tornando o enredo forçado - nesse momento poderia ter vingado numa história forte com uma reviravolta mas seguiu o caminho do absurdo e deu continuidade ao atual enredo desprendido de compromisso com qualquer coisa. O encerramento não poderia ser pior, deixa-se a história num estado de suspensão na esperança de uma sequência. O filme não é uma grande perda de tempo, entretanto, não acrescenta nada sobre a atual estrutura de filme de humano com super poder: conflito, resistência e romance genérico.

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