Crítica | O Auto da Compadecida 2

 

Título: O Auto da Compadecida 2

Direção: Guel Arraes e Flávia Lacerda.

Elenco: Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Taís Araujo, Humberto Martins, Luis Miranda, Eduardo Sterblitch, Fabiula Nascimento,Virgínia Cavendish e Enrique Diaz.

Gênero: Comédia; drama.

Notinha: 4,5/5




SINOPSE

Se passa vinte anos depois da primeira história e mostra a pacata rotina de Chicó (Selton Mello) na mítica cidade de Taperoá, no sertão nordestino. Agora, ele vive da venda de santinhos esculpidos em madeira e conta a história da ressurreição de João Grilo (Matheus Nachtergaele). Seu grande amigo não dá notícias há duas décadas, e Chicó acha que ele morreu novamente. Mas eis que João Grilo reaparece cheio de planos mirabolantes, que vão virar a cidade de cabeça para baixo.

CRÍTICA

Chega aos cinemas  (no dia 25/12) e  25 anos depois da estreia da série de mesmo nome da rede globo e e devido ao enorme sucesso no ano seguinte se tornou o filme que conhecemos e amamos, a sequência do filme querido por todos. Quando anunciaram a sequência do clássico moderno eu fui uma das mais animadas com a novidade, passado a surpresa me questionei se havia o que mais contar uma vez que o autor da peça que inspirou o filme Ariano Suassuna nos deixou (1927 - 2014) saudoso gênio e artista que nos deixou um legado de valorização e resistência da cultura nordestina principalmente.

A nova história apesar do tempo faz questão de manter a conexão com a obra original, tem momentos de engraçados e furtivos de metalinguagem e cenas novamente hilárias que fizeram valer a espera e justificam a sequência.

Nossos queridos personagens estão novamente ali com mais histórias, encrencas e causos nordestinos para entreter enquanto vai se desenrolando as tramas somos apresentados aos novos personagens, de que forma vão contribuir com a narrativa e aos poucos tendo mais do duo mais querido do cinema nacional Chicó  e João Grilo, João Grilho e Chicó como somente dois grandes atores conseguem nos fazer esquecer que duas décadas se passaram, que já não somos mais os mesmos mas que a química e carinho forte um pelo outro permanece intocado, para além do que se pode mensurar. É uma oportunidade única, para toda uma geração ver na tela grande os dois grandes amigos, que com se tornaram de alguma forma amigos de todos nós também.

Me perdoem por estar talvez soando por demais emocionada ou afetada, é honesto porque esse é de fato não somente o filme nacional que mais vi na vida como aquele que vejo com minha família desde criança, tem um lugar especial no meu coração e sempre vai ser assim. As falas e cenas consigo dizer de cór sem dificuldade, tem tanto do nordeste nessa obra, fato esse que somente depois da mais velha entendi o tamanho da importância e por isso passei e apreciar ainda mais enquanto nordestina orgulhosa que sou.

Não posso deixar de falar de uns aspectos técnicos que me incomodaram um pouco, a iluminação, fotografia e maquiagem em alguns momentos pareceu para mim fora de tom, diferente de uma maneira que parecia difícil acreditar naqueles cenários, naquele figurino e é a única falha que me chamou atenção, na verdade desde que o primeiro pôster foi lançado tive essa impressão e infelizmente se manteve por praticamente todo o tempo no novo longa, algo que não aconteceu com o anterior.

Voltar para as origens é como voltar para a casa após um logo período, temos a emoção do retorno, os recreios de que nada será como antes e a nostalgia do tempo que se viveu, para mim a continuação consegue equilibrar muito bem todos esses elementos essenciais e ainda adiciona novos carismáticos personagens a um elenco estrelar queridíssimo e aclamado.

Viva o nordeste! Viva a cultura brasileira! Viva o nosso cinema!

Boa sessão e um feliz natal a todos!

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