Crítica | Elvis

Título
: Elvis

DireçãoBaz Luhrmann

Gênero: Biografia, musical, drama.

Elenco: Austin Butler, Tom Hanks, Dacre Montgomery, Olivia DeJonge

Notinha: 4/5

SINOPSE :

A cinebiografia de Elvis Presley acompanhará décadas da vida do artista (Austin Butler) e sua ascensão à fama, a partir do relacionamento do cantor com seu controlador empresário "Coronel" Tom Parker (Tom Hanks). A história mergulha na dinâmica entre o cantor e seu empresário por mais de 20 anos em parceria, usando a paisagem dos EUA em constante evolução e a perda da inocência de Elvis ao longo dos anos como cantor. No meio de sua jornada e carreira, Elvis encontrará Priscilla Presley (Olivia DeJonge), fonte de sua inspiração e uma das pessoas mais importantes de sua vida.


CRÍTICA

Chega aos cinemas a cinebiografia do aclamado cantor, ator e músico mundialmente conhecido Elvis Presley, a trama busca contar ao público sobre as influências do cantor, sua infância, relação com os pais em especial sua mãe, seu casamento e o seu empresário acusado posteriormente a sua precoce morte em 1977, de abuso e exploração do artista. O filme é lindo de ver, porque tem a exuberância e exageros que nos dizem que são a cara da carreira do Elvis Presley :Colorida, intensa, frenética, polêmica (e  nesse aspecto o filma passeia bem).

Eu particularmente achei o filme fantástico, cativante de um jeito que só musicais conseguem nos levar a ficar pouco mais de 2h30 assistindo sem nem perceber. A escalação dos atores é um dos pontos altos do filme, o pouco conhecido Austin Butler claramente fez muito bem o dever de casa, estudou e se mostra preparado para dar vida a um dos músicos mais importantes da história da música, o veterano oscarizado Tom Hanks na pele do seu empresário controlador "coronel" Parker está irreconhecível e como sempre excelente contribuição a trama, eles fazem um duo de bastante química entre outras participações menores porém bem trabalhadas também.

Peço licença para fazer uma reflexão sobre Hollywood, que apesar de já termos mudado alguma coisa por lá, ainda é um universo homogêneo de leituras de realidades de profunda proximidade com a branquitude e seus desdobramentos sociais, de onde eu estou tirando tudo isso você pode estar se perguntando, é uma pergunta válida, vou pegar elementos que o próprio filme trás para poder ilustrar meu ponto de vista, o Elvis foi uma criança que ao passar por dificuldades financeiras ele e sua mãe tiveram que se morar em um bairro humildade ocupado em sua maioria pela população pobre e preta da cidade de Memphis no Tennessee onde cresceu com as influências musicais que iam da música pop e country da época, a música gospel que ele ouvia na igreja e nas noites de cantoria que ele frequentava, e o R&B que ele absorveu na histórica Beale Street quando adolescente, ou seja, influências prioritariamente de música negra. Cultura negra sendo mais precisa, em toda sua excelência e particularidades sendo incorporada por um jovem branco que por fim até os dias de hoje é conhecimento apenas como rei do rock, é minimamente problemático ao meu ver, porque poderia apostar com qualquer um aqui que se fosse uma outro cantor fazendo exatamente as mesmas coisas que o Elvis fez naquelas décadas e fosse um homem negro não teria recebido a mesma atenção ou até mesmo incompreensão sobre o porquê dele se movimentar daquela forma por exemplo. São muitas questões que poderíamos refletir aqui sobre toda essa questão da apropriação feita e até hoje pouco compreendida como tal, afinal quem escreve a história do mundo ainda são homens brancos com seu particular olhar de proteção aos seus, só acho muito importante fazer essa observação aqui porque sei que não será um detalhe a chamar atenção de todos aqueles que vão assistir, fica apenas a semente da reflexão plantada, a colheita é opcional!

Baz Luhrmann é um dos diretores que eu mais gosto especialmente pela direção do lindo maravilhoso e igualmente musical "Moulin Rouge" o cara entende as formas criativas de tornar uma cena com música, dança e drama fazendo aquelas passagens que deixa a gente sem fôlego com o que acabou de ver, é um espetáculo a parte a trilha sonora que flerta com canções e cantores atuais achei o máximo essa união sonora de passado e presente, cheguei em casa já procurando a trilha sonora oficial pra ouvir e conhecer mais artistas.

Pra finalizar e com todas as ressalvas que fiz é alerta de filmão sim meu caro cinéfilo, o filme envolve e merece nossa atenção singela nem que seja para criticar a autocrítica que ainda não veio.


                                                  BOA SESSÃO!

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