Crítica I Bohemian Rhapsody

Título: Bohemian Rhapsody
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Anthony McCarten e Peter Morgan
Elenco: Rami Malek, Lucy Boynton, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Mike Myers, Gwilym Lee, Aidan Gillen
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse: Bohemian Rhapsody é uma celebração exuberante do Queen, sua música e seu extraordinário cantor principal Freddie Mercury, que desafiou estereótipos e quebrou convenções para se tornar um dos artistas mais amados do planeta. O filme mostra o sucesso meteórico da banda através de suas canções icônicas e som revolucionário, a quase implosão quando o estilo de vida de Mercury sai do controle e o reencontro triunfal na véspera do Live Aid, onde Mercury, agora enfrentando uma doença fatal, comanda a banda em uma das maiores apresentações da história do rock. Durante esse processo, foi consolidado o legado da banda que sempre foi mais como uma família, e que continua a inspirar desajustados, sonhadores e amantes de música até os dias de hoje.



Crítica - Escrita em colaboração com Isadora Souza
"-  Você é uma lenda, Freddie. 
A cinebiografia é uma bela homenagem claramente feita de um fã para os fãs, concretizando-se num longa onde é fácil perceber a paixão envolvida dos produtores pela história do personagem principal, o icônico Freddie Mercury. O astro, que é indiscutivelmente o centro da narrativa, é magistralmente interpretado por Rami Malek. É impressionante como o ator se transforma na figura tão conhecida por sua irreverência e fortes performances no palco, chegando ao ponto de em alguns momentos você realmente sentir como se estivesse vendo o próprio Freddie na tela. 

O trabalho de Malek é essencial não somente na transposição do cantor para as telonas, mas também para conferir humanidade ao personagem. Em função do perfil extravagante e em alguns momentos até mesmo arrogante do papel, outros atores poderiam não conseguir sair da zona do caricato e transpor até mesmo um personagem detestável, que não contasse com a simpatia do público. O ator consegue segurar toda a narrativa do início ao fim, garantindo momentos genuinamente emocionantes ao longo da obra. 

A força desta atuação ajuda até mesmo a amenizar alguns problemas do roteiro. Por buscar abordar inúmeros momentos da vida do protagonista e da banda Queen, a trama acaba se apressando demais no desenrolar dos acontecimentos, principalmente no primeiro ato do filme. Isto colabora para que as relações entre os personagens acabem sendo superficiais e o peso de determinados fatos não seja tão sentido como deveria, como, por exemplo, quando Freddie entra na banda que mudaria a sua vida. Além disso, os personagens secundários acabam recebendo muito pouco tempo de desenvolvimento (repare como em momento algum eu citei o trabalho de outro ator). Isto não ocorre pela falta de capacidade do elenco, que é repleto de grandes nomes, mas sim porque não há tanto espaço assim para todos brilharem.  

A direção de Bryan Singer é apropriada, conferindo energia as cenas, contando ainda com o auxílio da montagem, que segue a mesma linha. No que tange a esta última, inclusive, é feita uma escolha interessante de durante boa parte do filme trabalhar as cenas em que a banda Queen se apresenta de forma super picotada e sem dar muito espaço para que o público fique deslumbrado. Se num primeiro momento este fato pode incomodar, logo ele se torna compreensível, pois no momento em que finalmente podemos apreciar uma verdadeira apresentação do grupo musical tudo é potencializado pela espera. E o que vemos é um verdadeiro espetáculo, o que se deve ao grande trabalho de Singer na cena, que nos teletransporta para dentro do show. 

A direção de arte e figurino cumprem papel importante tanto na caracterização extravagante dos personagens quanto na representação dos períodos retratados na obra. Já no que se refere a trilha sonora não há nem o que se dizer. Recheado das canções mais famosas da banda, é um deleite acompanhar a trajetória dos personagens ao som de sua própria discográfica. Ainda mais quando elas são bem inseridas, quando como uma de suas mais famosas canções entra em cena após assistirmos o seu nascimento, com direito até mesmo a explicação da ideia por trás da mesma. 

"Bohemian Rhapsody" respeita a memória de seu protagonista e oferece ao público a oportunidade de se conectar com a vida deste grande ícone, indo muito além de suas músicas e shows. É uma cinebiografia digna e que, apesar de possuir alguns problemas, merece muito ser apreciada. 

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