Resenha: Uma mulher no escuro | Raphael Montes

Título: Uma mulher no escuro 
Autor: Raphael Montes 
Editora:Companhia das Letras
Número de páginas: 256
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Sinopse: Um crime brutal cometido há vinte anos, uma única sobrevivente, o retorno calculado do assassino. Em quem Victoria deve confiar? Neste thriller psicológico, Raphael Montes une romance e suspense em uma narrativa intrincada e sedutora. 

Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro.
Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar. Obrigada a enfrentar sua própria tragédia, Victoria embarca em uma jornada de amadurecimento e descoberta que a levará a zonas obscuras, mas também revelará as possibilidades do amor. Um psiquiatra, um amigo feito pela internet e um possível namorado — qual dos três homens está usando tudo o que sabe para aterrorizar a vida de Vic? E o que afinal ele quer com ela?
Na literatura nacional, Raphael Montes é unanimidade quando se trata de livros de suspense. Uma Mulher no Escuro traz sua primeira protagonista feminina e confirma o autor como um dos mais originais da atualidade — além de deixar o leitor intrigado do começo ao fim.
                                             Resenha

Em 31 de maio de 1998, aos 4 anos de idade, Victoria Bravo acorda em meio a noite para o início do inferno em sua vida. O Pichador – assassino conhecido por pichar suas vítimas com tinta preta – invade sua casa e mata sua família, poupando apenas a ela.

Vinte anos depois, somos inseridos aos poucos na vida de Victoria. Com o tempo, é possível perceber suas dificuldades de interação social, seus receios, dúvidas e medos. Victoria se tornou uma adulta que em parte é criança, expressando isso através do laço em seus cabelos ou na figura de Abu, seu ursinho de infância. Em sua vida, basicamente apenas três pessoas estão presentes: sua tia-avó Emília, seu psiquiatra dr. Max, e um amigo cuja primeira interação presencial ocorreu somente após dois anos de bate papo virtual, Arroz.

Tentando sobreviver a uma rotina resumida em isolamento, sessões de terapia e o trabalho como garçonete, Victoria trava constantemente uma guerra interna com seus sentimentos. A construção da personagem foi extremamente pensada e, para escrevê-la, Raphael conversou com especialistas em comportamento e engajadas no movimento feminista para melhor representação de sua personalidade.

Em meio às reviravoltas ao decorrer do livro, o autor cria plots que parecem querer confundir nossa cabeça. As perguntas começam a surgir desde o primeiro capítulo. Além disso, através do relato esporádico de um observador misterioso da vida de Vic, questionamentos pairam o tempo todo: o Pichador está de volta? O assassino é algum dos homens na história? Raphael irá revelar alguma outra pessoa ao final de tudo?

O livro não se resume a uma trama bem construída cercada de especulações. É um relato sério em que o próprio Raphael admitiu expor como o seu livro mais realista, embasado tanto em perfis psicológicos existentes quanto em casos reais. Em “Uma Mulher no Escuro”, podemos acompanhar a primeira protagonista feminina de Raphael Montes em um thriller excepcionalmente bem escrito em um nível no qual precisamos parar e simplesmente voltar algumas páginas para perceber: a resposta estava bem na frente de nossos olhos.

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