Título original: F1 The Movie
Estreia: 26 de Junho de 2025
Gênero: Ação, Drama
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro Ehren Kruger
Elenco: Brad Pitt, Damson Idris, Javier Bardem
Sinopse: Em F1, um piloto veterano de Fórmula 1 volta da aposentadoria para ser o mentor de seu jovem colega de equipe. No filme produzido pelo heptacampeão de Fórmula 1 Lewis Hamilton, depois de abandonar as pistas, o lendário piloto Sonny Hayes (Brad Pitt) é convencido a voltar a correr para apoiar Joshua Pearce (Damson Idris), o jovem novato da escuderia fictícia ApexGP. Disposto a todos os riscos, Sonny monta uma estratégia para fazer a equipe se tornar vitoriosa, para isso ele precisará do apoio da comissão técnica e de pessoas influentes do esporte, mostrando que a corrida vai muito além das curvas dos autódromos. O longa conta com a participação dos pilotos reais da F1 e foi gravado durante as corridas do GP da Inglaterra.
Crítica
Fui assistir a F1: O Filme com a empolgação de quem acompanha a Fórmula 1 há um tempo e confesso esperava ação de tirar o fôlego, um Brad Pitt carismático ao volante acelerando do jeitinho que Hollywood faz. Mas, para minha surpresa, o que encontrei foi muito mais do que um filme sobre velocidade. Foi uma experiência cinematográfica intensa e pulsante, daquelas que fazem a gente sair do cinema com o coração disparado. Conseguiram entregar uma obra emocionante, cheia de camadas, que vai fundo nas emoções humanas e naquilo que nos impulsiona quando tudo parece ter chegado ao fim.
Visualmente, o filme é um espetáculo. As cenas de corrida são tão realistas que dava para sentir o calor do asfalto, o cheiro de borracha e a tensão em cada curva. A câmera provoca uma imersão tão completa, com cenas de corrida tão reais, tão próximas, que parecia que eu estava ali, no cockpit, sentindo o ronco do motor vibrar no peito. Em vários momentos me peguei prendendo a respiração, sentindo a tensão de cada curva como se fosse minha.
Mas F1 não se resume à ação na pista. O que mais me surpreendeu foi o que o filme faz quando a velocidade diminui. Porque “F1” não é só sobre motores potentes e ultrapassagens impossíveis, é sobre o que acontece quando tudo para e dá lugar ao silêncio entre as voltas e revela cansaços acumulados, traumas antigos, conexões humanas inesperadas. Brad Pitt entrega uma atuação delicada e profunda como Sonny Hayes. Ele não tenta ser o herói de uma última missão, nem um astro envelhecido querendo provar algo, ele é vulnerável, falho, real. E sua conexão com Joshua Pearce (Damson Idris, num papel carismático e intenso) forma o eixo emocional do filme. Juntos, eles constroem um arco de mestre e aprendiz que foge dos clichês e entrega algo sincero e profundo.
Enquanto muitos esperavam um “Top Gun sobre rodas”, F1 entrega mais, é uma ode à reinvenção, à coragem de continuar quando o corpo já pede descanso, mas a alma ainda quer acelerar. É sobre o medo de falhar, a vulnerabilidade que vem com o tempo e a força que brota justamente daí, em um filme sobre recomeços.
E é claro que há liberdades criativas, com algumas manobras ousadas e que desafiam a lógica, ultrapassagens que desafiam a física e talvez até as regras da FIA. Mas isso não atrapalha. O objetivo aqui não é ser uma corrida fiel ao milímetro, mas transmitir sensações. E, nesse ponto, o filme é um sucesso absoluto. Mesmo quem nunca ouviu falar em pitlane ou paddock consegue se emocionar. É uma carta de amor à Fórmula 1, mas também uma história sobre qualquer um que já se sentiu perdido e precisou reencontrar o caminho.
O fato de o filme ter sido gravado durante corridas reais, com participação de pilotos da Fórmula 1 e filmagens nos bastidores do Grande Prêmio da Inglaterra, o longa ganha ainda mais autenticidade. Tudo parece mais vívido, mais urgente, mais verdadeiro.
F1: O Filme não é sobre vencer a corrida. É sobre não desistir, mesmo quando o mundo desacredita, a pista escurece e você mesmo começa a duvidar dos seus freios. É uma volta cinematográfica emocionante, que vai muito além das pistas e vale cada segundo.
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