Heeei, galera!
Eu, a Bia do @maisumleitor e o Gabriel do @lendocombiel já selecionamos os textos vencedores da promoção Apocalipse Zumbi! E como combinado, divulgarei aqui o texto que eu mais gostei. Tô até pensando em postar os outros ganhadores também, porque o que o Biel selecionou e tipo, MUITO engraçado. Enfim. Escolhi o texto da Danielle Demarchi (a-m-e-i esse sobrenome).
Querido amigo,
Estou escrevendo essa
carta por questão de sobrevivência e porque só posso dividir essa história com
você. Nesse momento, estou escondida em uma cabine telefônica enquanto escrevo
essa carta e, ao mesmo tempo, fico de olho no relógio para não perder a
oportunidade de por meu plano em prática.Antes de falar sobre
meu plano, preciso te contar como tudo começou e como me transformei em uma das
últimas sobreviventes do nosso humilde planeta. Suspeito que você saiba
exatamente como as coisas tomaram esse rumo. Mesmo assim, decidi utilizar os
que podem ser meus últimos minutos de vida para escrever essa carta, ainda que
você não venha realmente a lê-la. Acho que essa necessidade de “falar com
alguém” se deve a um fato triste: não falo com ninguém há dias.
Deixando o papo furado
de lado, até porque não tenho muito tempo, vamos aos fatos. Há cerca de uma
semana, estava eu saindo da escola para almoçar no centro da cidade, em um
restaurante conhecido por ter o melhor nhoque da região, quando, de repente,
percebi que havia algo estranho acontecendo ali. Ou melhor, o estranho é que
não havia nada acontecendo, o silêncio predominava e a rua estava deserta. Algo
terrivelmente perturbador quando se trata de uma sexta-feira no horário de
almoço na cidade mais populosa do país.
O silêncio me
incomodava mais a cada passo que eu dava e, pior ainda, eu sentia que estava
sendo observada, mas não conseguia descobrir quem ou o quê estava me vigiando.
Passei a andar mais depressa, até que um barulho despertou minha atenção. Era o
barulho de alguma coisa se arrastando na minha direção.
Desviei o mais rápido
que pude e escapei por pouco de um ser asqueroso, parecido com um cadáver que
fugiu do túmulo, vestido com trapos, com face e membros desfigurados e, o mais
aterrorizante, com sangue fresco espalhado pelo corpo.
Sem tempo para me ater
aos detalhes ou para questionar o que diabos estava acontecendo ali, fiz o que
qualquer pessoa em sã consciência faria naquele momento: corri. Corri com todas
as forças, como se minha vida dependesse disso. O quê, sejamos sinceros, soava
bem verdadeiro naquele momento.
Durante a minha
correria sem rumo, agradeci a você por ter me dado um coração saudável e um
pulmão que se esforçava para aguentar o tranco. Os murmúrios sem sentido que eu
conseguia ouvir me diziam que “aquilo” estava me seguindo. Foi então que
visualizei um supermercado na esquina e forcei minhas pernas a correrem mais
alguns metros.
Os murmúrios aumentavam
conforme eu me aproximava do supermercado, o que me levava a crer que “aquilo”
tinha encontrado uns amiguinhos e que a turma estava se divertindo enquanto me
perseguia. Evitando olhar para trás para ver o tamanho da desgraça, corri o
máximo possível até chegar à porta do supermercado que, graças a você, estava
aberta. Entrei o mais rápido possível e, antes que meu pulmão saísse pela boca,
tranquei a porta eletrônica e liguei o alarme.
Nesse instante percebi
a real dimensão do problema. O supermercado estava com corpos dilacerados
espalhados pelos corredores e sangue escorrendo por todos os cantos possíveis,
mas ainda era um lugar mais seguro do que lá fora, pelo menos foi essa minha
conclusão quando vi a quantidade de zumbis que se empoleiravam na porta de
vidro do supermercado para tentar abri-la.
Minha sorte é que a
porta de vidro era resistente e não sucumbiria facilmente. Mas de qualquer
maneira era preciso ter um plano se eu quisesse sair viva dessa situação.
Minha primeira ideia
foi dar uma geral no local para ver se tinha mais alguém vivo por ali ou, na
pior das hipóteses, outro cadáver ambulante ameaçador. Pé ante pé, chequei o
lugar todo enquanto desviava dos corpos e fechava qualquer mísero espaço que
pudesse servir como entrada para os zumbis. Arrastei as coisas mais pesadas que
tinha à vista em direção a porta, para tornar a tarefa de derrubá-la ainda mais
difícil e logo em seguida andei pelos corredores pegando todo tipo de coisa que
pudesse me servir como arma, afinal, se eles conseguissem entrar eu precisaria
estar preparada.
Foi nesse supermercado
que permaneci até agora, treinando minhas habilidades com as armas
improvisadas, espiando a situação lá fora pelas janelas e tramando o meu plano.
Os zumbis continuam tentando invadir e de tempos em tempos vejo eles
dilacerando algum pobre coitado que passa pela rua. Imagino que a situação no
resto da cidade e talvez de todo o mundo não seja muito melhor, pelo menos foi
o que ouvi no dia em que a televisão do supermercado estava funcionando. Isso
foi há alguns dias atrás, quando o sinal foi interrompido depois de uma invasão
de zumbis na sede da emissora.
Meu amigo, sei que você
sabe muito melhor do que eu o que está acontecendo agora, por isso vou logo ao
que interessa. Formulei um plano para me livrar dos zumbis que estão me
perseguindo, um plano que será executado daqui a pouco, em 2 minutos, para ser
mais exata.
Consegui sair do
supermercado sem que eles me notassem. Saí pela porta dos fundos e só precisei
esfaquear três zumbis antes de chegar na cabine telefônica que fica na frente
do supermercado. E daqui a pouco o espetáculo vai começar.
Espalhei álcool por
todos os corredores e deixei o alarme pronto para abrir a porta nesse exato
momento. Os zumbis parecem assustados com a abertura repentina da porta, mas
não tardam a invadir, aos poucos mais e mais zumbis vão entrando, saindo de
todos os cantos da rua, provavelmente atraídos pelo cheiro de sangue que vem do
supermercado. Quando a maioria deles já está lá dentro, a porta se fecha,
seguindo o comando que deixei preestabelecido, prendendo-os no supermercado.
Chegou minha hora de agir.
Saio da cabine
telefônica, coloco as coisas que peguei do supermercado dentro do carro mais
próximo (todo tipo de material que sirva como arma, água e mantimentos). Me
encaminho até a janela da lateral direita, acendo o fósforo e o coloco com
cuidado dentro do prédio, pelo pequeno buraco que fiz no vidro.
Imediatamente vejo a
primeira chama, que logo se transforma em um incêndio de grandes proporções.
Enquanto os zumbis queimam, corro até o carro e consigo encontrar sua chave,
assim como o cadáver daquele que deveria ser o seu dono. Me livro do corpo e
ligo o veículo.
Ouço a explosão quando
já estou suficientemente afastada do supermercado e sei que o plano funcionou.
Aqueles zumbis vão voltar para o lugar do qual nunca deveriam ter saído. E eu
vou continuar meu trabalho, eliminando todos os zumbis que encontrar pelo
caminho, de preferência de maneira explosiva. Tudo como o bom e velho Resident
Evil me ensinou.
OBS: Se quiser me dar
uma ajudinha, estou às ordens. Sabe como é, trabalhar sozinha é meio entediante
e ter o auxílio de alguém tão poderoso quanto você pode ser divertido.
OBS2: Não se esqueça de
me manter vivo. Lembre-se, cada faixa de life é importante se você quer zerar
esse jogo. E, pelo amor de Deus, vê se acerta essa pontaria porque ainda tenho
muitos zumbis para queimar!
Atenciosamente,
Você sabe quem.
Parabéns, Dani!
Achei muito legal essa carta, fiquei parando em alguns momentos para imaginar mais a cena. Adorei!
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