Roteiro: J. K. Rowling
Direção: David Yates
Gênero: Fantasia, Aventura
Elenco: Eddie
Redmayne, Katherine Waterson, Dan Fogler, Alison Sudol, Jude Law, Johnny Depp,
Ezra Miller, Zoë Kravitz
Classificação:
Sinopse:
Newt Scamander (Eddie Redmayne) reencontra os queridos amigos Tina Goldstein
(Katherine Waterston), Queenie Goldstein (Alison Sudol) e Jacob Kowalski (Dan
Fogler). Ele é recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore
(Jude Law), para enfrentar o terrível bruxo das trevas Gellert Grindelwald
(Johnny Depp), que escapou da custódia da MACUSA (Congresso Mágico dos EUA) e
reúne seguidores, dividindo o mundo entre seres de magos sangue puro e seres
não-mágicos
O mundo mágico
está de volta com a continuação da mais nova saga criada por J.K Rowling (agora
no papel de roteirista), mas Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald está
longe de ser um filme feito pra Sessão da Tarde. Diferentemente do primeiro,
este é não tem nada de introdutório. Feito para os fãs, tal é pouco aventuresco
e os animais que aparecem no título são coadjuvantes com objetivos bem
definidos. O segundo filme tem uma missão: mostrar a potência e o poder da
maior ameaça do mundo bruxo antes de Voldemort: Grindelwald. E ele faz isso
muito bem.
Primeiramente
o filme estabelece uma a diferença dos dois vilões do universo mágico logo de cara. Enquanto para Voldemort os trouxas são a
escória da humanidade e qualquer outro ser que não concorde com seus termos
precisa ser eliminado juntamente com tais, Grindelwald tem o poder do
convencimento. Sua arma mais poderosa é o seu discurso: Junte-se a minha causa
e terá o que mais deseja. Mas não há lugar para sentimentalismos aqui, não há
espaço para compaixão. Há apenas a falácia de que os bruxos de puro sangue são
especiais e que precisam ser superiores, já que os trouxas - ou não mágicos, como queira chamar - não são capazes de
serem governados sozinhos e tem uma grande tendência a se auto destruir. Para
viver o vilão, a Warner foi audaciosa ao escolher Johnny Depp – ator mais que
competente, porém vivendo um momento conturbado, com acusações de violência doméstica
e comportamento ruim. E ele aparece MUITO.
Estabelecido
o vilão, é preciso mostrar o contrabalanço, a esperança para aqueles que
percebem o perigo da ideologia de Grindewald e não, essa pessoa não é Newt Scamender
e sim o jovem Dumbledore e este é, de longe a melhor coisa desse filme.
Interpretado por Jude Law, que estrega um Dumbledore charmoso, perspicaz, encantador e não é difícil entender porque ele simplesmente rouba a cena quando
aparece, a sensação que o espectador tem é que poderíamos assistir um filme
inteiro do professor de Hogwarts. Falando nela, é de arrepiar quando a trilha
sonora mostra a escola de magia e bruxaria mais amada dos potterheads. A
saudade grita, a garganta trava e o coração quase sai pela boca. Os Easter eggs
estão em toda parte, como por exemplo a escolha de mostrar Minerva McGonagall
como professora (mesmo que no cânone ela tenha apenas 8 anos em 1927, período em
que a história se passa). Porém
esses são os únicos aspectos mais “simples” da trama e talvez, as coisas mais assertivas.
Este é o 6º
filme que David Yates dirige do universo criado por J.K. Rowling, mas aqui ele
tem tantos problemas quanto Harry Potter e o Enigma do Príncipe. O roteiro tem
um excesso de informações e as escolhas de David para o corte final de como as
cenas deveriam ser mostradas vão do extremamente arrastado ao extremamente confuso com facilidade. Isso
porque J.K. escolheu contar varias pequenas historias ao mesmo tempo, trazendo
os personagens já conhecidos, seja pelo filme anterior, como Newt, Jacob, Tina
e Queenie, como também pela saga Harry Potter
- TEMOS NAGINI, SENHORAS E SENHORES! Mas os desdobramentos de cada uma
delas é o ponto mais fraco do longa.
Alguns
personagens são muito mal aproveitados. Nicolau Flamel é praticamente
apenas um Easter egg, a relação superficial de Teseu Scamender (Callum Turner)
e Leta Lestrange (Zoë Kravitz) ou das irmãs Tina (Katherien Waterson) e Queenie
(Alison Sudol), que sequer tem cenas juntas deixa um vazio difícil de ser compreendido.
Outros tem o brilho diminuído, como Newt (Eddie Redmayne) que não chega nem perto de seu
protagonismo no primeiro longa, Jacob (Dan Fogler) com piadas um pouco fora do tom, Credence (Ezra Miller) e seu romance com Nagini (Cláudia Kim) é pouco explorado e quando o ápice final chega, a sensação
é que há peças faltando num enredo elaborado com uma execução complicada.
Animais
Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é um filme para fãs que provavelmente funcionaria
melhor como um livro. Suas 2h 14min não são tempo suficiente pra mostrar tudo
que tinha potencial e pode deixar aqueles que esperaram 2 anos por ele com um
gosto um tanto agridoce. É um filme bom, mas é triste perceber que ele poderia
e deveria ser muito mais.
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