Resenha: A promessa | Harlan Coben

Título: A promessa
Autor: Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Páginas: 351
Classificação: Nenhum texto alternativo automático disponível.  Nenhum texto alternativo automático disponível.
Sinopse: Numa pequena festa familiar em sua casa, Myron dá o azar de ouvir duas adolescentes conversando e trocando confidências no porão de sua casa. Numa atitude de proteção, Myron entrega a cada uma delas o cartão com seu número de telefone, fazendo com que as garotas prometessem ligar para ele quando precisassem de carona. Levaria as garotas a qualquer lugar e não faria perguntas. O que aparentemente era só uma promessa baseada num sentimento paternalista, começa a gerar problemas na vida de Myron quando o telefone toca num sábado as 2 da manhã com uma das adolescentes na linha. Após deixá-la no local combinado, a menina desaparece. Agora cabe a Myron encontrá-la, já que todas as provas indicam que ele é o principal suspeito do desaparecimento.


Resenha:

A promessa começa com um prólogo que, aparentemente, não possui relação com o livro, a respeito de uma mulher sumida há um certo tempo, vista por uma geneticista que a persegue, mas não consegue impedir a partida da suposta garota sumida. 

Após isso, corta pra cena descrita na sinopse. Myron interpela as duas adolescentes, uma é a filha do seu "caso" atual, Erin e a outra é Aimee Biel, filha de Claire e Erick Biel. Claire é uma amiga de Myron e foi a responsável por apresentar Ali Wilder, seu "caso".

Alguns dias depois, Aimee Biel não retorna para casa e Myron é o principal suspeito do sumiço da adolescente. Pela relação que tem com a família da adolescente, Myron decide buscar a garota por conta própria. Para isso, conta com a ajuda de seu inseparável amigo, Win e de seus contatos adquiridos ao longo da vida.

Uma pitada...

Antes de falar sobre Myron Bolitar, é preciso dar um panorama no personagem, que se confunde com o autor, ou vice-versa. 
A maioria dos autores possuem um personagem que os consagra. Geralmente para esse personagem, o autor dedica um certo tempo, trata com um certo carinho e geralmente os livros desse personagem são, digamos, eternos. Alguns exemplos clássicos - Sherlock Holmes (Edgar Allan Poe), Hércule Poirot (Agatha Christie - aliás, já falamos um pouco de Agatha Christie aqui), Roland de Gilead (Stephen King - que estamos falando dele com várias resenhas a respeito da Torre Negra) - não que esses sejam os únicos personagens literários desses autores, mas, de certa maneira são especiais (alguns até, fazendo com que o escritor escrevesse um livro para "ironizar" os pedidos dos fãs). 

Acredito que a relação de Myron Bolitar com o autor Harlan Coben é próxima a isso, ou melhor, é o exemplo atual, personificado, do que é esse "sentimento". São 10 livros da história de Myron Bolitar - além de 3 sides stories com seu sobrinho - que possuem vários temperos diferentes, o mistério definido na sinopse, as quebras da quarta barreira, e o carisma de cada personagem (aqui eu abro parênteses para o "Deus ex machina" Windsor Locke Hornwood III - que personagem fantástico), esses três temperos garantiram uma fórmula de sucesso e, adianto que, todo livro que possui o autógrafo de "Harlan Coben" com uma linha bem pequena escrita "Uma história de Myron Bolitar" é simplesmente garantia de sucesso.

...de Myron Bolitar.

Myron Bolitar, leitor do blog. Leitor do Blog, Myron Bolitar. 

A apresentação poderia ser essa, mas se fosse isso, não seria capaz de descrever tal personagem - provavelmente se ele fosse se apresentar, seria algo do gênero.
Vamos lá. Myron Bolitar era pra ser um astro do basquete americano. Ganhou uma bolsa na faculdade de Direito pra jogar pelos Celtics na NBA, mas, um acidente em quadra impossibilitou que ele continuasse nessa carreira. Como todo homem precisa se virar, ele continuou cursando a faculdade de Direito, onde conheceu o seu amigo, rico, milionário e psicótico, Windsor Locke Hornwood III - a.k.a Win. Teve uma passagem pelo FBI que os livros não esclarece muito bem, exceto pelos contatos, e comanda uma empresa de representação esportiva, a M.B Representações Esportivas (nome original).

A empresa tem, inicialmente uma funcionária, Esperanza Diaz. A Pequena Pocahontas, que, antes de trabalhar para Myron, fazia parte de eventos de Luta Livre Feminina. Ela é a faz-tudo de Myron. Simples assim. Faz a parte "suja" de uma empresa, enquanto o "Super-Myron" está lutando contra o mal.

Os três formam uma equipe multidinâmica que resolvem casos além de guiar os negócios da empresa. 

Concluindo...

Harlan Coben utiliza muito bem os recursos dos outros livros. Há que se falar algo a respeito do entrelaçamento dos fatos na história. A parte principal dela é o sumiço da garota, mas ele passa por, pelo menos, umas duas ou três histórias - como a garota sumida do prólogo, separação e algo de violência familiar. Todos eles se cruzam de modo que o leitor desavisado e o não desavisado também (confesso que percebi uma das coisas envolvidas e só), para as viradas e entrelaçamento que cada história - não só "A promessa", que é digno de aplausos - e de dizer que é um dos melhores Thrillers que já li.

Na minha opinião, Harlan Coben apenas tem um defeito considerando somente a saga de Myron Bolitar. A saga, como um todo, tem uma cronologia complicada de entender. Nem eu mesmo consigo decifrar até os três últimos livros a ordem cronológica, mas isso, embora não seja intencional, acaba tendo uma parte positiva, já que não importa a ordem que o leitor pegue as obras, elas possuem uma temporalidade sim, mas que não atrapalha em nada a experiência, já que o autor faz um resumo das personas quando elas aparecem da primeira vez. Então, tirando "A promessa", "Um passo em falso" e "Detalhe final", todos os outros livros podem ser lidos como "o primeiro". 

(Não que os outros não funcionem como "primeiro livro" da saga, é só que acredito que eles precisam de um certo "conhecimento" no Cobenverso para que eles funcionem como esses títulos funcionaram para mim).

Pra ajudar o leitor e terminar a resenha, segue abaixo o nome dos livros:

"Alta tensão"
"Quebra de Confiança"
"Jogada Mortal"
"Sem deixar rastros"
"Quando ela se foi"
"O preço da vitória"
"Um passo em falso"
"Detalhe final"
"A promessa"

E os sidestories:
"Refúgio";
"Uma questão de segundos";
"A toda prova"

Ou seja, tem livro do Harlan Coben falando de Myron Bolitar para todos os gostos. 

Eu não tenho um preferido, pra mim, todos são excelentes e me divertem como leitura, por isso fazem parte da minha gama de livros preferidos, no nível de "achou = comprou". 

Digo que Harlan Coben é pouco valorizado pelo tamanho da capacidade dele. Dizer que o Harlan Coben é o Edgar Allan Poe - não pelo esquema de investigação do personagem principal, mas principalmente pelo entrelaçamento e pelas "distrações" que são colocadas durante a leitura e cada história e, por mais que a fórmula é repetitiva, o leitor dificilmente consegue prever a trama no final (abraço Dan Brown). Por isso digo que Harlan é um gênio. Que realinha coisas óbvias e tira do simples algo complexo.

E vocês... gostaram de algum livro em especial do Harlan Coben que não está na lista? (ainda tem outros, eu particularmente só li "Não conte a ninguém", mas não acho que o mesmo estilo funciona para outros livros. Talvez eu esteja errado, mas enfim). Algum outro escritor nesse patamar que eu descrevi? (mas se falar algum, tem que dar exemplos).

Escrito por Alvaro Dias

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