Resenha: Fisheye | Kamile Girão


Título: Fisheye
Autora:Kamile Girão
Editora: Editora Wish
Número de páginas: 314
Gênero: Jovem adulto, Romance e drama.
Classificação:
Sinopse:
“Meus olhos são como canudos, Mick, só me permitem enxergar por um buraquinho. E com o tempo, a abertura deles vai diminuir muito, até que a fenda deixe de existir”.

Aos dezesseis anos, Ravena Sombra descobre que não é perfeita: após um acidente numa festa, ela é diagnosticada com retinose pigmentar, uma doença sem cura que degenerará a sua visão gradativamente.

Com o mundo pelo avesso, a adolescente inicia sua jornada em busca do amadurecimento e da superação, numa narrativa intimista à procura de se entender e de se descobrir. Ao longo do caminho, contará com a ajuda do melhor amigo de infância, da sua implicante e carismática irmã, de uma velha polaroid com nome de música dos Beatles e de um violinista cuja pele é marcada por cicatrizes e os olhos de um azul infinito como o céu. No meio de tanto caos, Ravena vai entender que crescer não é um processo fácil e que sim há beleza em enxergar o mundo do seu jeito peculiar e especial.


                                                      Resenha

Fisheye não é apenas um livro de drama adolescente qualquer, que estamos comumente acostumados a ver aos montes pelo mercado editorial. Não, caros leitores. Fisheye nos mostra que temos buscar força em nós mesmos para enfrentar as dificuldades que nos são apresentadas no caminho da vida, e que por vezes não temos a quantidade de força ideal para ultrapassar esses obstáculos. 

Esse livro conta a história de Ravena,uma menina mimada e que gosta de receber toda a atenção para si, tem seu mundo virado de cabeça para baixo quando acontece um acidente incomum em uma festa que acabará refletindo em seu futuro.

Lembro-me de ter visto uma resenha desse livro em algum lugar e logo pensei: cara, preciso desse livro. Particularmente, eu não costumo ler esse tipo de tema, mas de alguma forma a história (e principalmente a capa) me atraíram de um jeito que foi irredutível realizar a compra.

Kamile Girão consegue transpassar todos os tipos de emoções ao contar a trajetória da nova vida de Ravena. Então, em algum momento você está sentindo na pele todo o tipo de sofrimento que a adolescente está lidando e você se compadece disso. Livros assim precisam fazer com que o leitor sinta ou tenha empatia com esse tipo de história, para que no fim as coisas não fiquem tão “dramáticas” de mais.

“Levei minha mão aos meus cabelos compridos e bagunçados, e a imagem me imitou, deslizando suas unhas sem esmalte por entre os fios dourados. Eu e o reflexo nos encaramos por longos instantes, nos estudando e procurando nos conhecer. Não sabíamos nada uma sobre a outra: o que gostávamos, o que pensávamos, o que queríamos, o que éramos e o que deixávamos de ser”.

A escrita de Kamille é incrivelmente fluida e prazerosa de se acompanhar e em momento em algum fiquei entediada ao avançar as páginas. As superações da Ravena, as várias formas em que ela buscava encontrar forças em cada obstáculo, de certa maneira acabaram virando uma fonte de inspiração para mim.

“Talvez eu pudesse ir mais a fundo e conseguisse dizer para mim mesma que não havia problema em ter uma doença degenerativa, porque a perfeição pela qual procurei uma vida toda não existia – e que eu não manteria as pessoas ao meu lado se insistisse em ser o que não era”.

Engana-se a pessoa que acha a história retratará apenas da doença no livro todo. Aqui podemos ver um conjunto de emoções intrinsecamente elaboradas e eu duvido que qualquer pessoa que tenha lido Fisheye não se identificou com alguma situação em determinado momento.

 Além disso, a história conta com um mocinho extremamente fofo que se tornou meio que um bote salva-vidas para Ravena. Outro ponto favorável no livro é que o romance não foi forçado nem instantâneo. O sentimento foi plantado no inicio de uma amizade espontânea e crescendo aos poucos e isso foi uma das coisas mais lindas que eu já li.

Por fim, recomendo imensamente esse livro. No fundo todos somos um pouco parecidos com uma fisheye. Só precisamos aceitar e amar quem nós somos e nunca deixar de serem essas pessoinhas tão maravilhosas.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário