Título: Parque do Inferno
Direção: Gregory Plotkin
Roteiro: Seth M. Sherwood, Blair Butler e Akela Cooper
Elenco: Amy Forsyth, Reign Edwards, Bex Taylor-Klaus e Tony Todd
Classificação:
Sinopse: Um parque temático é a atração principal do halloween
para jovens e amantes do terror. Um grupo de amigos decide enfrentar os
temores do parque na noite do Dia das Bruxas. A veracidade das
atrações, que é o carro-chefe do lugar, se tornará o seu maior problema.
Um assassino mascarado está no Hell Fest
pronto para achar mais vítimas e encontra nesse grupo de seis amigos as
vítimas da noite. Cabe aos jovens fugir do assassino, uma vez que todas
as outras pessoas acreditam que as mortes sejam parte do espetáculo.
O verdadeiro inferno do Hell Fest é enfrentar a sua duração
O
terror agoniza há alguns anos. Desde o fim da década de 1990 que o
gênero sofre com roteiros sem profundidade, sequências vazias e sustos
baratos. A noção de criar uma atmosfera amedrontadora se perdeu com o
passar dos anos. Raras são as exceções que encarnam uma bela narrativa que cumpre verdadeiramente com sua função. Nos últimos anos
(em especial 2018) o mercado desses longas produziu uma quantidade considerável de obras boas. Até mesmo o subgênero slasher, cujo foi destruído após o seu ápice nas décadas de 1970 e 1990, conseguiu sobreviver com produtos interessantes – a exemplo de Better Watch Out (2017) e Halloween (2018).
Ainda com algumas salas exibindo a exuberância artística do novo Halloween, os cinemas brasileiros confrontam esse produto com outro slasher. A questão é: a estreia da semana é mais uma lembrança do quão errado se pode fazer um longa-metragem de terror. Nessa quinta-feira (22), Parque do Inferno
estreia e leva às salas de cinema dos circuitos comerciais um fracasso
anunciado. O público deve se preparar para uma sessão esquizofrênica,
vazia e completamente previsível.
Ao beber de gloriosas fontes como a maldade pura e mascarada de Halloween (1978) e o contexto circense macabro de Pague para Entrar, Reze para Sair (1981), Hell Fest (título original) cria um frankenstein. A construção narrativa do filme é preguiçosa. Não existe um momento sequer de tensão – quem
dera de medo. Todas as tentativas de usar os exemplos de sucesso do
passado sob um novo olhar falham miseravelmente. O único fator que
amedronta o público é o resultado despreparado do roteiro elaborado por
Seth M. Sherwood, Blair Butler e Akela Cooper.
A
falta de desenvolvimento das personagens, do assassino e até das cenas
de morte são apenas a ponta de um iceberg muito profundo. A direção dada
à produção é inexperiente e cheia de falhas. A montagem final parece um
remendo feito de última hora. A brutalidade com a qual a narrativa foi assassinada é alarmante. Ao lado do desastroso roteiro e da direção infantil, o produto distribuído pela CBS Films e Lionsgate
traz um elenco extremamente fraco e sem nenhum carisma para lidar com a carga cênica
de uma obra de terror. A atriz mais razoável dentre os jovens que
estrelam o longa é Bex Taylor-Klaus (do seriado da MTV, Scream), cujo trabalho não é dos seus melhores. Esse caldeirão de inexperiência e inexpressividade resultam num terrível produto que se diz slasher – visto que não há a possibilidade de classificá-lo apenas como um erro da indústria.
A
elaboração medíocre do que poderia ser uma produção interessante é um
desperdício de cartucho. O longa investe intensamente nos cenários e
locações das cenas – que pode ser considerado o único ponto positivo do
trabalho – e esquece de aplicar uma atenção mínima aos
outros setores do filme. A sensação após aguentar os inertes e arrastados 89 minutos é de desespero. O verdadeiro inferno do Hell Fest é enfrentar a sua duração.
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