Crítica | Meu Anjo

Título original: Gueule d'ange
Direção: Vanessa Filho
Elenco: Marion Cotillard, Ayline Aksoy-Etaix, Alban Lenoir
Gênero: Drama
Nacionalidade: França
Classificação:
Sinopse: Marlène (Marion Cotillard) tem uma filha de oito anos a quem não dispensa muita atenção, mais interessada em bebedeiras, festas e homens. Certa noite ela vai a uma celebração numa boate acompanhada da menina, mas a manda sozinha para casa, permanecendo com um novo pretendente. Os dias passam e Marlène não vai ao reencontro da menina, deixando-a entregue à sua própria sorte e sem qualquer notícia da mãe.

                                               Crítica


Apresentando uma narrativa conflitante e envolvente, de um universo marginalizado que constantemente é apresentado como algo deplorável e doentio, o filme não foge a regra geral mas na mesma medida tenta situar os personagens de um lar totalmente desestruturado. 

O enredo é coeso e as brechas deixadas são coerentes com os sumiços constantes da mãe. O estado de formação em que a pequena se encontra é de partir o coração.

Acompanhar todo o seu ciclo numa jornada em busca de companhia me fez pensar sobre o quanto as relações depreciativas na atualidade tem refletido em comportamentos similares. Temos deixado nossa criança criança interior à beira da morte, necessitando carinho, respeito e cuidado. Isso tem refletido nas relações distorcidas em que o nosso mundo parece confuso o tempo inteiro e nada parece fazer sentido a não ser quando estamos entorpecidos.

A fotografia e a direção caminham de mãos dadas nesse longa favorecendo planos de tirar o fôlego. As atuações valem cada minuto da película. No mais, desejo esse filme para aqueles que desejam rever o mundo com os olhos da alma.

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