Resenha: Os sertões | Euclides da Cunha

Título: Os sertões
Autor: Euclides da Cunha
Editora: Penguin Companhia
Número de páginas: 704
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Sinopse: Escrito a partir do trabalho jornalístico de Euclides da Cunha sobre a rebelião de Canudos, Os sertões é considerada uma das obras mais importantes da literatura nacional. Ao narrar a violenta e exaustiva repressão sofrida pelo bando de Antônio Conselheiro, o autor narra também a formação do homem sertanejo.

Muitas vezes visto como corroboração às ideias evolucionistas que permearam os anos 1900, este livro, na verdade, leva as contradições de tais ideias ao limite. A própria narrativa, o contar dos acontecimentos, vai desenhando um argumento contrário às polaridades e dicotomias estanques.
Ainda muito atual, Os sertões denuncia os crimes cometidos por uma sociedade eurocêntrica, violenta, autoritária, desigual e excludente, além de desafiar qualquer resposta fácil para as questões sertanejas.
Esta edição conta com introdução de Lilia Moritz Schwarcz e André Botelho; posfácio de Luiz Costa Lima; e estabelecimento de texto, notas e cronologia de André Bittencourt.
                                              Resenha

A fama procede a experiência mais que a expectativa. O livro é divido em três partes, onde o escritor minuciosamente descreve o espaço, o homem que  habita e a luta travada nos Arraial do Antônio Conselheiro com rigor e riqueza detalhes que impressionam qualquer leitor.

O ritmo do livro é lento, devendo o leitor se ater as minuciosas palavras que o escritor escolhe com cuidado. No soprar do vento Nordeste que levanta o primeiro grão de poeira do dia a última dose da consciência brasileira, Euclides da Cunha, dentro dos seus referenciais usa os tópicos necessários para adentrarmos no universo cultural de uma região geográfica até então pouco estudada, e sobre com preposições inovadoras que se opõe ao determinismo cientifico da época, pondo o próprio escritor para questionar seus pensamentos anteriores a experiência vivida nessa rica região do Nordeste.

Com estilo descritivo intenso, cientifico, revelando como um retratista as singularidades dos sertões e ao mesmo tempo a genialidade de sua escrita.

Uma edição memorável, muito bem organizada com preâmbulos e apêndices bem assinados, mapas e gravuras tornam a leitura mais dinâmica, mas não menos detalhista, transformando esse livro em um completo dossiê sobre a história de Canudos e sobre o sertanejo, e tudo isso com as notas do Euclides da Cunha que diz ser uma obra escrita as pressas em seus pequenos e raros intervalos de oficio.

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