Crítica| Abigail e a Cidade Proibida (2019)

Título original: Abigail
Direção: Aleksandr Boguslavskiy
Elenco:  Tinatin Dalakishvili, Eddie Marsan, Gleb Bochkov
Classificação: 


Sinopse: Abigail (Tinatin Dalakishvili) é uma jovem atormentada pelo desaparecimento do seu pai, Jonathan Foster (Eddie Marsan), que foi levado pelo governo autoritário de uma cidade isolada sob o pretexto de estar infectado com uma doença misteriosa que assola a região, conforma ela investiga mais a fundo a situação ela descobre que possui poderes mágicos e com a ajuda de Bale (Gleb Bochkov) busca uma solução para a situação atual da cidade.




“Conceito interessante, péssima execução


     É sempre bom buscar conhecer o que está sendo produzido no gênero de fantasia por países que costumam estar fora do circuito comercial tradicional de cinema, mas não foi dessa vez que encontramos uma joia oculta.

      A ambientação inicial até que funciona, o figurino e as locações conseguem facilmente nos transportar para uma cidade dos anos 30 que vive sob um regime totalitário, mas não demora muito até encontrarmos o primeiro sinal de alerta, a trilha sonora exagerada, a música é desnecessariamente alta e por várias vezes muito mais dramática do que o ideal, e atrapalha ao chamar atenção demais para si, talvez numa tentativa de preencher o vazio de emoções proporcionado por personagens pouco expressivos e diálogos mal escritos. 

     Falando em personagens, a maioria deles não tem carisma, e pelo menos 4 deles são completamente desnecessários, desperdiçando um tempo precioso que poderia ter sido melhor aproveitado pra tentar criar alguma química entre os protagonistas, cuja relação escalou rápido demais e sem motivo algum. A única interação que funciona de verdade é mostrada através de flashbacks, entre a Abigail criança (Marta Timofeeva) e seu pai, algo que poderia até ser apontado como a melhor coisa do filme se sua frequência excessiva na parte final não tivesse ofuscado o clímax do filme.

     E isso não é tudo, o ritmo é arrastado e confuso, a história leva tempo pra engrenar, e entre os momentos em que você questiona se perdeu alguma parte devido aos saltos na trama e aqueles em que genuinamente não tem ideia do escopo pretendido pela obra, a pergunta mais frequente é "quando que o filme vai acabar?", pois são quase 2 horas de duração de algo que parece um livro que sofreu grandes falhas de adaptação para a telona.

     No fim, Abigail e a cidade proibida é mais um filme sobre jovens com poderes mágicos lutando contra um poder opressor, tentando nos impressionar com efeitos visuais que algumas vezes funcionam, mas em outras aparentam pertencer à década passada. É bastante provável que você vá encontrar melhores alternativas de entretenimento por aí. 

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