Oppenheimer (2023) | Crítica


Título: Oppenheimer (2023)

Direção: Christopher Nolan

Roteiro: Christopher Nolan

Elenco: Cillian Murphy, Robert Downey Jr, Matt Damon, Emily Blunt, Florence Pugh, Josh Hartnett, Rami Malek, Tom Conti

Gênero: Drama, Biografia

Classificação: 4,5/5

Sinopse: Oppenheimer é um filme histórico de drama dirigido por Christopher Nolan e baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan - que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945. Além de Cillian, o elenco também traz nomes como Emily Blunt, Matt Damon, Robert Downey Jr., Florence Pugh, Gary Oldman, Jack Quaid, Gustaf Skarsgård, Rami Malek e Kenneth Branagh.


Resenha:

    Oppenheimer chega aos cinemas numa semana, digamos, bombástica. Estreando lado a lado com Barbie(2023), o mais novo longa de Christopher Nolan conta a história de J Robert Oppenheimer, com premissa de explorar as questões éticas e morais do cientista líder da criação do Projeto Manhattan, o programa de pesquisa e desenvolvimento responsável pelas bombas atômicas usadas pelos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Não era uma tarefa relativamente fácil. Condensar a história do homem responsável por mudar o mundo não era tão simples. Mas será que Nolan consegue fazer isso de uma forma minimamente interessante? A resposta à pergunta é: Sim.

    Fazendo o caminho inverso do que os atuais diretores de Hollywood vem fazendo nos últimos anos, Christopher Nolan escolhe mais uma vez utilizar efeitos práticos, ao invés de CGI. O mesmo declarou que não há CGI em seu filme e logo nas primeiras cenas, o espectador se pergunta: Como? E esse provavelmente o ponto mais alto do filme.

    Ele é visualmente impecável. Com marcadores narrativos bem presentes - preto e branco para cenas objetivas e em cores para subjetivas - o filme é inteiramente gravado em IMAX, tecnologia que expande a proporção de tela. Mas além da fotografia e das escolhas criativas, o que chama atenção mesmo é seu elenco.

    A alma do filme realmente é seu protagonista. Para viver o complexo cientista, o escolhido foi um grande conhecido do diretor, Cillian Murphy. Este é o sexto filme que os dois trabalham juntos. Cillian consegue transpor as camadas necessárias para que o espectador compreenda o quanto Oppenheimer era brilhante e falho. Um gênio imperfeito e inconsequente, disposto a fazer muito para concretizar suas teorias. As duas adições mais interessantes aqui são Robert Downey Jr como Lewis Strauss e Tom Conti como Albert Einstein, mas deixarei que tire suas próprias conclusões.

    Além dos três, temos também Matt Damon, Emily Blunt, Florence Pugh e mais outros rostos muito conhecidos fazendo pequenas participações. A sensação que se tem é: todo mundo queria fazer parte desse projeto, nem que fosse para fazer uma ponta. Mas existe um contraste muito grande na eficiência do diretor (que também é o roteirista) em relação a distinção de gêneros.

    Enquanto o roteiro privilegia incrivelmente toda a parte masculina da trama, as atrizes sofrem bastante. Falta a elas tamanha profundidade que o senso de incompletude é inevitável. Para Florence, a evidência vem com sua personagem sendo mostrada apenas como interesse amoroso, enquanto nenhuma de suas ações insistentemente verbalizadas por outrem nunca são mostradas. Para Emily, a personagem fica apagada a sombra de uma história que tenta encaixá-la de forma tão insignificante que quando a mesma tem seu momento de glória, escancara ainda mais a inabilidade do roteiro em trabalhar bem uma personagem que tinha muito potencial.

    Com 03 horas de duração, Oppenheimer é um dos filmes mais intrigantes já feitos por Nolan. Com momentos em que o ritmo parece ser acelerado demais para o entendimento, outros muito mais lentos, é um filme que cumpre bem seus objetivos. Com uma fotografia que abrilhanta os olhos e uma sonoplastia extremamente presente, o longa entrega tudo que se propõe e certamente é um dos melhores filmes do ano.


Boa Sessão para você!!!


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