Crítica | Brincando com Fogo

Título: Brincando com Fogo

Direção: Andy Fickman

Roteiro: Dan Ewen e Matt Lieberman

Elenco: John Cena, Keegan-Michael Key, John Leguizamo, Brianna Hildebrand, Dennis Haysbert e Judy Greer

Classificação:

Sinopse: Jake Carson (John Cena) é o líder de uma equipe de elite de bombeiros paraquedistas.  Jake comanda sua equipe sob rígidas regras e não aceita que as coisas saiam do controle. Durante um dia normal de trabalho, a equipe salva três irmãos de uma casa que estava pegando fogo no meio da floresta. A partir desse momento, a vida de Jake e sua equipe vira de pernas pro ar. Sem notícias dos pais, os bombeiros se veem obrigados a enfrentar a difícil tarefa que é cuidar de três crianças. Bryan (Brianna Hildebrand), Will (Christian Convery) e Zoey (Finley Rose Slater) vão dar muito trabalho para Jake e sua equipe.


John Cena lidera fraca comédia infanto-juvenil


A última produção da Nickelodeon Movies chega aos cinemas nesta quinta-feira (12). Intitulado Brincando com Fogo, o longa-metragem estrelado por John Cena descreve um caminho padrão no histórico das produções cinematográficas da Nickelodeon. Com foco em um público mais infantil, as obras lançadas com o selo desse estúdio acabam por carregar uma aura infantilizada. Sem fugir dessa regra, Playing with Fire (título original) é desanimador para um espectador um pouco mais maduro.

A proposta do longa, apesar de não ser inovadora, poderia resultar em um filme mediano - ou até mesmo bom -, mas o produto final é o oposto disso. Ao ver cada oportunidade de alavancar o roteiro perdida, o público consegue entender o caminho que essa sucessão de escolhas ruins vai ter. Brincando com Fogo entrega uma trama cheia de lacunas, na qual o enxertamento de piadas fora de hora só potencializam os problemas. Seu exagero é notável do início ao fim e isso é o fator principal para torná-lo um filme exageradamente medíocre.

A escolha e construção das personagens prepara o terreno para a desastrosa aura de desinteresse que a produção causará no público. Os estereótipos mais comuns são reunidos em cena na tentativa de gerar uma comicidade que não é possível. Diante do “fortão sisudo”, das “crianças levadas” e dos “amigos atrapalhados e estranhos”, o longa prepara a receita para um desastre. Além disso, para intensificar os problemas da escolha vazia dessas personagens, suas motivações na narrativa são fracas. Com exceção das personagens de John Cena (Bumblebee, de 2018) e das crianças, o resto do elenco não passa de um acessório cênico para o (óbvio) crescimento de Jake Carson.

Da participação estranha de Judy Greer (Halloween, de 2018) até a interpretação inexpressiva de Brianna Hildebrand (Deadpool, de 2016), todas as peças do filme se encaixam apenas para desenhar as partes que faltam na personagem de Cena. Judy parece existir na produção apenas para alimentar um preceito social normativo de que um homem precisa de uma companheira. Os colegas de trabalho de Jake são suportes cômicos que mais trazem exagero para tela do que de fato compõem a comédia e/ou completam a narrativa. E a personagem de Brianna, que deveria ser um contraponto à figura do chefe bombeiro, parece ser apática a tudo que está a sua volta.

Diante desta proposta de produção desperdiçada com estereótipos, exageros e lacunas, não há muito o que sentir sobre o filme. Sua apatia é tão forte que impacta no público. Dessa forma, o  maior problema de Brincando com Fogo não é seu viés de comédia infantil, mas a forma como eles tentaram criar essa comicidade. O resultado não poderia ser pior: a mediocridade. O longa não causa nenhum tipo de impacto no espectador. Um filme completamente esquecível que não consegue sequer superar um  nível mínimo de qualidade. Esse é aquele filme que, depois de assistido, some completamente de sua memória.

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