
O Ano da Graça é um livro bem mais completo, narrando a sociedade, e a forma como a protagonista Tierney lida com ela, e como o ano da graça é importante em explicar e mostrar uma rede escondida, e dar um potencial revolucionário a mulheres, que foram ensinadas a se submeter a uma sociedade machista e extremante dolorosa para elas. E mais do que isso, ela retrata a relação entre essas mesmas mulheres, que muitas vezes sofrem juntas, como vitimas, e também como algozes uma das outras.
É um livro com uma linguagem jovem, mas ao mesmo tempo, extremamente maduro. No começo parece um daqueles livros de distopia em que a protagonista vai mudar o mundo, mas depois ganha um enredo mais misterioso e realista, mostrando que toda grande mudança tem que começar de algum lugar.
Além dessa questão feminista e política, o livro carrega alguns mistérios que intrigam o leitor e que vão sendo descobertos a cada página. Os personagens são cheios de nuances e a mente humana é mostrada de uma forma muito interessante.
O livro é bem legal, porque ele trás um pouco de tudo, por cima desse questionamento social. Romance, amizade, obsessão, história, magia e sonhos. Uma mistura fascinante e que tornou esse livro um dos melhores que do ano passado para cá.
Se você leu o Conto da Aia ou assiste a série, ou até mesmo, se nunca viu/leu, mas tem interesse no tema, deve começar por ele. Não há arrependimentos, e fica uma sensação de plenitude, por ter tido a chance de ler um livro tão bom assim. A autora me conquistou logo nas primeiras páginas e ela soube o jeito certinho de passar essa história para nós.
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