SESSÃO DA MEIA NOITE - Catando Níquel com BatMan Tepes


DRÁCULA
A História Mal Contada
direção Gary Shore
elenco Luke Evans, Sarah Gadon, Dominic Cooper
música Ramim Djawadi
EUA 2014

Surge Drácula, pretensamente, com a história nunca contada.
Propaganda enganosa.
Não contada por que não existente. Em termos de ficção-invenção já é notória a criatividade desde Bram Stocker. Românticos e ficcionais.
Mas esse Drácula vem nas águas do Batman e por isso é filmeco, preso a fórmulas, com cenas previsíveis;  para não perder dinheiro algum de seu investimento – essa a premissa, para a desculpa de que depois virá a arte – e, ganhar mais espaços em nossos cinemas brasileiros que abrem as pernas como boas prostitutas. 

Na França rola o mesmo. Roliudi invade o país com o mínimo de 50% de captura de seus cinemas.  Por isso reúnem-se as TVs e rádios para produzirem filmes locais ou não teriam coisa alguma. A massa, do povaréu, com o cérebro lavado nem pensa nisso. Aliás, nem pensa.
Quem nasceu agora pensa que vê novidades. A juventude é sábia, quando percebe que nada sabe ainda e precisa aprender. A juventude é burra quando posa de sábio e repete a fórmula ensinada pelo papai americano. Ruth Rocha tem razão. Platão também.
O filme é eivado de clichês, como deve ser o subcinema. Próprio para mentes infantis que já sabe que a quantidade de sangue não passa de xarope de cereja.
O herói dá um soco no chão e o quebra em pedaços. Usa roupa preta e vai ao encontro de um monstro maior e master que lhe dará poderes e blá e blá e blá.
Ele deverá defender a cristandade, defender a família, provavelmente defender a tradição a família e a propriedade; a massa crédula não percebe que é propaganda burguesa e capitalista,  e, para tanto, como seu próprio filho conta, não se precisa de um herói, mas, de um monstro. Não é preciso ser bom para defender a cristandade. E nem Cristo basta. Os monstros a defenderão. Eles plantam igrejas por todo lado.
Ouvi algo similar em Batman que ele mesmo diz que as pessoas o desprezam, pois, ele faz o que o lado mau de cada um deseja fazer, mas tem medo de expor. Mas Batman é bonzinho e não mata, apenas aleija. É preciso ser monstro para combater as feras.
Numa cena emblemática o ‘herói’ pede para a mulher e filhos fecharem os olhos. É que ele ia destruir uns vinte e cinco turcos ali na frente deles, dobrando a esquina do morro.
Filme para tolos. Fará muito sucesso. Se tiver uma trilha que copie as trilhas que rolam por ai, com a fórmula já dada por Franz Zimmer,  mais sucesso ainda. Quanto maior a identidade com o cérebro lavado melhor, e é assim que o sucesso se forja; não por que o filme é bom ou tem gente talentosa. Mas, por que copia bem e deixa todo mundo em sua área de conforto. Nesse caso pegaram o compositor de Game of Thrones. De quebra leva Lord Tywin Lannister como monstro mestre.
A vantagem é que há imagens belíssimas e isso se deve aos projetos 4k e 8k dos novos filmes. Qualquer filme porcaria fica belo e de grande prazer visual, com  prazer se assiste,  pois as imagens são realmente cativantes. Talvez seja essa o único grande mérito dos filmes atuais. Filme lixo em 4k e teremos Joãozinho Trinta.
Mas não é novidade. A trilogia Katsi trabalha com imagens e música, sem história, mas com conceito e faz sucesso sem texto algum.
Lembro da época em que eu tinha a mesma idade da plateia atual e nossos heróis eram David e Hall na Odisseia do Espaço, ou o cínico capitão Taylor e Zira no Planeta dos Macacos ou então a  rapaziada do Easy Ryder. Hoje o jovem vive da péssima cópia e nem vai atrás dos originais. nem quer saber dos originais. 
Isso tudo, saiba,  é cópia do que já foi. O jovem vive da cópia. Na verdade vive do passado. Velhos sem ruga, mas já com Alzheimer.
A indústria do cinema explora esse tipo de  jovem da atualidade; jovens que são por si mesmo cópias.  
Ah! Em tempo. Vlad Tepes existiu, é personagem histórica, logo a história nunca contada seria a dele, a do empalador, que usava bigodes e um modelito romeno que sujou de sangue enquanto tentava manter em pé o que restava do Império Bizantino que desabava frente os Turcos Otomanos.
Começo da idade moderna.

A realidade pode ser muito mais interessante.

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Um comentário:

  1. Concordo sobre o que disse do filme. Tive essa impressão quando saí do cinema: invenção barata de uma história real que por si só já é legal. Mas tenho que salientar a frase ''Ruth Rocha tem razão''. Huum... não, não acho que tenha.

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