Crítica | Doutor Sono

Título Original: Doctor Sleep
Direção: Mike Flanagan
Elenco: Ewan McGregor, Rebecca Ferguson, Kyliegh Curran, Cliff Curtis.
Classificação:

Sinopse: Ainda extremamente marcado pelo trauma que sofreu quando criança no Hotel Overlook, Dan Torrance lutou para encontrar o mínimo de paz. Essa paz é destruída quando ele encontra Abra, uma adolescente corajosa com um dom extrassensorial, conhecido como Brilho. Ao reconhecer instintivamente que Dan compartilha seu poder, Abra o procura, desesperada para que ele a ajude contra a impiedosa Rose Cartola e seus seguidores do grupo Verdadeiro Nó, que se alimentam do Brilho de inocentes visando a imortalidade. Ao formarem uma improvável aliança, Dan e Abra se envolvem em uma brutal batalha de vida ou morte com Rose. A inocência de Abra e a maneira destemida que ela abraça seu Brilho fazem com que Dan use seus próprios poderes como nunca, enquanto enfrenta seus medos e desperta os fantasmas do passado.

                                                     Crítica

Em meio a um ano com diversas adaptações de obras de Stephen King nos cinemas, em 7 de novembro de 2019 chega às telonas Doutor Sono, a continuação do clássico e reverenciado “O Iluminado”.

Escrito e dirigido por Mike Flanagan, Doutor Sono resgata o final d’O Iluminado e desenvolve um Danny Torrance (Ewan McGregor) quebrado e cheio de traumas. Porém engana-se quem acredita que o filme se assemelhe ao seu predecessor. Enquanto a obra de Kubrick almeja um suspense e um horror mais pontual e fechado, Flanagan opta por adicionar elementos de ação e perseguição em sua produção, o que por vezes funciona e por outras não.

Mike Flanagan, talvez pressionado por sua árdua tarefa de criar um sucessor espiritual para um clássico da cultura POP e tentando agradar tanto ao autor Stephen King quanto aos fãs de Kubrick, acaba entregando um filme que demonstra sua confusão. Emaranhado em linhas narrativas que não se desenvolvem muito bem, diálogos muito expositivos e pouco construtivos, nem parece ser o escritor de diversos episódios de “A maldição da Residência Hill” que entrega tantos arcos e desenvolve tão bem os personagens. Em seu longa, durante uma boa parcela do filme, Flanagan duela com um roteiro que tenta resgatar e referenciar demais o seu antecessor, o que acaba gerando um claro viés comparativo que mais atrapalha do que auxilia.

Assim sendo, durante este período em que o roteiro tenta se encontrar, o filme apoia-se quase exclusivamente na atuação e principalmente no carisma de Kyliegh Curran (Abra) e de Rebecca Ferguson (Rose Cartola) que, apesar de serem excepcionais, não são capazes de sustentar o filme tanto tempo sem uma motivação palpável.

O terceiro ato do filme porém, mostra como o diretor parece ter vendido sua ideia para a produtora e entrega diálogos interessantes, referências acertadas sem utilizar O Iluminado como muleta e uma resolução satisfatória para a trama que tanto se arrastou para chegar até ali.

 Por fim, ao sair do cinema, Doutor Sono entrega duas horas e meia que parecem ter sido três e uma sensação de que faltou algo para o filme atingir completamente o seu potencial. É sem sombra de dúvida um trabalho razoável mas que parece não ter encontrado muito bem sua mensagem.

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