Resenha: O coração é o último a morrer | Margaret Atwood

Titulo: O coração é o último a morrer

Autor: Margaret Atwood

Editora: Rocco

Sinopse: Charmaine e Stan são um casal jovem que tenta sobreviver a um colapso econômico e social de grandes proporções. Perderam seus empregos, sua casa e, por total falta de recursos, são obrigados a morar no carro, se expondo a todo tipo de risco. Para reverter esta situação, o casal resolve aderir ao Projeto Positron, na cidade de Consilience. Supostamente criado para resolver os problemas sociais causados pela crise, o projeto lhes oferece um lugar confortável para morar, comida boa e emprego fixo. Em meses alternados, no entanto, os residentes de Consilience deixam suas casas e se tornam internos na prisão de Positron. Concluído o período de serviço no sistema prisional, eles retornam à vida civil.

Apesar de estarem sempre sob vigilância e não poderem ter qualquer interação com amigos ou familiares, o esquema não parece um sacrifício para eles. Considerando os benefícios que lhes estão sendo concedidos, a vida no bairro idílico e na comunidade parece perfeita. Porém, quando Charmaine se envolve romanticamente com o homem que ocupa sua casa enquanto ela e o marido estão na prisão, uma série de eventos preocupantes se desdobra e coloca em risco a vida de Stan e a paz alcançada a tão duras custas. De repente, Positron parece menos uma solução e muito mais um arrepiante desafio.

Resenha


"O coração é o último a morrer" é mais uma obra distópica da mesma autora de "O conto da aia". Aqui, em um futuro próximo, a economia americana sofreu uma enorme perda, e grande parte da população (mais de 40%) se viu sem trabalho, casa ou dinheiro. É assim, que o casal Charmaine e Stan, perdeu tudo e precisa sobreviver morando em um carro velho e em péssimas condições,  buscando se proteger da violência gritante que está em todos os lugares. 

Vivendo cada dia em meio ao perigo e incerteza, eles acabam aceitando participar de um projeto que viram o anúncio. Neste projeto, eles teriam casa, comida e emprego, em uma cidade chamada Consilience, mas a cada mês que vivessem nessa cidade, eles teriam que passar um mês na prisão de Positron, vivendo encarcerados. Enquanto eles estivessem na prisão,  outro casal viveria em sua casa, até que no mês seguinte, os casais trocariam de local, sendo que jamais devem ter contato, uns com os outros.

Considerando suas situações atuais, o casal aceita participar do projeto, e tudo parece seguir bem, até que um deles quebra um regra e coloca toda a vida deles em risco. Com isso, várias descobertas serão realizadas, levantando questionamentos sobre o projeto e quem está por trás dele.

Este livro chama a atenção pela sinopse interessante, com uma distopia que não parece tão longe da nossa realidade. Da mesma forma de "O conto da aia" não dá para não pensar que tudo isso pode realmente acontecer, por mais louco que pareça. A premissa é interessante e a escrita da autora consegue deixar o leitor instigado. Ela consegue nos apresentar bem os personagens e equilibra toda a tensão, drama e certo humor, na forma como escreve.

É um livro que desperta curiosidade e que vai trazer várias reviravoltas, nunca deixando o leitor muito acomodado. Os protagonistas não são perfeitos, podendo incomodar com alguns pensamentos, mas isso é importante em deixar a história mais real. Há momentos em que a história parece se alongar, e em outras em que a autora vai preferir passar mais rápido, e é algo que tem a cara dela mesmo.

Posso dizer que é uma obra em que muita coisa acontece, e que apesar de as vezes alguns planos ou ideias parecem um pouco demais, nada sai muito do esperado. No resumo, é um livro muito interessante, com um ideia boa, e com um desenvolvimento que consegue entregar o que promete. Para quem gosta de distopias ou outros livros da autora, este livro é com certeza uma boa opção.

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