Crítica | Vingança a Sangue-Frio

Título: Vingança a Sangue-Frio (Cold Pursuit)
Direção: Hans Peter Moland
Roteiro: Frank Baldwin
Elenco: Liam Neeson, Tom Bateman, Tom Jackson
Lançamento: 14 de março de 2019 
Classificação: 
Sinopse: Nels Coxman (Liam Neeson) é um homem de família exemplar na sua comunidade, mas sua vida tranquila é suspensa após a misteriosa morte de seu filho. A busca de Nels por justiça se transforma em uma caçada vingativa por Viking, um traficante que ele acredita estar ligado à morte do filho. Nels passa de um cidadão honesto para vigilante, não deixando nada o atrapalhar.

     Crítica

Recriando, de forma americanizada, Kraftidioten (2014), o diretor Hans Peter Moland ancorou Vingança a Sangue-Frio na figura emblemática de Liam Neeson, entretanto as melhores e as piores partes desse projeto não são derivadas dessa já conhecida estrela do gênero de Ação, ele assume papel de coadjuvante a partir da metade do filme. De qualquer sorte, Moland conseguiu traduzir seu humor “europeu” para um cenário estadunidense de maneira melhor que o esperado, mas o filme ainda sofre de momentos estranhos, desconexos e de relevância duvidosa.
O roteiro é competente, quando se trata da sua subjacente trama criminológica, apesar de não ser extremamente inovadora ou pensar fora da caixa, mas contêm uma progressão firme e revelações suficientemente acreditáveis. Já o humor sofre com referências que podem não ressoar com todo o público uniformemente, contudo fãs dos Irmãos Coen e Jason Reitman não terão grandes problemas. Perceber que grande parte do diálogo é intencionalmente ridículo é essencial.
Algo me diz que a história ficaria melhor estruturada numa minissérie, vários personagens ficam sem a exploração devida, ou suas participações aparentam levar a lugar nenhum, mesmo se tratando de um filme de ação com inclinações cômicas.
É uma película que de forma alguma deve ser comparada com a franquia de Busca Implacável e afins, de certa forma isso só agregaria mais decepções a proposta. Ela consiste em organizar o declínio constante de um tom mais sério (no início do filme) para uma bonança cada vez mais debochada (no fim), mas faz isso de forma áspera e desajeitada, dando a impressão de descontrole da tonalidade do enredo. Enquanto isso, o personagem de Liam Neeson parece ficar numa geladeira, na qual pouco do seu carisma é usado.
Onde o filme se sobressai é na sua convicção e personalidade, com os cartões gráficos após cada morte (essencialmente como lápides para cada personagem) e na criação das caricaturas para as figuras comuns ao gênero (vilões e capangas). Não são especialmente bem atuados, mas trabalham em conjunto com o resto do filme (leia-se: cenas de tiroteio e tensão) para manter a audiência suficientemente entretida.
Por fim, não pede uma segunda exibição, mas cumpre seu papel de ação/comédia genérico, de forma que não entedia o interlocutor logo de cara.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário