Crítica | Querido Evan Hansen


Título:
 Querido Evan Hansen

Direção: Stephen Chbosby

Roteiro: Steven Levenson 

Elenco: Ben Platt, Julianne Moore, Amy Adams, Kaitlyn Dever, Colton Ryan

Música composta por: Pasek and PaulJustin PaulBenj Pasek, Dan Romer

Sinopse: Querido Evan Hansen é uma história que gira ao redor de Evan Hansen (Ben Platt), jovem ansioso e com dificuldades de se conectar com os outros, que acaba envolvido numa mentira sobre um colega de classe que cometeu suicídio, se aproximando da família do falecido. Adaptação cinematográfica do musical vencedor do Tony e do Grammy de Steven Levenson, Benj Pasek e Justin Paul 

Crítica:

Querido Evan Hansen é um longa-metragem que veio de uma adaptação da peça de mesmo nome da Brodway muito aclamada, vencedor do Tony e do Grammy, estreada em 2016.

O filme, logo de cara, não teve muito apreço do público e a internet caiu matando. Vi que o filme foi bastante criticado e não sabia por que, pois não fui buscar a fundo para não levar spoiler. Fiquei a sessão inteira achando que fosse algo antiético, ou “errado” que tenha sido retratado, o que não é muito difícil devido a temática: suicídio e doenças psicológicas.

Depois de pesquisar e ler algumas críticas, percebi que o que aconteceu foi:

1.    A escolha do ator principal. Ben Platt foi escalado para fazer um papel de um adolescente de 15 anos. Ele atualmente tem 28, e sua carinha não é mais de baby. Entendo que o diretor quis manter o ator da peça, mas ele foi o único ator escalado, então para mim isso não é um argumento muito válido. Tentei ignorar esse fato, mas também me causou certo incômodo.

2.  A comparação entre a peça e o filme. Algumas adaptações no roteiro aconteceram. Como eu não assisti à peça, não poderei comentar muito sobre isso, mas trago o que pesquisei. As músicas foram adaptadas, porém receberam críticas por não fazerem muito sentido no meio de alguns diálogos, ficando soltas (concordo com isso, achei algumas cenas confusas), além de deixarem alguns efeitos usados nos palcos, como aumentar a voz em certas partes para dar ênfase e até a última fileira do teatro consiga ouvir. A peça também trás muita tecnologia, o que impressiona o público, deixando-os mais “próximos” dos personagens. No filme, a tecnologia é o de menos.

3.   Também há críticas sobre o tema e o roteiro. A revista Variety comenta que o tema Suicídio não deveria ser um artifício para vender. Mas eu acho que sim, esse tema tem que ser apresentado, comentado. Pois estamos vivendo em uma era em que o mundo está doente. E muita gente não sabe como buscar ajuda, se acha diferente dos outros, bizarros, aberrações. E esse tipo de conteúdo e tema nas telas dos cinemas fazem com que eles se sintam normais, e um pouco mais à vontade para conversar sobre isso e eventualmente buscar ajuda.

Assistindo o filme, prestei muita atenção para entender e avaliar cada parte daquilo. E é um misto de sensações e sentimentos, pelo menos para mim. Suicídio é um tema difícil de ser conversado, de ser visto nas telas. E o filme aborda vários pontos de vista: os pais que não sabem como lidar, se culpam pelos filhos não estarem felizes, a “obrigação” de ter um luto por alguém que não era bom para a gente, o endeusamento de pessoas ruins depois que elas morrem, o uso de pessoas mortas para se autopromover, e vários outros temas. Não achei um filme muito difícil de ver, não me angustiou, principalmente por não ter nenhuma cena de gatilho, o que eu acho ótimo! Mas é um filme que te faz sair um pouco mais pensativo.

O elenco do filme foi escolhido a dedo! Fiquei impressionada com a quantidade de atrizes e atores fantásticos escalados para o longa. Julianne Moore e Amy Adams principalmente. O investimento foi alto. E elas estavam fantásticas. Apesar de eu achar que o papel da Amy Adams não tenha sido muito profundo apesar de ser uma mãe em luto que busca achar algo bom do filho para se agarrar, é um papel um tanto monótono. Mesmo assim, acho que a Amy faz seu nome em tudo. Cadelinha dela aqui.

O diretor, Stephen Chbosky, não me surpreendeu tanto assim. Gostei da direção e como ele manipulou os flashbacks. Mas esperava um pouco mais, por conta dos outros filmes que ele dirigiu: As vantagens de Ser Invisível e Extraordinários, que são simplesmente incríveis.

Sobre as músicas. Eu também estava esperançosa, pois são os mesmos compositores de O Rei do Show, que eu amo! Apesar das críticas, são músicas que eu ouviria fora do cinema.

Por fim, quero dizer que é um filme bonito. As críticas existem, mas não desmerece o longa inteiro por conta delas. Vale a pena assistir. Talvez não seja os melhores 137 minutos da sua vida, mas se gosta de musical, é um bom entretenimento.

Ah, uma nota! Escolham adolescentes para fazerem papéis de adolescente, eu imploro!


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