Crítica | Venom

Título: Venom
Direção: Ruben Fleischer
Elenco:Michelle Williams, Riz Ahmed, Reid Scott, Scott Haze, Jenny Slate , Tom Hardy , Michelle Lee e Wayne Pére.
Classificação:

Sinopse: O jornalista investigativo, Eddie Brock (Tom Hardy), se vê num dilema quando é selecionado para entrevistar o criador da Fundação Vida, Carlton Drake (Riz Ahmed). Brock descobriu o que acontece por traz das missões espaciais coordenadas pela empresa de Drake e isso o levará a descobrir a existência de simbiontes. Durante uma invasão a Fundação Vida – mediada pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) –, Brock será infectado pelo simbionte de nome Venom. Após essa junção, a vida de Eddie fica em risco e a única forma de proteger a sua ex namorada, Anne (Michelle Williams), e a si mesmo é abraçando o anti-herói que vive nele.

Venom é o mais novo desastre anunciado da Sony


Diante da força e popularidade que acompanhada o Universo Cinematográfico Marvel (MCU), lançar um produto de mesmo nicho no mercado se tornou uma tarefa muito difícil. As comparações são inevitáveis e a necessidade de ser tão bom ou melhor que o concorrente podem induzir ao erro. Apesar da competitividade entre DC e Marvel ser o foco maior, ainda existe uma batalha interna da Marvel com ela própria. Ainda que a Disney tenha feito a astronômica compra da Fox, ela ainda não domina 100% das produções acerca do universo de heróis Marvel, o que gera essa “ponta solta” para o MCU e resulta também em produções caóticas como O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2 (2012 e 2014) e o medonho Venom.

A estreia da semana chega aos cinemas nessa quinta-feira (4) trazendo consigo toda uma aura de decepção que toma conta de qualquer pessoa. O resultado da produção da Columbia Pictures é pavoroso. O roteiro é previsível e entediante, a trilha sonora não casa com as cenas, o vilão é fraquíssimo e o desenvolvimento das personagens é completamente raso. Tudo isso jogado ao vento em uma sessão de tortura que dura pouco mais de 90 minutos.

A ideia inicial da produção era criar um universo expandido a parte do MCU. Baseado no sucesso dos longas do Deadpool (2016 e 2018), a Sony almejava com Venom uma sucessão de filmes que não necessariamente tenham o Aranha inserido – uma vez que ele já está nos Vingadores do MCU. Fazia também parte do planejamento que a película fosse para maiores de 18 anos e tivesse um tom muito mais sombrio, beirando o horror – exatamente como planejaram fazer com Novos Mutantes da Fox, o qual será lançado no ano que vem. E como pode ser visto no longa-metragem, o resultado ficou bem longe do planejamento inicial.

Os maiores problemas da produção estão no roteiro e na condução de tudo. E, para surpresa de todos, as pessoas que supostamente são responsáveis por esses erros são velhos conhecidos do público. O diretor da película foi Ruben Fleischer (Zumbilândia, de 2009; Caça aos Gangsteres, de 2013) o qual é um nome respeitado dentro das sátiras com trabalhos bem interessantes. Sua atuação dessa vez foi bem atordoada. O filme simplesmente não dá liga. O espectador passa mais de uma hora sentado esperando alguma coisa e não ganha nada. O único mérito de Fleischer com esse trabalho foi a cena de perseguição a qual estava muito bem coordenada.

Quanto ao roteiro, o trio (Jeff) Pinkner, (Scott) Rosenberg e (Kelly) Marcel fez algo sem vida. Além da problemática do tom – ser ou não ser sombrio – as sucessões de acontecimentos que formam a narrativa são fracas. Não há uma construção empolgante digna de uma história dessas. Aliás, não é digna do subgênero que faz parte. A união dessas três mentes, de alguma forma, não gerou algo digno de seus trabalhos anteriores.

Por haver uma incoerência na direção, roteiro, na trilha etc, com o elenco não poderia ser diferente. Por mais que houvessem atores bons compondo a produção, a narrativa perdida não permitiu que nenhum deles se desenvolvesse bem. Ou melhor, a história não desenvolve nada bem, não permitindo que exista uma boa performance das personagens. É absurdo ver uma atriz como a Michelle Williams simplesmente perdida em meio àquela verdadeira Torre de Babel que é Venom. Nem mesmo a participação especial do espetacular Woody Harrelson (mostrando que o ator poderá viver o papel do Carnificina) se salvou da profusão de erros que há no longa.

O que começou como uma ideia de terror terminou como o primeiro filme assustador (no pior sentido da palavra) do mês de outubro. A temporada de horror se iniciou de uma maneira pavorosa e poderá acabar com qualquer chance de existirem sequências para a história do anti-herói alienígena - incluindo a aparição do arqui-inimigo do Venom, o Carnificina. Eis que a Sony entrega mais um fracasso anunciado.

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