Crítica | Encontros

Título Original: Deux moi
Diretor: Cédric Klapisch
Elenco: François Civil, Ana Girardot, Eye Haïdara.
Gênero: Drama, comédia
Notinha: 9,5

Sinopse:
Rémi (François Civil) e Mélanie (Ana Girardot) têm em torno de 30 anos e, apesar de morarem em prédios um ao lado do outro, não se conhecem. Ambos estão solteiros e enfrentam problemas pessoais: ele, devido à demissão de praticamente todos de seu antigo trabalho enquanto foi promovido para outro setor, ela sem conseguir superar o término de um longo relacionamento, cujo fim já tem um ano. Cada um à sua maneira, os dois buscam meios de lidar com o momento depressivo através das redes sociais: ele pelo Facebook, ela através do Tinder.

CRÍTICA

Esse filme é vendido como a típica drama  européia alá white people problems, não estou julgando até porque são essas obras que fundam a nossa amada sétima arte e se perpetuam aos montes até os dias de hoje, eu mesma sou cria desse cinema. 

Mas vamos a história dos encantadores Amélie e Rémi, dois jovens vivendo solitários na cidade do amor...Paris! Ele trabalha no que parece ser uma empresa de grande porte e os chamados novos tempos fazem com que seres humanos não sejam mais tão necessários, visto que existem máquinas, então as demissões em massa fazem parte do cenário trabalhista dele, porém ele não está entre os demitidos, o que deixa com alguns sintomas e o faz procurar auxílio médico e em seguida terapêutico. Já a pesquisadora Amélie está as voltas com seu trabalho,  sua bolsa e uma apresentação  que precisa fazer de modo eficaz sobre o trabalho que a equipe está desenvolvimento, enquanto isso tem dificuldades para se manter alerta e animada, daí busca ajuda psicológica para compreender o que está acontecendo. Noto que antes de buscarem ajuda diretamente com profissionais, ambos optam pelo caminho mais simples e fácil de passar na farmácia mais perto.

O filme todo é como se fosse uma crônica do que é ser jovem numa grande cidade, eu digo isso não apenas porque me identifiquei com muitas passagens, mas pelo que leio e estudo sobre a juventude do século XXI de um modo geral sobre seus desafios e demandas, então o filme acerta demais ao construir dois personagens com suas próprias questões e dores, tentando dar conta das coisas e ainda serem felizes. Como se tentássemos equilibrar expectativas externas e internas.

Gostei particularmente de como tem uma simplicidade nos cenários, no modo como se vestem, na rotina de cada personagem e ainda assim a história captura a nossa atenção sem nenhuma extravagância, porque está contida nas simplicidades tanta beleza e riquezas, nas falas dos psicólogos e ambos acabam se tornando referências reflexivas dentro da película. E de um modo muito sutil e verdadeiro o filme diz ao público da importância de buscarmos terapia seja por dificuldades em dormir, ou o excesso do sono no caso dos personagens mas coloca de um modo muito natural como deveria ser, fazer terapia. Inclusive através da postura do Rémi que no início está super desconfortável e sem saber o que fazer mas aos poucos e a cada encontro vemos a sua evolução e como ao se permitir algumas reflexões sobre sua própria história, vai evoluindo e compreendendo coisas em si que antes não podia.

E como é estilo conhecido do cinema francês tem o perfeito equilíbrio entre drama e risos porque ao mesmo tempo em que vão vivendo suas vidas, sempre quase cruzando os seus caminhos, criando assim uma tensão gostosa para o público, vamos acompanhando as histórias na grande tela com um carinho por eles recém adquirido estranho!rs

Eu estou me derretendo mesmo, não vou negar porque é um filme daqueles gostosos de ver, que faz a gente pensar e sentir algumas coisas mas não vai chegar a todos os cinemas nem tão pouco será conhecido pelo grande público mas minha missão como amanta da sétima arte que sou, é reconhecer uma obra de boa qualidade quando vejo e falar a respeito enquanto puder com quem quiser ouvir/ler!:)

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